Compartilhamento de imóveis: brasileiros investem em multipropriedades
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Compartilhamento de imóveis: brasileiros investem em multipropriedades

10 nov 2022
Rodrigo Arend
Rodrigo Arend
6 min
Compartilhamento de imóveis: brasileiros investem em multipropriedades

Resumo

Modelo de negócio que envolve o compartilhamento de um imóvel entre vários donos, o mercado de multipropriedades está recebendo investimentos

Modelo de negócio que envolve o compartilhamento de um imóvel entre vários donos, o mercado de multipropriedades está recebendo fortes investimentos no Brasil. Este formato ganhou espaço, principalmente, entre clientes de alto padrão e luxo, com a decolagem ocorrendo a partir do declínio da pandemia.

O cliente de alta renda busca praticidade e conforto, mas também gosta de ter dinheiro na mão. Ao mesmo tempo, ele vem descobrindo que não precisa custear sozinho uma casa para usá-la somente em seus dias de lazer. 

Já que esta residência não é usada durante o ano inteiro, já pensou se ele puder dividir a conta? E, melhor ainda: quando for usar o imóvel, não precisar se preocupar com manutenção e contar com serviços dignos de um hotel cinco estrelas?

Por conta destas vantagens, o mercado de multipropriedade teve crescimento médio de 24% ao ano desde 2017. Os dados são da pesquisa “Cenário do Desenvolvimento de Multipropriedades no Brasil”, da Caio Calfat Real Estate Consulting. 

Investimento em multipropriedades: oportunidade para compartilhar bens e dividir gastos

Referência em multipropriedades no Brasil, a Prime You tem 13 anos de trajetória e bens compartilhados que vão muito além dos imóveis – mas que conversam bastante com o público de consumo de luxo. A empresa cresceu 52% em 2020 e 40% em 2021. A previsão para 2022 é manter o mesmo ritmo e crescer mais 40%.

Entre as operações de compartilhamento, estão o segmento de aviação, que envolve a compra de cotas de aeronaves, helicópteros e também o uso para táxi aéreo; os carros esportivos de luxo, com cotas a partir de R$ 330 mil; e iates de até 95 pés. Recentemente, a empresa tornou-se a primeira do Brasil a ser certificada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para atuar com propriedade compartilhada de aeronaves, além de ter investido R$ 90 milhões para a compra de cinco novos barcos para seu portfólio.

“Em todos os casos, a compra é compartilhada, mas o uso é exclusivo. É a possibilidade de diversificar patrimônio e não ter as dores de cabeça típicas de um proprietário, como manutenção, conservação e limpeza. O volume de negócios vem crescendo de maneira surpreendente e, além do investidor mais jovem, os clientes tradicionais também vêm tendo ótima adesão”, afirma Marcus Matta, CEO da Prime You.

No segmento de imóveis, o início das atividades aconteceu em 2019. A principal aposta foi em casas luxuosas no litoral de São Paulo e Rio de Janeiro, incluindo uma embarcação disponível para uso da família proprietária. As residências são divididas em quatro cotas e, neste modelo, os valores começam em R$ 6,8 milhões. A taxa mensal de manutenção para um imóvel deste perfil fica na faixa de R$ 28 mil. Futuramente, a Prime You pretende diversificar seu portfólio, colocando no mercado imóveis com cotas a partir de R$ 1 milhão. 

Resid: novata com projeção bilionária

De olho neste nicho de mercado, surgiu em 2022 a Resid. A empresa deu início às operações com o anúncio de lançamentos de clubes de residências privadas. Com investimento previsto para os próximos cinco anos de R$ 1,1 bilhão, serão lançados empreendimentos em 12 dos principais destinos de lazer do país. A expectativa da empresa é de, até o final de 2024, atingir um VGV acumulado de R$ 6 bilhões.

Os clubes contarão com um serviço de hotel cinco estrelas e com as vantagens da casa própria, em destinos exclusivos. Os proprietários possuem a escritura deste imóvel, com direito a uma fração física e de tempo de uso ao longo do ano. Para exemplificar, com R$ 180 mil será possível compartilhar uma fração de tempo em um clube de residência privada, no qual o valor da residência integral poderia chegar a R$ 9 milhões.

Além de ser dono do imóvel, o associado tem outras vantagens. “O proprietário vai poder utilizar com quem ele quiser, quando ele quiser e onde for de sua vontade naquele momento. É claro que, para isso funcionar, existem regras para preservar a equidade dentro do nosso clube para todos os membros. É também um produto substituto da hotelaria. Os proprietários deixam de pagar diárias altas nos seus hotéis de luxo preferidos por meio da compra de um dos nossos projetos. Passa a ser um ativo, e não mais um passivo”, afirma Paulo Henrique Barbosa, CEO da Resid. 

A captação de interessados, no momento, acontece apenas no contato direto. “Ainda não temos um programa de indicações e afiliados desenvolvido, mas é uma ideia para o futuro, já que o member get member [marketing baseado em indicações] é um canal natural para nossos produtos. Trazer mais canais ‘boca-a-boca’ faz muito sentido, desde que se mantenha o perfil do nosso cliente e a exclusividade da comunidade”, finaliza.

MyDoor: aposta no papel do corretor e focada em solucionar dores

“As empresas de multipropriedade aprenderam a vender exclusivamente por meio direto, mas nós entendemos que o papel do corretor é essencial para atrair mais negócios e acelerar nosso crescimento. Neste sentido, trabalhamos os leads trazidos por corretores, e eles são recompensados por trazer-nos estes clientes”, afirma Fabio Godinho, CEO e cofundador da MyDoor, startup de residências de alto padrão que surgiu em maio deste ano. 

A empresa atua diretamente na venda de casas fracionadas em até oito cotas, com valores a partir de R$ 185 mil, mas há opções que chegam a R$ 6,5 milhões. Já a taxa de manutenção mensal varia conforme o porte do imóvel e serviços adicionais contratados, mas começa nos R$ 900.

Seguindo uma linha um pouco diferente das concorrentes, a MyDoor aposta no modelo de parcerias com imobiliárias e corretores, além de ter um valor de entrada democrático. Segundo Godinho, a persona procurada pela empresa são famílias com filhos de até 15 anos e renda mensal a partir de R$ 30 mil.

“São algumas dores que identificamos neste cliente. O dinheiro que ele precisa aplicar para ter um segundo imóvel, a dificuldade para financiá-lo, o alto custo mensal de um imóvel ocioso e as dores de cabeça de lidar com a manutenção de uma casa deste tipo. Propomos resolver todos estes problemas, oferecendo cotas de valor acessível, soluções de financiamento e um pacote de manutenção com custo dividido em até oito proprietários”, explica Godinho.

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