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Há exatamente um ano, o Imobi Report lançava sua primeira edição. Surgimos e somos uma newsletter com a proposta de trazer uma curadoria de notícias publicadas nos veículos de imprensa tradicionais que dizem respeito ao setor imobiliário. Com o tempo, sentimos a necessidade de um espaço para produção de conteúdos autorais, sobre aquilo que os veículos tradicionais não falam: da realidade das pessoas nas imobiliárias, construtoras, incorporadoras e startups do setor.
Foi por isso que, depois de uma volta completa em torno do sol, lançamos o Portal Imobi Report. Nosso conteúdo é produzido pelo time de jornalistas da CUPOLA e por parceiros engajados em transformar o mercado da moradia. Acreditamos no poder da informação para a tomada de decisões e procuramos promover e construir um ecossistema imobiliário mais humano, mais plural e mais colaborativo.
Nossa curadoria semanal de notícias continuará existindo, enriquecida com conteúdos feitos especialmente para quem vive o mercado imobiliário.
É mais um capítulo na trajetória da CUPOLA como consulgência, o encontro da consultoria com a agência de comunicação. Além do portal do Imobi Report, a CUPOLA também lançou, neste ano, a Jornada de Locação. O objetivo é levar conhecimento e informação sobre o imobiliário para além do eixo sul e sudeste, com uma série de eventos de imersão para donos, sócios, gerentes, gestores e decisores de imobiliárias. Tem a participação de alguns dos principais mentores da locação de imóveis do Brasil. As primeiras cidades a receber a Jornada da Locação são Fortaleza e Recife, nos dias 31 de março e 2 de abril, respectivamente. E leitores do Imobi têm desconto nas inscrições, clicando aqui.
Um dos palestrantes da Jornada é Lucas Madalosso, que já esteve no palco do Conecta Imobi e tem estudado – e realizado – a fundo a transformação digital no setor imobiliário. Lucas é também o primeiro colunista convidado do Portal Imobi Report. Para sua estreia, ele compartilha como foi vender a imobiliária da família, a Terraz, em meio a um processo de transformação digital da empresa.
Imobiliárias
O preço médio do aluguel abriu janeiro com alta em relação a dezembro de 2019. Segundo dados de 25 cidades monitoradas pelo FipeZap, o valor médio do primeiro mês de 2020 foi de R$ 29,89/m².
O déficit habitacional da região metropolitana de São Paulobateu recorde e superou mais de 1 milhão de moradias em 2018. Este é o dado mais recente, apresentado pela FGV na última semana. Entre os fatores que levaram ao recorde, destaque para a inadequação da moradia e para o comprometimento da renda das famílias com o aluguel.
O BTG Pactual comprou uma fatia de 20% da CredPago. Segundo nota do bancode investimentos, “ao ter simplificado a jornada de locação, possibilitando maior dinamismo entre as partes envolvidas no processo, a CredPago revolucionou a experiência do aluguel”.
Já a Atta, fintech de crédito imobiliário e garantias locatícias, integra um trio de startups que captou R$ 12 milhões na sua primeira rodada de investimentos. A Atta usa inteligência artificial para reduzir o tempo de aprovação do crédito, por meio de parcerias com bancos, seguradoras e fundos imobiliários. A cotação é feita de uma única vez, em várias instituições financeiras, e o serviço funciona ininterruptamente. Segundo a Atta, seu histórico de trabalho com mais de 600 imobiliárias, no Brasil, demonstra ser possível aumentar em até 20% o volume de negócios que envolvem a contratação de crédito imobiliário ou seguro-fiança.
Incorporadoras
Os subsídios do FGTS ao financiamento imobiliário serão reduzidos nos próximos anos. A transição suave, como foi definida pelo Conselho Curador do FGTS, parte dos R$ 9 bilhões em descontos, previstos para este ano, para até R$ 7,5 bilhões, em 2023.
A Caixa lançou sua linha de crédito imobiliário prefixado em evento no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes. A linha terá taxas de 8% a 9% ao ano, para financiamento de até 80% do valor do imóvel.
A construção civil se anima. Rubens Menin, CEO da MRV, para o Valor Econômico: “Essa linha veio para ficar e vai colocar o Brasil em outro patamar, em que os outros países do mundo já estão”.
A Caixa também se prepara para ampliar o crédito com garantia de imóvel. A expectativa é que este produto possa ser vendido pelos correspondentes bancários, que já respondem por 90% das operações de financiamento imobiliário do banco. Os planos da Caixa envolvem tanto o home equity convencional como o crédito baseado na segunda alienação do imóvel…
…que o Banco Central planeja regulamentar. O BC prepara uma proposta de mudança de legislação para permitir que o mesmo imóvel seja dado como garantia em mais de um financiamento. No Brasil, na prática de home equity, o imóvel quitado só pode garantir uma única operação. Pelos cálculos do BC, a nova modalidade tem potencial de elevar o volume de concessões e reduzir ainda mais as taxas de juros.
Com a possível chegada deste formato de home equity no país, as redes sociais foram tomadas por rumores de uma possível “bolha no mercado imobiliário”. Segundo especialistas consultados pela VEJA, a possibilidade de uma crise no país é um cenário distante. “A gente só correria este risco no Brasil se os bancos fechassem os olhos para o risco, o que não acontecerá”, disse Miguel Oliveira, diretor-executivo da Anefac. O consultor da Acrefi, Nicola Tingas, também relatou que a agenda do BC serve para dar segurança jurídica e permitir que o Brasil retome um ritmo de crescimento rápido. “A decisão de permitir que um mesmo imóvel seja oferecido como garantia para mais de um financiamento permite que o mercado de crédito cresça, porque há espaço para crescer”.
Falar em qualquer tipo de bolha é irresponsabilidade, na opinião de Otávio Damaso, diretor de regulação do BC. “Temos hoje aqui no Brasil uma relação dívida imobiliária/PIB da ordem de 10%. Quando se olha para um país emergente parecido com o Brasil, essa relação é de 25% a 30%. Nos países avançados, a relação é de 50% e, em alguns casos, chega a 100%. O grau de alavancagem em cima do imóvel aqui no Brasil é muito baixo. Temos um espaço para crescer muito grande”. Damaso explicou que o papel do BC é justamente criar condições para que as operações sejam realizadas com segurança jurídica ponderada. Para ele, a discussão é totalmente exagerada.
A queda na Selic é um dos motivos para mais pessoas voltarem a procurar o investimento em imóveis para locação. O rendimento com a modalidade valorizou 4,9% desde o início do ano passado, lembra o R7. Especialistas ouvidos pelo Valor vão além: consideram que o ganho com imóveis pode alcançar dois dígitos ao ano até 2022, o que tem atraído investidores de todos os portes.
A gestora americana de private equity Cerberus, por exemplo, está montando sua carteira de negócios no setor imobiliário. Já comprou participação na Brasil Brokers e também adquiriu edifícios corporativos da BR Properties, avaliados em R$ 610 milhões.
Nos primeiros 45 dias do ano, os fundos imobiliários sofreram sua maior desvalorização no Brasil. A queda em valor de mercado chegou a R$ 3,28 milhões. Para especialistas, este é um movimento natural depois do crescimento de quase 36% observado no ano passado. “Acho que o que aconteceu no ano passado foi um momento de paúra (medo) do investidor, que está procurando retorno loucamente”, afirmou Fábio Passos, diretor-geral do banco Indosuez, para o Seu Dinheiro. Felipe Vaz, do Santander, complementou: “Hoje, após essa correção, os preços dos fundos estão mais justos do que estavam no ano passado”.
Por falar em fundos imobiliários, o Housi, da Vitacon, encerrou seu IPO levantando um montante de pouco mais de R$ 57 milhões. A expectativa era captar R$ 350 milhões.
Ainda sobre Vitacon, a incorporadora vai lançar um iBuyer próprio. Deve funcionar assim: o proprietário de um imóvel da Vitacon poderá vender para a própria plataforma – mas tem que adquirir um outro imóvel da incorporadora em seguida. Na verdade, é como uma troca e recompra dos próprios imóveis da marca.
Você já percebeu que trazemos várias notícias sobre iBuyer aqui, dada a importância desta novidade para o nosso mercado – e o interesse dos nossos leitores a respeito. Se você não entendeu muito bem do que se trata, o Imobi explica o que é e como funciona este novo modelo de compra e venda de imóveis.
Mundo
Mundo afora, a propósito, o iBuyer se desenvolve. Vinte meses depois de comprar a primeira casa pelo formato, a Zillow viu sua receita quase dobrar em um ano. Chegou a 2,7 bilhões de dólares em 2019, dos quais 600 milhões provenientes da Zillow Offers, nome do iBuyer da marca. Mas nem tudo são flores: a startup tem um estoque alto e especialistas apontam que este não é um negócio com grandes margens de lucro. Vale a leitura desta reportagem da CNN Business (em inglês), que traz o ponto de vista do CEO da Zillow, Rich Barton – para quem o iBuyer é o futuro do mercado.
O novo presidente da WeWork, Sandeep Mathrani, assumiu o cargo na última semana. Como já contamos aqui no Imobi, Mathrani vem com sua experiência do imobiliário tentar colocar a startup nos trilhos.
Outra startup investida pelo SoftBank avança no Brasil: a Oyo, unicórnio indiano de hospedagens. Apesar da entrada discreta, há cerca de um ano, já tem uma rede com mais de 450 hotéis, em 40 cidades brasileiras. A Oyo Rooms investe na transformação dos hotéis parceiros – de lençóis melhores à oferta de ferramentas de gestão de preço e de vacância.
A postura low profile da Oyo tem história. Em 2019, Masayoshi Son, CEO do Softbank, esperava que a Oyo alcançasse mais de 1 milhão de quartos disponibilizados pela plataforma. No fim do ano, o total de leitos disponíveis chegou a cerca de 7,5 mil – menos de 1% do esperado. O resultado veio após falhas sequenciais, como projeção errada de metas, listagem de acomodações irrelevantes e erros do software.
Estamos de Olho
A mansão de Edemar Cid Ferreira, ex-dono do Banco Santos, assinada por Ruy Othake e Roberto Burle Marx, foi leiloada e arrematada por R$ 27,5 milhões. Com mais de 8 mil m² de terreno e localizada na área nobre do Morumbi, em São Paulo, será transformada em uma escola de luxo.
Já Chiquinho Scarpa está tentando vender seu Chateau nos Jardins há quase nove anos e ainda não conseguiu. Recentemente, colocou uma placa de vende-se na frente do imóvel – que já foi avaliado pela Sotheby’s por R$ 120 milhões e agora está na faixa de R$ 63 milhões.
Uma incorporadora australiana passou a oferecer uma licença de “peternidade”. É uma licença para aqueles que precisam de alguns dias para adaptar seu novo bichinho na família, ou para cuidar do pet já existente, mas que precisa de uma atenção. Segundo o RH, a empresa acredita na integração entre vida profissional e pessoal e entende que vários dos seus colaboradores consideram seus “bebês peludos como parte da família”.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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