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Mercado Livre suspende anúncios imobiliários profissionais

Gigante no comércio de produtos online, mas com uma tímida entrada no segmento de imóveis, o Mercado Livre está anunciando aos seus parceiros o fim das contas imobiliárias profissionais no Brasil. 

A empresa já antecipou às imobiliárias associadas que, a partir do dia 28 de fevereiro, os anúncios de imóveis só poderão ser veiculados com os planos disponíveis para pessoa física, de forma autogerenciada. 

Os atuais anúncios de imóveis vinculados às contas profissionais poderão ser republicados, também a partir dos planos disponíveis para pessoa física.

No comunicado às imobiliárias, o Mercado Livre destacou que “tomou a difícil decisão”  por “razões estratégicas”, por “não poder entregar a atenção e experiência que caracterizam a empresa”.

Os pacotes de anúncios profissionais contratados atualmente não serão renovados após o dia 28, e a divulgação será pausada automaticamente ao final dos 30 dias do ciclo ativação/renovação. Para os casos de planos com validade trimestral ou semestral, o valor proporcional ao período não utilizado será reembolsado. 

Em resposta ao Imobi Report, o Mercado Livre confirmou que não terá mais uma área exclusivamente dedicada a apoiar o anúncio de imóveis de vendedores profissionais. 

Segundo a empresa, a razão da descontinuidade do serviço foi “direcionar esforços em frentes já consolidadas no Brasil, priorizando o e-commerce e a frente de anúncio de veículos, áreas em que o Mercado Livre enxerga mais potencial de entregar uma proposta de valor altamente competitiva”.

O Mercado Livre afirmou ainda que o fim dos anúncios imobiliários profissionais não acarretará em redução do quadro de colaboradores da companhia no Brasil. A empresa não respondeu se cogita oferecer no futuro algum outro serviço voltado a imóveis. 

Histórico

Embora seja uma das grandes potências em vendas online da América Latina, o Mercado Livre jamais conseguiu decolar no Brasil no segmento imobiliário. 

A empresa, que tem capital aberto nos Estados Unidos e ações à venda na Nasdaq, sofreu no Brasil com a concorrência no segmento, especialmente da grande rival, a OLX, que pagou uma fortuna (R$ 3 bilhões) em 2020 para comprar grupo ZAP (portais Viva Real e ZAP), justamente para trazer uma base sólida de tráfego e a expertise que faltava no segmento de anúncios imobiliários. 

Porém, na Argentina, origem do Mercado Livre, o panorama é diferente. Ao contrário do Brasil, os imóveis têm destaque no portal de anúncios do grupo em seus país-sede. Em novembro do ano passado, o Mercado Livre comprou a Simplestate, startup argentina de investimentos imobiliários, com o objetivo de ajudar o usuário a não apenas encontrar um imóvel, mas também oferecendo mais de 40 projetos imobiliários para investir. 

Antes, em 2021, o ML havia incrementado o setor de vendas imobiliárias ao permitir a adoção do bitcoin para pagamento de imóveis em sua plataforma na Argentina.

*Atualizado em 02/02 às 16h51