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Último Imobi do ano: retrospectiva de 2019 e previsões para 2020
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Último Imobi do ano: retrospectiva de 2019 e previsões para 2020

17 dez 2019
Redação Imobi
Redação Imobi
9 min
Último Imobi do ano: retrospectiva de 2019 e previsões para 2020

O Imobi Report comemora seu primeiro Natal. Lançamos nossa primeira edição em fevereiro deste ano e foram outras 42 desde então. De lá pra cá, muita informação passou pela nossa curadoria: mais de 1.250 links com notícias, comentários e eventos selecionados pela nossa equipe de jornalistas. A cada dia, 5 novos leitores se juntam à comunidade do Imobi, que é formada por profissionais do mercado imobiliário nos quatro cantos do Brasil. Abaixo, selecionamos os temas que mais marcaram presença nas nossas edições. Segue o fio:

Acompanhamos o decorrer do ciclo imobiliário. Diversas notícias ao longo do ano reforçam a análise de que o mercado imobiliário brasileiro caminha para um novo ciclo de expansão – mudança bem ilustrada pela captação recente de construtoras e incorporadoras na bolsa e nas altas contínuas dos fundos imobiliários.

Falando em incorporadoras, pudemos observar um forte investimento em médio e alto padrão, assim como a redução dos projetos do Minha Casa Minha Vida. A insegurança quanto à política de habitação popular, que permanece incógnita no governo Bolsonaro, levou as construtoras a buscar novas formas de atuação. 

Entre as novidades, destaque para a entrada de players tradicionais da construção civil no mercado de aluguel, como a MRV e a Cyrela, além da Vitacon. Também chamou a atenção o lançamento de empreendimentos vocacionados para o formato de aluguel.

O movimento contrário também acontece, no caso do QuintoAndar. Neste ano, a startup tornou-se unicórnio, quando é avaliada em mais de 1 bilhão de dólares, e anunciou a entrada no mercado de compra e venda de imóveis.

Trouxemos muitas notas sobre as novas relações de consumo das gerações, especialmente entre os millennials, palavrinha que você leu muito por aqui. Não por acaso: este grupo etário é a grande promessa de consumo para o mercado imobiliário global em 2020. 

Em termos globais, um tema recorrente que pipocou em nossa curadoria foi a crise da moradia acessível. Nos EUA, grandes empresas de tecnologia atraem talentos em massa para suas cidades sede, o que acaba por impactar o mercado imobiliário, aumentando absurdamente os aluguéis. São Francisco, com o Vale do Silício e uma população de moradores de rua crescente, é claro exemplo disso. Nova York colocou tantos empecilhos para a vinda da Amazon para a capital que a gigante recuou. Na Europa, o aumento dos aluguéis está mais relacionado ao turismo e à ascensão do Airbnb, que se mostra mais rentável para proprietários de imóveis do que o aluguel tradicional de longa duração.

Airbnb que promete um IPO para 2020, um dos mais aguardados desde a WeWork, que acabou em desastre. Em menos de um ano, a avaliação da WeWork caiu de 47 bilhões de dólares para menos de 8 bilhões. Boa parte das críticas à rede de coworkings é endereçada ao seu fundador, Adam Neumann. É um episódio emblemático de inflexão entre os CEOs fundadores – se Steve Jobs e Bill Gates foram os propulsores do movimento de personificação das companhias, há exemplos cada vez mais fortes do movimento contrário. Mark Zuckerberg pressionado por congressistas americanos e pelo Parlamento Europeu, Elon Musk, da Tesla, se vendo obrigado a baixar o tom no Twitter, fundadores do Google se afastando do comando da empresa. Sinais de que a era dos CEOs fundadores estaria em xeque? 2020 dirá.

Ainda lá fora, iBuyer é a grande aposta, foi o tema central do Inman Connect 2019. Falamos muito sobre Zillow, Redfin, Compass, entre outras. E a tendência já começou a descer de continente, com grandes players brasileiros investindo no formato, como o Grupo ZAP, Loft e Keycash.

Para fechar este primeiro ano, nesta última edição de 2019, compartilhamos com você a nossa nova identidade visual, que você já deve ter notado ali no início deste e-mail. Para 2020, teremos ainda mais novidades.


Incorporadoras

Como previsto, o BC baixou a taxa Selic pela última vez no ano, para 4,5%. Em consequência, a Caixa anunciou que reduzirá os juros do crédito imobiliário e do cheque especial. A taxa do crédito imobiliário cairá de 6,75% ao ano mais Taxa Referencial (TR) para 6,5% ao ano mais TR.

O Banco do Brasil também lançou um novo crédito imobiliário, atrelado à inflação. A taxa de juros parte de 3,45% ao ano, mais IPCA, por ora apenas aos clientes Estilo e Private. 

Com a retomada do mercado imobiliário e a redução dos juros, cresce a expectativa pelos fundos imobiliários em 2020. O fluxo de capital aumentou consideravelmente neste ano, alcançando o maior patamar histórico em número de emissões. “Em dois anos a quantidade de investidores se multiplicou por cinco, então acho que a gente vai chegar a 1 milhão nos FII já em 2020”, comentou Ricardo Almendra, CEO da RBR Asset, ao portal Eu Quero Investir.

Falando em investimentos, especialista da XP aponta que a liquidez é um dos principais atrativos dos fundos imobiliários. “Se você quiser R$ 100 mil, porque precisa muito desse dinheiro, você não precisa mais vender um imóvel de R$ 1 milhão para conseguir esses R$ 100 mil. Basta vender R$ 100 mil de cotas do fundo para satisfazer essa necessidade”, exemplifica Marcelo Hannud.

Fortalecida pelo imobiliário, a construção civil deve encerrar o ano com crescimento de 2%. Segundo pesquisa do Sinduscon-SP e da FGV, o setor se firmou nos segmentos de autoconstrução e reformas, serviços especializados e infraestrutura. A perspectiva para 2020 é que o setor cresça 3%. “O mercado imobiliário ainda tem uma contribuição restrita para o PIB. A tendência é que esse mercado venha a aparecer mais fortemente no nível de atividade daqui para a frente”, comentou a economista e pesquisadora Ana Maria Castelo, em entrevista ao Estadão.

Focado inicialmente em imóveis para a população de baixa renda, faixa 1 do MCMV tende a desaparecer, de acordo com Basílio Jafet, presidente do Secovi-SP. Segundo dados da FGV, entre 2009 e 2013, 80% dos contratos fechados pelo programa eram destinados a beneficiários com renda de até R$ 1.800. Desde então, este percentual caiu para 20% e, em 2019, não houve uma única unidade contratada nesta faixa. O governo federal estuda parcerias com prefeituras, que terão de doar os terrenos para as obras da faixa 1


Imobiliárias

Um presente de Natal pomposo de uma imobiliária americana surpreendeu 198 colaboradores da empresa, após o proprietário distribuir 10 milhões de dólares – uma média de 50 mil para cada funcionário. Os envelopes com os bônus foram abertos durante a festa da firma. “Quisemos recompensar nossos funcionários de maneira significativa, que causariam um impacto significativo em suas vidas”, disse o generoso proprietário da St. John Properties.

Aumentou em 80% a oferta de imóveis para venda no OLX, neste ano, no Brasil. O levantamento foi realizado com base nos dados de 4,5 milhões de anúncios de imóveis e 310 milhões de buscas no site e no aplicativo da plataforma, realizado entre os meses de janeiro e setembro, em comparação com o mesmo período de 2018. 

A EmCasa lançou uma calculadora de preço de imóveis para venda. A ferramenta abrange 22 cidades e, para ter acesso a ela, o interessado precisa fazer um pré-cadastro gratuito no site.

O valor do aluguel teve a 12ª alta seguida, no mês de novembro, segundo o Índice FipeZap. No acumulado de 2019, o preço médio da locação aumentou 4,64%, enquanto a inflação no período foi de 3,12%. 

Terminam hoje as inscrições para o curso LGPD Imobiliário. O curso online tem metodologia exclusiva para o nosso mercado e foi desenvolvida por consultores da CUPOLA, com apoio de especialistas em tecnologia e legislação. As videoaulas serão liberadas no dia 2 de março de 2020 e são indicadas para donos, sócios ou gestores de imobiliárias, construtoras, incorporadoras e loteadoras, além dos líderes dos setores administrativo, comercial e jurídico. As inscrições podem ser realizadas, somente até hoje, aqui.


Mundo

39% dos proprietários de imóveis em Houston, EUA, estão dispostos a vender seus imóveis para uma plataforma de iBuyer. Isso pois o formato significa, para eles, uma entrega mais rápida e uma venda mais tranquila. Fator importante, considerando que, na mesma pesquisa, 42% dos entrevistados avaliaram que vender suas casas foi – para alguns, extremamente – estressante. (inglês)

Em 2012, Portugal implementou o Visto Gold, que concede autorizações de residência a estrangeiros que fazem investimentos no país. Desde então, mais de 7 mil vistos foram expedidos por meio da compra de imóveis de alto padrão – o valor mínimo investido em um imóvel para a modalidade é de 500 mil euros (cerca de R$ 2 milhões). O Brasil é o segundo país que mais acessou os vistos, só perdendo para a China. O movimento de estrangeiros fez o preço dos imóveis em Lisboa aumentar em 66% desde o primeiro semestre de 2016.

Para atender aos pedidos desses brasileiros, construtoras e incorporadoras portuguesas tiveram que sambar. São demandas específicas, como dependências de empregadas, suítes em todos os quartos, instalação de bidês e tanques nas lavanderias, característicos da cultura brasileira.

Enquanto isso, por aqui, cresce o mercado de revenda de móveis de luxo, movimentado pelo êxodo de brasileiros para o exterior. A BossaNossaCasa, por exemplo, é uma espécie de “OLX do altíssimo padrão”, que faz a intermediação de venda destas peças. O item mais caro negociado pela plataforma foi uma das peças de mobiliário desenhadas por Oscar Niemeyer, no valor de R$ 50 mil.


Estamos de Olho (em 2020)

O World Property Journal traz uma análise da consultoria imobiliária Knight Frank sobre 45 cidades de alto padrão em 2020. A capital com maior potencial de aumento no valor dos imóveis é Paris, liderando com 7%. É seguida por Berlim e Miami, que devem ver os valores aumentar em 5%. (inglês)

O Inman traz uma lista de tendências de tecnologia no imobiliário. Há o “fechamento com um clique”, com plataformas investindo para simplificar e desburocratizar o processo de compra; a globalização do iBuyer; o “efeito WeWork”, que fará os investidores mais atentos e com expectativas de lucro mais realistas; o investimento em tecnologia por grandes players tradicionais; e o alto investimento em sustentabilidade e energias renováveis. (inglês)

O Techcrunch também listou previsões tecnológicas para a nova década: deve-se focar e valorizar cada vez mais o lado humano de compradores e vendedores; os corretores poderão se equipar com novas ferramentas; o que nos leva à próxima tendência: o uso cada vez mais expressivo de dados para a tomada de decisões estratégicas; e as novas relações com nosso ambiente de trabalho e onde moramos, que envolvem mais flexibilidade, com crescimento dos “co” – coliving, coworking, cohousing. (inglês)

Já o Interesting Engineering fez um levantamento de tecnologias para a construção civil. Em primeiro lugar, o aumento do uso de realidades virtuais, realidades aumentadas e realidades mistas. É seguido pelo uso da impressão 3D. Robôs vêm em terceiro lugar, e sustentabilidade em quarto. Construções pré-fabricadas e modulares estão na 5ª posição da lista, seguidas pelo uso de exoesqueletos. Por fim, é apontada a ascensão da tecnologia BIM. (inglês)

Uma breve errata: na última edição, afirmamos que a You, Inc é avaliada em R$ 2 milhões, mas é, na verdade, avaliada em R$ 2 bilhões.

Leitores, chegamos ao fim da última edição do Imobi Report de 2019. Nossa pesquisa de avaliação está aberta logo ali embaixo, para receber feedbacks, sugestões, comentários e ideias de pauta. Toda sugestão é bem-vinda. Também é possível entrar em contato pelo e-mail: news@imobireport.com.br.

Agradecemos por compartilhar desta jornada conosco e nos encontramos novamente no próximo ano, no dia 7 de janeiro! Boas Festas e até 2020 😀

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