QuintoAndar entra no mercado de compra e venda de imóveis
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QuintoAndar entra no mercado de compra e venda de imóveis

03 dez 2019
Redação Imobi
Redação Imobi
8 min
QuintoAndar entra no mercado de compra e venda de imóveis

O QuintoAndar entrou no mercado de compra e venda de imóveis residenciais. A operação piloto estreou ontem, dia 2 de dezembro, com a abertura da plataforma para a captação de apartamentos usados no Centro de São Paulo e nas zonas Oeste e Sul da capital. O preço dos imóveis deve variar de R$ 200 mil a R$ 3 milhões e o QuintoAndar cobrará uma taxa de corretagem fixa de 6% por transação.

“A linha entre alugar, comprar e vender imóveis está cada vez mais tênue”, disse o cofundador e presidente da startup, Gabriel Braga, para o Valor. Ele avalia que proprietários que já usam a plataforma para alugar seus imóveis podem ter interesse na venda. E que o mesmo ocorre com os inquilinos, que podem manifestar interesse pela compra.

A promessa com a nova operação segue a linha adotada com a locação: menos burocracia. O QuintoAndar já está trabalhando em parcerias com bancos para uma solução de financiamento imobiliário, o que portais como o ZAP já oferecem. E anunciou que deve fazer parcerias também com outras imobiliárias – algo já tentado em locação, mas que enfrentou enorme resistência entre os imobiliaristas – e com incorporadoras, para atuar na venda de unidades novas.

“É curioso notar o fato de eles, talvez por serem uma empresa de outra geração, usarem informações antigas num contexto de inovação. Eles mencionam que o processo de compra e venda hoje dura em média 480 dias, e esta é uma informação totalmente desatualizada”. O comentário é trecho de uma publicação feita no LinkedIn por Florian Hagenbuch, CEO da Loft, agora concorrente do QuintoAndar, que foi além: “Eles estão certos, o que é bom tem de ser copiado. Vemos como uma homenagem”. A provocação refere-se ao uso de pequenos caminhões para publicidade em São Paulo, estratégia usada primeiro pela Loft e, depois, pelo QuintoAndar. 

Quem também ingressa nessa disputa é a Kzas, com uma aposta ousada na privacidade dos usuários. Nela, compradores indicam suas preferências e a inteligência artifical da Kzas busca imóveis que “dão match” com este cliente. Toda a negociação – incluindo financiamento e registro do imóvel – é conduzida por meio da plataforma e os dados do comprador são mantidos em anonimato. Nada de telefone, e-mail ou informações sobre renda nas mãos do vendedor. O modelo de negócios foi apresentado no WebSummit, em Lisboa, e já nasce respeitando o que manda a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Para entender como a LGPD vai afetar o mercado imobiliário, a CUPOLA promove na próxima semana um webinar dedicado ao tema. Participam da transmissão Rodrigo Werneck, CEO da CUPOLA, e Carlos Alexandre Perin, sócio-fundador da Perin & Dallazem Advogados. Será no dia 10 de dezembro, às 10h. A inscrição para assistir on-line é gratuita.

O aumento das taxas de condomínio em São Paulo faz com que os proprietários baixem os valores do aluguel. Pesquisa realizada pela LAR.app aponta a má gestão como a principal vilã da cota condominial. “Quando alguém vai alugar um apartamento, costuma olhar o valor total. A pessoa soma condomínio e aluguel e avalia quanto vai custar para morar ali. Então, dentro desse valor fechado, à medida que o condomínio aumenta, o aluguel precisa diminuir. Trata-se de uma verdadeira ‘conta da ineficiência’, que eleva o valor dos condomínios e deprecia o valor dos aluguéis”, disse ao Estadão o CEO da LAR.app, Rafael Lauand.


Incorporadoras

A construção civil brilha na bolsa de valores brasileira: as 11 incorporadoras listadas bateram recorde em valor de mercado, no último dia 21 de novembro. Segundo o Money Times, a soma chegou a R$ 42,4 bilhões. 

Com a inflação controlada e juros baixos, a atividade da construção civil impulsiona a geração de empregos. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em entrevista ao G1, o setor alcançou o maior nível de atividade e emprego dos últimos sete anos. “Os resultados consolidam a tendência de crescimento do setor”, avaliou a CNI.

O mercado imobiliário se recupera, mas o crédito para a habitação popular preocupa. “Todas as projeções são de otimismo, mas a fonte de financiamento é uma preocupação. Temos certeza que o mercado de classe média vai embora, vai em frente, mas nos preocupa o orçamento cada vez menor justamente onde se concentra o déficit”, afirma o presidente da Cbic para a Folha de S. Paulo. Por outro lado, segundo a Abrainc, a redução dos juros pode dar acesso ao crédito para 2,8 milhões de famílias.


Tecnologia

Que ano para a SoftBank. Em curta retrospectiva: a WeWork, uma das startups investidas pelo fundo japonês, passou por um desastre na abertura do IPO. O seu valuation caiu mais de US$ 30 bilhões em poucos dias e a SoftBank prometeu desembolsar US$ 5 bilhões para segurar as pontas. Os investidores japoneses acabaram fechando o ano com um prejuízo de US$ 6,5 bilhões.

A WeWork continua apresentando resultados negativos. No terceiro trimestre, perdeu cerca de US$ 1,25 bilhão. A gigante dos coworkings já demitiu mais de 2.400 colaboradores e está terceirizando mais de mil empregos. Estes, que não eram sindicalizados até então, estão se organizando coletivamente e cobrando responsabilidade da companhia. A WeWork também está sofrendo investigações da Comissão de Valores Mobiliários americana por suas práticas financeiras. Enquanto isso, a SoftBank trabalha no “pacote de resgate” da startup. Já investiu US$ 1,5 bi e está levantando fundos para bancar outros US$ 3 bilhões. (inglês)

Esqueça o hype. O CEO da SoftBank, Masayoshi Son, declarou que vai mudar o foco de investimentos do seu fundo, dando prioridade para startups com fluxo de caixa sustentável e estável. Em suas palavras: “Sem múltiplos valores brutos da mercadoria, sem receita ou assinantes. Estes são valores difíceis de justificar [para os investidores]. Um múltiplo de fluxo de caixa livre, nada mais. Esqueça o hype”. (inglês)

Três startups do imobiliário investidas pela SoftBank e que podem ser afetadas pela decisão são a Compass, a Opendoor e a Katerra. Há a possibilidade de que elas tenham que segurar as pontas e mudar algumas estratégias, focando na garantia de lucro. A Katerra, em especial, startup que pré-fabrica componentes de construção, viu seu CEO substituído pela terceira vez em quatro anos – um mau sinal. (inglês)

Já a Compass está sendo processada pela Realogy por práticas comerciais injustas e ilegais, “com objetivo de vencer seus rivais a todo custo”. Há alguns dias, a startup acusada procurou um juiz para solicitar que o processo fosse resolvido fora dos tribunais. A Compass argumenta que ambos são membros do Conselho do Mercado Imobiliário de Nova York, e que devem se sujeitar às regras do grupo, que exigem que os membros resolvam disputas sem a participação do Judiciário. (inglês)


Mundo

A Ikea irá construir casas sustentáveis no Reino Unido. A gigante da decoração tem uma parceria com a Skanska, uma companhia de construção offsite, e já tem casas na Suécia, Finlândia, Dinamarca e Noruega. Um conselho britânico de residências acessíveis autorizou as construções e oferecerá as terras, cobrando apenas uma renda anual pelo uso. Em contrapartida, receberá 30% das propriedades para usar como moradias populares, enquanto as demais poderão ser vendidas. (inglês)

Já em Seattle, nos EUA, a Amazon deverá abrir no início de 2020 um abrigo para pessoas em situação de rua localizado dentro da sua nova sede. Além de subsidiar a construção, a gigante de tecnologia se comprometeu a arcar os custos com a manutenção, serviços e segurança oferecidos. O abrigo faz parte de uma parceria da Amazon com a Mary’s Place, uma instituição sem fins lucrativos que atende mulheres, crianças e famílias em situação de rua. Apesar dos esforços, a Amazon amarga uma grave crise de imagem na cidade: muitos moradores atribuem à empresa, com razão, o aumento nos custos de vida e o crescimento da desigualdade local. (inglês)

Dois adultos com seus respectivos salários, três filhos e nenhuma casa. Esta é a história de uma família que mora em uma van em Salinas, Califórnia, EUA. A cidade localizada no condado de Monterey tem cerca de 8 mil crianças em idade escolar que moram nas ruas. Variando o pouso entre o meio da rua, fazendas ou estacionamentos de hospitais, o California Sunday conta mais sobre a rotina da família que mora em uma região onde a agricultura é tão forte que é conhecida por “alimentar a nação”. Perto do Vale do Silício, Salinas foi ocupada por gigantes da tecnologia e viu o custo de vida alcançar níveis muito altos, colocando várias pessoas nas ruas. (inglês)


Estamos de Olho

Um artigo do Conselho de Real Estate da Forbes traz o tema “Tecnologia no mercado imobiliário e a conexão humana: maximizar eficiência sem perder o contato pessoal”. A autora trata sobre como a empatia, a compreensão e algumas habilidades humanas são difíceis de serem reproduzidas pela inteligência artificial, por enquanto. E traz dados, como uma pesquisa recente que apontou que nove em cada dez adultos da geração Z (nascidos entre a metade dos anos noventa e 2010) gostaria de um corretor para comprar um imóvel. Esta geração, nascida na tecnologia, quer um corretor participativo, que entenda suas demandas e valores, e consiga encontrar casas que são uma extensão desses valores.

Ainda no artigo, são levantadas três dicas para usar a tecnologia a seu favor: use a tecnologia para facilitar o contato e converter leads, para manutenção do relacionamento com clientes já existentes e para conhecer melhor sobre seus clientes e suas necessidades. Artigo completo, em inglês.

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