OLX anuncia compra do Grupo ZAP: o que vem por aí
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2,9 bilhões de reais: esse foi o valor da aquisição do Grupo ZAP, anunciada pela OLX na última semana. A compra ainda deve ser aprovada pelo Cade e a expectativa é de que ela ocorra no segundo semestre. De acordo com a EXAME, após a aquisição a OLX deve ser avaliada entre 2,5 e 3 bilhões de dólares. Já o UOL aponta que o portal de classificados terá mais de 12 milhões de anúncios de imóveis e 40 mil imobiliárias e corretores parceiros.
Procuramos a OLX para saber mais detalhes da operação. Por e-mail, o CEO Andries Oudshoorn respondeu que pretende tornar os processos de compra, venda e aluguel mais seguros, simples, convenientes e eficientes. “Nós pretendemos alavancar a nossa capacidade de inovação para entregar uma proposta de muito mais valor agregado para todos os nossos usuários, como a oferta de mais serviços de financiamento e seguros, explorando melhor oportunidades emergentes no mercado de imóveis e com foco na melhor experiência do consumidor”.
Quando questionado sobre projetos do Grupo ZAP, como a operação de iBuyer, Andries afirma que, por enquanto, as políticas e projetos de cada uma das empresas se mantêm independentes, até a aprovação pelo Cade: “Após a conclusão da transação, os times diretivos da OLX Brasil e do Grupo ZAP irão trabalhar juntos para as definições do negócio”.
Rodrigo Werneck, CEO da CUPOLA, fez uma análise sobre o significado desta movimentação: “ao contrário dos unicórnios, que levantam ou namoram a bandeira da desintermediação, a OLX consolida seu posicionamento como parceiro de incorporadoras, imobiliárias e corretores de imóveis. E os dados sobre demanda que a OLX poderá prover ao mercado seguramente serão relevantes, colocando players locais em condições de enfrentar ameaças intensivamente capitalizadas.”
Por falar nos unicórnios, o QuintoAndar deu uma escorregada na segmentação de um disparo de e-mail no fim de semana. E acabou por revelar um experimento da startup que avança na desintermediação: a demonstração de imóveis sem corretor, direto com o proprietário. O laboratório foi Goiânia, onde, segundo o e-mail, “essa é uma prática comum no mercado”. O engano foi justificado pela startup de tecnologia como “erro humano”, no que deveria ser apenas a divulgação de “um teste feito com pouquíssimos visitantes”.
Segundo a Folha de S. Paulo, a CredPago planeja lançar um banco digital para o setor imobiliário. Irá atuar especialmente no aluguel, no pagamento por cartão de crédito e parcelamento de dívidas de inquilinos.
A JFL Living é um braço da JFL Realty que atua com multifamily. O preço de entrada na empresa é uma mensalidade de R$ 6,5 mil por um imóvel de 36m² que inclui, além do aluguel, condomínio, contas de luz e água, limpeza, internet, lavanderia e café da manhã, entre outros. A CEO da empresa, Carolina Burg, participou do podcast Banco Imobiliário, da Infomoney, e falou sobre seu modelo de negócios, imóveis, clientes e concorrência.
A oferta aos clientes de serviços além da moradia é tendência mundial. Nos EUA, por exemplo, preocupar-se com o wellness (bem-estar) dos moradores significa oferecer espaços para meditação, sauna e massagem. Ambientes para recebimento de encomendas passam a ser encarados como pré-requisito. Há edifícios que disponibilizam tablets nos seus lobbies, com informações sobre horário do transporte público, tempo de espera por Uber e informações sobre o trânsito local. Há também empreendimentos com seus próprios aplicativos, pelos quais moradores podem acessar informações sobre o condomínio e até sobre seus vizinhos. (inglês)
Estamos de Olho
No último dia 8 foi comemorado o Dia Internacional das Mulheres. Aqui no Imobi, ao longo de todo o mês de março traremos conteúdos sobre elas e o mercado imobiliário. Para começar, produzimos uma reportagem especial com mulheres que vivem o dia a dia nas imobiliárias e construtoras. Além de uma análise da participação delas no setor, trouxemos seis perfis de mulheres e suas histórias. Aqui, alguns destaques:
“A luta da mulher é uma luta constante. Por mais longe que a gente alcance, tem sempre aquele olhar desconfiado pro nosso lado, e a gente tem que seguir. É nisso que a gente tem que acreditar. Lidar como iguais e agir como tal”, Mariana Giorgi, diretora da Compacto Imóveis.
“As mulheres no nosso ramo ainda não têm tanta evidência. A participação das mulheres como corretoras ainda é mínima. Nas construtoras, é comum ver uma participação maior, mas em cargos administrativos. No cargo comercial, que é o que eu desempenho, são pouquíssimas e dá pra contar nos dedos quantas mulheres ocupam o cargo que eu ocupo”, Camila de Sá Pacheco, gerente comercial da construtora R Dimer.
“[O imobiliário] é uma área cheia de oportunidades em que a mulher pode trabalhar, administrar seu tempo, conciliar vida pessoal com profissional, e essa multifuncionalidade, típica das mulheres, é muito forte e faz diferença no mercado”, Roseli Capelletti, diretora de vendas da Anagê Imóveis.
“(A mulher) é mais humanizada, relacional e o mercado exige isso, esse olhar diferenciado em todas as etapas: no comprador, no inquilino, no vendedor”, Ana Lídia Pinheiro, coordenadora comercial da Cid Imóveis.
“No mercado imobiliário de Alagoas, a decisão da escolha do imóvel, seja para comprar ou alugar, é composta na sua maioria pelo público feminino, isso gera uma empatia na hora de mostrar um imóvel, pois a mulher entende mais rapidamente as dores e as necessidades da cliente”, Solange Syllos, diretora da Zampieri Imóveis.
“A impressão é que, num cargo de liderança, as mulheres precisam de um interlocutor para sua ideia valer. Com isso, muitas mulheres que fazem um trabalho formidável acabam sendo invisibilizadas”, Marília Gonzaga, diretora-presidente da Gonzaga Imóveis.
Pela primeira vez, duas arquitetas venceram o prêmio Pritzker. O mais importante reconhecimento da arquitetura mundial premiou as irlandesas Yvonne Farrell e Shelley McNamara. Aqui, uma breve galeria para conhecer o trabalho da dupla.
Cristina Heltsley é uma freira de São Mateo, na Califórnia, a poucos quilômetros da sede do Facebook. Ela dirige uma organização sem fins lucrativos que adquire imóveis em leilões de private equity para transformá-los em residências populares. Irmã Cristina tem em sua “carteira” 10 imóveis, que adquiriu com a ajuda de fundações, corporações, doações e empréstimos. O repórter Conor Dougherty lançou o livro “Golden Gates: Fighting for Housing in America” que e conta essa história. Você pode ler um trecho aqui. (inglês)
Incorporadoras
Todos os dias, 2,7 mil famílias deixam de ter acesso à casa própria, segundo a ISTOÉ. O Minha Casa Minha Vida, que está suspenso para faixas de renda mais baixas, também segue indefinido para as faixas 1,5 e 2, uma vez que governo destinou R$ 295 milhões para subsídios, quando deveria ter reservado R$ 900 milhões.
Já segundo balanço da CBIC, o MCMV respondeu por 50,6% dos lançamentos do último trimestre de 2019. O percentual, que já foi de 56%, segue em queda.
A paralisação de repasses do MCMV no final de 2019 afetou os resultados da MRV. Para 2020, a incorporadora aposta suas fichas em novos produtos para duas faixas: clientes que estariam classificados na faixa 1 do programa habitacional e clientes com renda mais alta, que não seriam contemplados.
Fora do MCMV, a concessão de financiamentos para compra e construção de imóveis em janeiro de 2020 apresentou uma alta de 42,7% em relação ao mesmo mês em 2019, segundo a Abecip.
Nesse cenário, são as empresas de médio porte que passam a se destacar no mercado imobiliário. O presidente da Ademi explica: “No passado, as empresas maiores estavam muito capitalizadas e as pequenas e médias em um patamar abaixo nesse quesito. Elas não conseguiam competir na compra de terrenos. A crise mudou essa dinâmica”.
A onda de IPOs evidencia esse movimento. Neste mês, foi a Riva 9 Empreendimentos Imobiliários uma das incorporadoras a abrir o pedido de entrada na bolsa.
Uma nova pesquisa da Vitacon com a Ibespe aponta que 31% das pessoas estariam dispostas a dividir sua moradia. Dentre elas, 9% dividiria mesmo sem conhecer os demais moradores. A maior parte dividiria alguns ambientes: 25% topariam compartilhar a sala de estar e de TV, enquanto 21% dividiriam a cozinha e a copa. E 55% das pessoas que responderam morariam em imóveis pequenos se tivessem áreas de convivência confortáveis e planejadas.
Agenda
O Smartus Proptech Summit acontece em São Paulo no próximo dia 19. No evento, serão 40 palestrantes que tratarão sobre os principais assuntos de tecnologia no imobiliário: 5G, IoT, Realidade Virtual, Realidade Aumentada e novos métodos de construção, entre outros. O Imobi Report estará presente e nossos leitores têm 30% de desconto no ingresso, clicando aqui.
Já nos dias 24 e 25 de março, em Curitiba, a inGaia realiza a 5ª edição do Masters inGaia. O primeiro dia do encontro é exclusivo para clientes. O público geral pode comprar seu ingresso para o segundo dia neste link.
Tecnologia
Proptechs e construtechs brasileiras captaram, em 2019, R$ 1,9 bilhão. Trata-se de um aumento de 264% em relação ao ano anterior.
A RuaDois, spin-off da imobiliária Beiramar, de Brasília, cresceu em média 35% ao mês no seu primeiro ano de atuação. A startup funciona no modelo B2B, atuando dentro de imobiliárias no apoio à transformação digital.
A Tuim é uma startup de aluguel de móveis por demanda. São cerca de 100 itens de casa, que vão de sofás e camas até tapetes e banquetas. O aluguel tem duração de seis meses a três anos. E a startup recupera os móveis antes de voltar a locar. Segundo a CEO, seu público são “seres cambiantes. São aquelas pessoas que mudam de acordo com a fase da vida, seja de casa ou ambiente da residência”.
A Beike, startup de aluguel residencial chinesa, recebeu uma rodada de aporte de U$ 1,5 bilhão – sendo U$1 bi da Softbank. A aposta, em tempos de Coronavírus, soou arriscada para o mercado. (inglês)
Enquanto isso, a Oyo Hotels, startup também financiada pela Softbank, anunciou o corte de 5 mil vagas de trabalho, muitos na China. Segundo o CEO, o corte veio em um processo de reestruturação, pois em 2020 o objetivo da Oyo é crescer com lucratividade. (inglês)
Mundo
A True Home é uma startup mexicana que começou como um iBuyer, mas expandiu seu negócio para um modelo com corretores próprios, a exemplo da Redfin. Levantou U$ 8,8 milhões em uma rodada de investimentos série A, que foi liderada pela monashees, uma gestora de venture capital brasileira. Com apenas três anos, a True Home já é top 5 entre as imobiliárias da Cidade do México e pretende assumir a liderança agora que está capitalizada. (espanhol)
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, em sua campanha de reeleição, afirmou que a capital francesa deve se tornar uma “cidade de 15 minutos”. Usando o conceito de hiper proximidade, afirmou que Paris precisa se remodelar para que seus moradores possam ter todas as suas necessidades atendidas (trabalho, lazer, saúde e cultura) em apenas 15 minutos. Para funcionar, exige que os bairros tenham em si o máximo de serviços possíveis, misturando áreas residenciais, comerciais e escritórios. Barcelona (Espanha), Oregon (EUA) e Melbourne (Austrália) já fizeram movimentos nesse sentido. (inglês)
Uma comunidade em Londres formada apenas por mulheres idosas. Essa é a Older Women’s Co-Housing, que é direcionada por e para “mulheres mais velhas, que tiveram suas vidas e carreiras nas quais os homens assumiram as responsabilidades”. Os aspas são de uma das cofundadoras, Shirley Meredeen, que tem 90 anos. Com uma média de idade de 73 anos, a comunidade tem 25 flats disponíveis e já há lista de espera. (inglês)
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