Resultado das incorporadoras anima, mas Covid ainda preocupa
Resumo
Entre as notícias de destaque na curadoria, temos o resultado animador das incorporadoras, start up de compra, venda e aluguel e muito mais.
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Publicados na semana passada, os balanços trimestrais de MRV, Tecnisa e Rossi reforçam o diagnóstico de que o mercado imobiliário passa por sua melhor fase em muitos anos. A importância do setor para a economia brasileira foi, inclusive, reconhecida pelo diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso. Ainda assim, a pandemia no Brasil é motivo de preocupação para o futuro, principalmente devido à demora para se encontrar uma vacina para a doença.
O principal destaque dos balanços foi a MRV, é claro. No terceiro trimestre deste ano, a incorporadora obteve receita líquida recorde de R$ 1,76 bilhão, o que representa um aumento de 12,2%, com um total de 12.183 apartamentos vendidos. No entanto, o lucro líquido da empresa caiu 1,6%, ficando em R$ 158 milhões. A incorporadora aposta nos resultados expressivos para expandir seus negócios não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos.
No caso da Tecnisa, o principal avanço demonstrado pelo balanço da incorporadora foi a redução de seu prejuízo líquido em 32%, na comparação anual, ficando em R$ 35,4 milhões no terceiro trimestre. O resultado poderia ter sido melhor, não fossem o baixo volume de lançamentos e gastos imprevistos, em decorrência da proposta não-solicitada de integração dos negócios com a Gafisa. Para 2021, entretanto, a incorporadora demonstra otimismo com novos lançamentos – a meta é de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,5 bilhão até o final do próximo ano. O caso da Rossi foi similar – a incorporadora reduziu seu prejuízo em 45%, ficando em R$ 77,6 milhões.
Embora o negócio com a Tecnisa não tenha evoluído, a Gafisa continua com seus planos de expansão. Na semana passada, o Cade aprovou, sem restrições, a compra da totalidade das participações societárias detidas pela Calçada Empreendimentos Imobiliários pela incorporadora.
Quem também apresentou resultados bastante positivos no terceiro trimestre foi a Trisul. Com aumento de 13% em comparação com o ano passado, o lucro líquido passou a R$ 48 milhões.
A Cyrela apresentou crescimento semelhante no terceiro trimestre. A incorporadora registrou lucro líquido de R$ 1,4 bilhão, o que representa um aumento de 13,5% em comparação com o mesmo período de 2019. Impulsionado pelos ganhos com os IPOs das subsidiárias Lavvi, Cury e Plano & Plano, o resultado foi recorde na história da companhia. Os lançamentos da incorporadora também cresceram, registrando aumento de 46% em relação ao terceiro trimestre de 2019. A maioria deles, na cidade de São Paulo.
A abertura de capital, contudo, não é unanimidade entre as incorporadoras. A Eztec, por exemplo, suspendeu o IPO da Ez Inc, em razão da alta volatilidade dos mercados brasileiro e internacional. Agora, a empresa está decidindo os rumos de sua operação com algumas possibilidades em vista. Ainda assim, a Eztec teve salto de 95,6% no lucro líquido no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2019.
Quem também está segurando a abertura de capital é a empresa de loteamentos residenciais Alphaville, que interrompeu seu IPO pela segunda vez, alegando “conjuntura de mercado desfavorável”.
Apesar dos recordes de vendas de outras incorporadoras, o CEO da Vitacon, Alexandre Frankel, acredita que o sonho da casa própria está perto de seu fim. Para ele, a ideia de fazer um alto investimento para possuir um imóvel estaria perdendo a popularidade e abrindo espaço para a adoção de um modelo de moradia flexível.
As vendas de imóveis novos, aliás, têm um grande desafio pela frente, com a alta dos materiais de construção. Algumas incorporadoras de alto padrão já preparam reajustes nos preços, mas as construtoras de imóveis populares buscam outras soluções para lidar com o problema. Por enquanto, a construção civil segue colhendo frutos, com alta de 30% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.
Imobiliárias
Dados do OLX mostram que a busca por imóveis para alugar subiu no terceiro trimestre. O maior aumento foi em Brasília (37%), seguida pela Bahia (35%), Rio de Janeiro (33%), Pernambuco e Minas Gerais (31%) e São Paulo e Paraná (18%).
E a discussão do IGP-M para ajuste do aluguel continua. No Seu Dinheiro, inquilinos contam como a crise acabou segurando seus aluguéis no mesmo valor por mais um ano. Proprietários estão negociando diretamente com seus inquilinos para não ter que recolocar o imóvel no mercado. Também na reportagem, a Lello conta como fez uma força-tarefa para entrar em contato com os proprietários e negociar o possível reajuste. Dos locatários que a enquete entrevistou, 35% abriram mão do reajuste, 42% propuseram um reajuste, mas por um valor menor do que o previsto no contrato, 18% reajustaram normalmente e 4% pediram reavaliação do contrato.
Na Jovem Pan, três dicas para o inquilino negociar o reajuste do aluguel com o proprietário: compare o valor do aluguel com o de vizinhos, reúna informações sobre sua renda e reforce ser bom pagador.
Na Exame, uma reportagem traz detalhes sobre a operação de duas startups do mercado imobiliário. A Arbo Imóveis faz uso de big data para oferecer uma plataforma de compra, venda e aluguel, além de atuar com marketplaces e anunciar em Google Ads, Instagram, entre outros. Já a Kenlo é um recém-criado marketplace de imóveis da inGaia, que oferece inteligência imobiliária, seguros e garantias, crédito imobiliário e, o mais novo produto, home equity.
No portal do Imobi, apresentamos 4 motivos para as imobiliárias investirem em gestão de dados: segurança para definir os investimentos em aquisição de leads; melhor performance nos canais de aquisição; direcionamento do setor ou profissional de captação para imóveis com maior liquidez e aumento da conversão em cada etapa do funil.
A Roca Imóveis, imobiliária de São Carlos (SP), contou com o apoio da FC ANALISE Digital para melhorar a experiência de locação de seus clientes. No Imobi, contamos como a análise de crédito facilitada proporciona uma jornada mais curta e sem fricções. Frederico Oehlmeyer, diretor da Roca Imóveis: “Antes mesmo de o cliente escolher um imóvel, eu consigo apresentar seu cadastro aprovado e indicar o melhor caminho: você pode seguir sem garantia, ou você precisa de um colocatário para ser responsável financeiro junto com você, ou temos uma pré-aprovação de seguro fiança por determinado valor. Quando você fala para o cliente ‘Você já está aprovado. Vamos escolher o imóvel?’, dificilmente ele vai sair para procurar outra imobiliária. Pelo contrário, já aconteceu de clientes trazerem anúncios em portais de imóveis que gostaram para nós entrarmos em contato e negociarmos o aluguel”.
Também no Imobi, contamos sobre como o seguro fiança da Porto Seguro ajudou proprietários durante a quarentena, garantindo o pagamento de aluguéis, encargos mensais e danos ao imóvel.
Com impactos no turismo por conta da pandemia, a CVC está investindo em casas de temporada. Através da subsidiária VHC, já são 40 imóveis administrados em Gramado (RS), e a previsão é fechar o ano com mais propriedades em outras cidades, como Bombinhas (SC) e Praia do Forte (BA).
Na próxima semana, acontece a Black Friday, mas marcas vêm comemorando e oferecendo promoções durante todo o mês de novembro. No mercado imobiliário, o ZAP oferece o Best November: até 40% de desconto em imóveis selecionados.
Ainda sobre ZAP: o Neofeed conta mais sobre os novos planos de Brian Requarth, fundador do Viva Real, após a aquisição do Grupo ZAP pela OLX. Requarth lança o Latitud, um hub de investimento para startups latinas.
Na última semana, a CUPOLA e o Vista CRM promoveram um webinar sobre compra de carteiras de locação. Foram tratados três assuntos principais: oportunidades ao comprar uma carteira de locação, fundamentos da análise de uma carteira e como evitar armadilhas e precificar corretamente uma carteira. O vídeo está disponível gratuitamente aqui.
Techs
O QuintoAndar anunciou, na semana passada, a compra da operação da startup SíndicoNet, especializada em serviços para condomínios. Com 20 anos de experiência na área, o SíndicoNet tem mais de 1 milhão de acessos por mês e terá seu potencial alavancado com a expertise do unicórnio. O valor da transação não foi divulgado.
André Penha, cofundador do QuintoAndar, em entrevista para a Istoé Dinheiro: “ISTOÉ: As imobiliárias tradicionais estão condenadas ao fracasso? Vão se tornar como locadoras de vídeo ou agências bancárias? ANDRÉ: Locadora de vídeo, não. Agência bancária, talvez. Vão diminuir, mas continuarão a existir. Faz uns dois anos que não vou a uma agência bancária, nem uso dinheiro de papel. Compro pela internet. Mas muita gente precisa resolver coisas presencialmente. Então, as imobiliárias físicas terão seu lugar. Os dois cenários, o físico e o digital, continuarão existindo”.
Com a ascensão das startups imobiliárias, como o próprio QuintoAndar, a Terracotta Ventures está captando R$ 100 milhões para investir exclusivamente nas chamadas proptechs e construtechs até o final de 2021. O objetivo é fazer até seis investimentos por ano, selecionando entre mais de 700 startups que atuam na área e vêm se destacando no mercado.
Quase três anos e uma pandemia depois de a 99 se tornar o primeiro unicórnio brasileiro, outras duas empresas que passaram pelas mãos de Florian Hagenbuch já podem ser consideradas “máfias” (termo comum no Vale do Silício para se referir a empreendedores e empresas gerados a partir de uma companhia), com novas levas de startups sendo criadas a partir de suas operações. São elas: Printi e Loft. Somadas, já contam com 12 novatas.
Levantamento feito pela Squid e divulgado com exclusividade pela Exame aponta quais os melhores dias e horários para publicar no Instagram Stories. Especializada em marketing de influência, a empresa mapeou dados para diversos setores, inclusive a construção civil.
Para 2021, o Airbnb estuda listar suas ações em uma nova plataforma de negociação para empresas comprometidas com valores ambientais, sociais e de governança corporativa. Enquanto isso, a empresa tenta lidar com novos problemas que surgiram com a pandemia. Após a interrupção temporária dos aluguéis de temporada devido à necessidade de isolamento social, o Airbnb tem sofrido com problemas que antes só eram sentidos pelas casas de festas. Com a redução da possibilidade de locais para festa, as casas alugadas pela plataforma têm servido para grandes confraternizações, com bagunça, consumo de drogas e outros inconvenientes.
Mundo
A Associação Nacional de Corretores dos Estados Unidos lançou um relatório sobre o perfil de compradores e vendedores de imóveis em 2020. Os compradores têm um perfil bem definido: têm renda alta e estão financeiramente seguros, então não precisam se preocupar com a maior taxa de desemprego do país desde a Grande Depressão. Outro dado interessante na pesquisa é que 57% dessas compras foram nos chamados subúrbios.
Com a alta na demanda nos subúrbios, estes bairros mais afastados podem mudar de cara. Se, antes, subúrbios eram relacionados a famílias mais tradicionais, a chegada de jovens e pessoas urbanas faz com que as demandas locais mudem, o que pode impactar nas opções de lazer, quantidade de parques e mudança no comércio.
Na Inglaterra, o preço médio das casas bateu recorde em outubro, sendo 6% superior ao registrado em março. O mercado imobiliário do Reino Unido apresenta sinais de aquecimento, mas ainda há instabilidade econômica por conta da segunda onda de coronavírus no país.
Na Forbes, em inglês, 7 dicas para millennials que estejam passando pela jornada de compra de um imóvel pela primeira vez. Destaque para: confie em um corretor para orientá-lo na escolha. E ainda: avalie bem e previamente sua saúde financeira; faça as contas contemplando custos extras na compra de um imóvel; compre dentro das suas possibilidades; encontre o bairro certo, que se enquadra no seu estilo de vida; avalie a melhor opção de financiamento; não deixe a exuberância tirar o melhor de você: comprar uma casa é uma experiência emocional, mas que deve ser racionalmente processada.
E no Brasil? Se você ainda não viu, vale conferir esta reportagem sobre a relação da geração millennial com os imóveis, que publicamos aqui no Imobi.
Estamos de Olho
A Síntese dos Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE, aponta que um em cada cinco brasileiros mora em habitação precária: mais de três pessoas dividindo o mesmo quarto, casas de madeira, sem banheiro ou sem documento que comprove a posse. O levantamento foi realizado em 2019.
No último domingo, aconteceram as eleições municipais. No Imobi, explicamos como a eleição de prefeitos e vereadores influencia a definição do plano diretor de cada cidade e qual sua relação com o mercado imobiliário. Vale a leitura para saber mais sobre plano diretor e se preparar para o segundo turno, nas cidades onde o pleito ainda não está definido.
Principal capital onde haverá segundo turno, São Paulo tem como grande desafio o déficit habitacional. A Folha de S. Paulo traz uma longa reportagem sobre moradia na capital: traz dados sobre invasões, o futuro do minhocão, favelas e requalificação do centro da cidade.
O ArchDaily traz o case da Urban-X, uma aceleradora de startups de urbantech, ou tecnologia urbana. O programa de aceleração é mais curto, de apenas 6 meses, e tem foco em novas empresas que promovam melhorias urbanísticas para as cidades.
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