Fim do monopólio da Caixa sobre FGTS gera disputa em Brasília
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Está em curso uma disputa pela gestão do FGTS. Ontem, notícia do Globo afirmava que o Governo Federal pretende quebrar o monopólio da Caixa na operação do fundo, abrindo espaço para bancos privados. Segundo a matéria, a estratégia seria usar a mesma Medida Provisória que libera os saques do FGTS, feita pelo deputado Hugo Motta (PRB), e seria fruto de um acordo entre o Palácio do Planalto e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Quem não gostou nada da notícia foi o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Segundo ele, a medida impactaria especialmente as populações mais pobres. ”Nos dez anos do Minha Casa Minha Vida, a participação dos bancos privados é quase inexistente. Essas instituições estão presentes preponderantemente no Sul e no Sudeste, enquanto a Caixa está em 97% dos municípios brasileiros. Em 711 cidades só existe a Caixa. Isso quer dizer que o financiamento nas proximidades dos grandes centros até pode ficar mais barato, mas a 300 quilômetros de Manaus, o crédito vai ficar mais caro”, disse.
“A Caixa Econômica Federal é o único banco capaz de gerir o FGTS”, havia dito Guimarães, dias antes. Após saber dos rumores sobre a tentativa de abrir a gestão do FGTS para outros bancos, Guimarães foi pessoalmente conversar com 50 deputados e 10 senadores. Desde ontem, permanece “acampado” no Congresso para conversar com outros parlamentares e afirmou que, diferente do que foi noticiado, não partiu do governo a proposta.
A repercussão foi tamanha que o próprio presidente Jair Bolsonaro afirmou, ontem, ser contrário à quebra de monopólio da Caixa. Bolsonaro disse que tanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, como Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, têm a mesma opinião. Para o Globo, o presidente foi além: disse que, caso o Congresso aprove a mudança, ele vetará.
Outra Medida Provisória também mira o FGTS. Pretende acabar com a multa adicional de 10% que empregadores pagam à União quando demitem um funcionário sem justa causa. Com a medida, construtoras devem ser diretamente afetadas, já que deve reduzir a captação de recursos do FGTS, usados para garantir empréstimos para a construção de unidades do MCMV.
Mais de 8 mil unidades do Minha Casa Minha Vida serão canceladas. No período de 24 a 31 de dezembro de 2018, o ex-ministro das Cidades, Alexandre Baldy, autorizou a construção de 17.404 imóveis da faixa 1 do MCMV. O problema é que as despesas não estavam previstas no Orçamento, o que vai contra a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)
A Incorporadora Helbor pretende fazer uma oferta subsequente de ações para captar cerca de R$ 558 milhões. A intenção é usar o valor captado para investir em novos empreendimentos, inclusive na compra de terrenos.
IMOBILIÁRIAS
Um repórter da Veja passou uma tarde na sede do QuintoAndar, em São Paulo, e fez um relato sobre a rotina da startup. Já em entrevista para a Gazeta do Povo, o cofundador André Penha falou sobre os próximos passos da empresa, que incluem a entrada no mercado latinoamericano, expansão nas cidades onde já está presente e a entrada em novas, além de investimento em tecnologia e contratação de profissionais.
“Maior imobiliária do Brasil”, o Governo Federal também enfrenta problemas com gerenciamento de estoque. Só neste ano, gastou pelo menos 500 mil reais com condomínio de imóveis desocupados em Brasília. Segundo Fernando Bispo, secretário de Coordenação e Governança do Patrimônio da União, em outubro está prevista a venda de 95 imóveis dos 289 imóveis funcionais vazios da capital. O governo espera arrecadar R$ 100 milhões.
Os bancos privados estão correndo para disputar com a Caixa e oferecer taxas de juros mais baixas nos financiamentos de imóveis. O Bradesco, por exemplo, reduziu de 8,20% para 7,30% a taxa mínima da linha de crédito imobiliário. O Itaú também baixou a taxa de juros, para 7,45%.
TECNOLOGIA
Enquanto o Rock in Rio rolava, algumas usuários do Airbnb tiveram reservas na cidade canceladas. Anfitriões estariam cancelando as reservas, muitas feitas com antecedência, para superfaturar com locações de última hora.
Nos EUA, o Airbnb se comprometeu a investir em moradias acessíveis. Com um orçamento de 25 milhões de dólares, os investimentos da plataforma estão previstos para Los Angeles e São Francisco, e envolvem a construção de imóveis com aluguel acessível, disponibilizando estes imóveis para famílias de baixa renda. Apesar de soar um bom investimento, de acordo com os preços locais, a quantia só é suficiente para construir 76 casas.
A startup de hotelaria Sonder, que já é unicórnio, pretende bater de frente com a gigante do setor, Marriott. A Sonder reforma e aluga imóveis abandonados, como antigas fábricas, delegacias ou hotéis históricos, por curtos períodos. Segundo seu cofundador, Francis Davidson, até 2025, o faturamento da Sonder será maior do que o da rede Marriott. O desafio é grande: a rede hoteleira administra mais de 1 milhão de quartos, enquanto a startup conta com 10 mil unidades.
MUNDO
O prazo para o Reino Unido decidir se vai sair da União Européia, e como vai fazer, está acabando. Enquanto isso, há uma preocupação no mercado imobiliário local quanto à desvalorização dos imóveis – em setembro, a queda no preço dos imóveis foi de 0,2%. Segundo o Telegraph, Londres é a cidade mais afetada. A capital sempre teve preços mais altos, por isso pode enfrentar dificuldades em encontrar investidores para seus imóveis.
Na semana passada, bolsas de toda a Europa fecharam em queda. Entre os motivos, notícias relacionadas ao Brexit.
Munique é a cidade mais propensa a uma bolha imobiliária. Segundo o índice anual Real Estate Bubble do UBS Group, a lista continua com Toronto, Hong Kong, Amsterdam, Frankfurt, Vancouver e Paris. Pela primeira vez desde 2011, não há nenhuma cidade americana na lista.
ESTAMOS DE OLHO
As últimas semanas foram intensas para a WeWork. A companhia trocou de CEO (Adam Neumann foi substituído por dois: Artie Minson e Sebastian Gunningham), oficialmente retirou seu IPO e está considerando congelar seus investimentos na China. Apesar dos problemas enfrentados pela startup, uma coisa é certa: a WeWork faz barulho e precipita mudanças no mercado de escritórios. Dois artigos sobre o tema: no The Economist, uma análise sobre o atual ambiente laboral e a necessidade de reinvenção. Já no Business Insider, como a companhia pode afetar o mercado imobiliário nova iorquino.
A Apartment List analisou a configuração de casas e famílias americanas. A principal questão apontada é que jovens estão morando por mais tempo com seus pais, casando mais tarde e dividindo casas com outras pessoas com mais frequência. Confira a pesquisa completa aqui (em inglês).
Quem estiver em Floripa no dia 18 de outubro poderá participar do Secovi Imobi Summit 2019. O evento aborda locação e administração de imóveis com mais de 20 especialistas. Rodrigo Werneck, CEO da CUPOLA, irá palestrar pela manhã, apresentando “7 dicas para quem precisa acelerar urgentemente a angariação de imóveis”. Já Michel Prado, editor do Imobi Report, participa à tarde, com o tema “O futuro das imobiliárias de locação: oportunidades de inserção nas cidades e junto às novas gerações”. As inscrições estão abertas.
Se você perdeu, fica a dica: nosso editor também conduziu um webinar comentando as 10 lições do Conecta Imobi 2019, junto com a head de Mídia e Conteúdo da CUPOLA, Aline Pavezi. O vídeo está disponível aqui.
E nesta semana, em Curitiba, acontece o Fórum Imobiliário Curitiba, realizado pela Smartus. O Imobi Report vai cobrir o evento, que irá abordar temas como crédito, força de vendas, tecnologia e softwares, pesquisa do mercado local e as mudanças na Lei de Zoneamento em Curitiba. Será nesta quinta-feira, 10 de outubro. Ainda dá tempo de se inscrever.
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