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As três ondas da pandemia no mercado imobiliário
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As três ondas da pandemia no mercado imobiliário

30 jun 2020
Redação Imobi
Redação Imobi
9 min
As três ondas da pandemia no mercado imobiliário

A pandemia continua trazendo inúmeras consequências para o mercado imobiliário, como era de se imaginar. Veja o caso dos imóveis comerciais: como o home office tende a ser mantido mesmo no período pós-quarentena, muitos dos espaços ocupados por escritórios atualmente devem mudar ou até deixar de existir. São Paulo, inclusive, deve sofrer uma onda de devoluções de escritórios já no segundo semestre deste ano.

O espaço demais no escritório passa a ser de menos em casa, para quem pode escolher. Um reflexo interessante disso é observado nas casas localizadas em condomínios, que estão passando por uma onda de valorização. No Distrito Federal, por exemplo, a procura e venda de imóveis como esses aumentaram 15% desde março. O Estadão fez até uma lista com três razões para trocar o apartamento por uma casa de condomínio. 

Com os imóveis menores, outro fenômeno começa a ser observadouma onda de devoluções de imóveis alugados por estudantes. Sem aulas presenciais, os alunos estão voltando para as casas de suas famílias, em suas cidades de origem, o que preocupa o mercado imobiliário principalmente em cidades universitárias, como Bauru, no interior de São Paulo.

Todas essas ondas refletem mudanças nas preferências das pessoas. Ao menos daquelas que podem escolher, o que é sempre bom lembrar. O Estadão destaca a demanda por imóveis longe de grandes centros urbanos e também mais espaçosos. A propósito, esse desejo por mais espaço em casa é tão forte que há quem acredite que a metragem dos imóveis começa a valer mais do que a localização.

A Gazeta do Povo procurou identificar como essas mudanças todas devem moldar a “casa do futuro”. A partir de entrevistas comarquitetos, engenheiros e incorporadores, a reportagem listou nove características e nós destacamos as principais a seguir:

Uma casa viva, dinâmica e prática: se antes o imóvel podia ser só para dormir, agora ele é também home office, escola, restaurante. E a reportagem analisa que os cômodos devem ser flexíveis para as demandas dos moradores, sem deixar de serem práticos. Inclusive, a facilidade de limpar um ambiente deve ser levada em consideração. Tchau, carpetes.

Espaço de descompressão e sensação de acolhimento: uma tendência é o foco nas varandas, quintais e terraços – aqueles lugares com bastante sol e que podem ser utilizados para fazer aquela sua aulinha de yoga em casa. Também os banheiros, que viram sinônimos de espaço para autocuidado.

E-commerce e delivery: as compras online crescem a cada dia. Se já havia empreendimentos com propostas de espaços para receber as entregas dos moradores, este movimento foi muito acelerado.

Tecnologia e saúde: novas funcionalidades despontam com foco em diminuir o contato e promover práticas higiênicas. Por exemplo, acesso de portas com reconhecimento facial, uso de luzes ultravioleta e torneiras com ozônio.

Bioarquitetura: aqui, contempla-se o uso de materiais sustentáveis e produção da própria energia (como painéis fotovoltaicos e compostagem), mas também refere-se à valorização da natureza dentro de casa.

Já esta reportagem do Seu Dinheiro apontou cinco mudanças que devem permanecer no investimento em imóveis: a retomada da valorização da casa própria; ascensão do processo de compra digital; menos burocracia e aumento na busca por imóveis maiores e mais afastados dos grandes centros.

Há várias pesquisas apontando tendências para essa “casa do futuro”: imóveis maiores, mais conexão com a natureza, qualidade de vida. O que nos leva à pergunta: ainda somos os mesmos e moramos como nossos pais – só que fazendo compras online?


Imobiliárias

Um em cada cinco aluguéis residenciais de São Paulo passou por renegociação de contrato nos últimos meses, segundo dados da AABIC-SP. A maior parte, 90%, contempla descontos temporários, que devem ser repostos posteriormente, enquanto 10% partiram para a redução do valor.

A CredPago lançou uma nova ferramenta de negociação de dívidas. O “Fica Azul” funciona assim: a imobiliária solicita a negociação da dívida e o cliente pode fazer uma contraproposta. Com o acordo feito entre as partes, a CredPago, então, paga os valores para a empresa e o cliente passa a quitar os valores devidos para a startup, de forma parcelada, conforme acordado.

As vistorias nos imóveis nunca foram tão importantes. Elas devem ser como um colete salva-vidas para quem está viajando de barco. Esta analogia consta em artigo publicado no Imobi nesta semana, com a Hauseful, mostrando os desafios para garantir que tudo dê certo nesse processo.

E, por falar em vistorias, o que a Lei do Inquilinato diz sobre elas? O Estadão explica em detalhes a legislação

Imobiliárias apostam na curadoria de imóveis para alavancar as vendas durante a pandemia. É o caso da JBA Imóveis, de Curitiba (PR), e a Anagê, de Joiville (SC), que estão realizando campanhas de vendas focadas em públicos específicos neste período. “A seleção de imóveis que fazemos se torna atrativa justamente porque é como se alguém estivesse fazendo o trabalho por você. Mas, assim como acontece com outras listas de internet, o consumidor só vai levar a sério se quem estiver fazendo a lista tiver credibilidade e decidimos entrar nessa onda porque temos um nome forte e respeitado no mercado”, explica Rodrigo Manteuffel A. da Silva, diretor administrativo financeiro da Anagê.

Já a gigante RE/MAX está apostando em uma estratégia que envolve engajamento de seus colaboradores. Eles serão os agentes responsáveis por viralizar os vídeos gravados pelo apresentador Ciro Bottini, com informações e fotos dos imóveis que estão comercializando. Outros players também estão apostando em oferta de imóveis online com descontos para compra ou locação

Os consórcios imobiliários vêm ganhando mercado. O segmento acumulou um crescimento de 9,7% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Para os clientes que têm financiamento, uma dica é a portabilidade de crédito para bancos que estejam oferecendo taxas mais atrativas, agora que a Selic está cada vez mais baixa.

A queda da Selic, aliás, também favorece a compra de imóveis por investidores. O mercado imobiliário se tornou uma ótima opção para quem quer retornos a curto prazo, com os aluguéis.

Para não perder um bom negócio, tem até quem já fez mudança dos móveis do cliente! Quer conhecer essa história? Fernando Gross conta essa experiência inusitada em artigo publicado no Imobi nesta semana.


Incorporadoras

Apesar da crise sanitária, a procura por imóveis aumentou, desde o alto padrão até o Minha Casa Minha Vida. Segundo a Cyrela, para o Extra, a busca por moradias da incorporadora que se enquadram no MCMV cresceu 200%.

No Nordeste, com a retomada do comércio, a procura por imóveis ainda é tímida, mas já está aumentando. Comparado aos últimos três meses, já representa um crescimento de 20% a 40%.

A Housi fez as primeiras aquisições com o dinheiro arrecadado com seu Fundo ImobiliárioOs dois empreendimentos residenciais localizam-se em São Paulo e pertenciam à Vitacon, de onde surgiu a Housi…

Na próxima semana, entre os dias 6 e 10 de julho, acontece a Semana de Marketing e Vendas com foco na Construção Civil. O evento é online e gratuito. Traz mais de 50 palestras e talks. Rodrigo Werneck, CEO da CUPOLA, será um dos mediadores. Para se inscrever, clique aqui.


Techs

Em 2017, um estudo do Goldman Sachs estimava que até 2025 o mercado de realidade virtual no imobiliário seria equivalente a mais de 2 bilhões de dólares. Ainda faltam cinco anos, mas a pandemia veio para acelerar esta projeção. A InstaCasa, por exemplo, startup de projetos para loteamentos, já está fazendo uso de realidade virtual para demonstrar projetos que ainda nem foram construídos.

A Meualu, plataforma de locação gaúcha, lançou o programa Meualu Juntos. Neste, pequenas imobiliárias e corretores autônomos podem criar seu próprio site, anunciar e divulgar imóveis gratuitamente.

Durante a pandemia, muitas pessoas estão precisando ou optando por liquidar seus ativos. Então, as empresas que oferecem a opção de iBuyer podem se tornar um atrativo. Fernando Nekrycz, CEO da Xaza, escreveu um artigo que analisa que o iBuyer é uma boa opção para quem tem pressa, mas para quem pode negociar, vale a pena esperar.

E se você tem dúvidas sobre o que é e como funciona a modalidade de iBuyer, o Imobi Explica!


Mundo

Segundo uma pesquisa da Universidade de Chicago, quanto mais bem desenvolvido o país, mais adaptável ao trabalho remoto: em Luxemburgo, 53,42% da população pode aderir à modalidade. Enquanto isso, só um em cada quatro trabalhadores brasileiros pode trabalhar de casa.

Em Tóquio, no Japão, 48,9% é a taxa de moradores que quer viver no campo, no futuro. Muito do movimento se dá pela possibilidade do trabalho remoto, da exaustão das pessoas por terem que praticar o isolamento em imóveis pequenos e, também, por incentivos governamentais. Desde 2018, o governo japonês lançou um programa que pagava um auxílio a moradores que deixassem a capital. Há também pequenas ilhas com subsídios mensais, que arcam com a mudança e, inclusive, que oferecem bônus ou uma vaca (isso mesmo) como recompensa para novos moradores.

Um levantamento da Apartment List aponta que 17% dos americanos desejam se mudar até o final do ano. Por outro lado, 30% postergaram a mudança por motivos sanitários. Dos que pretendem se mudar, 32% têm motivos financeiros e querem pagar valores mais baratos, tanto no aluguel quanto no financiamento. Já 29% querem morar em lugares menos populosos, enquanto 19% vão aproveitar o home office para trocar de cidade. Pesquisa completa aqui, em inglês.

Convenhamos, luxo mesmo é ter acesso à boa internet. E este está se tornando critério importante para a compra de imóveis. Uma corretora estava prestes a fechar um contrato de 700 mil dólares, à vista (cerca de R$ 3,7 milhões) para uma casa nas Montanhas Catskill, em Nova York, quando o cliente viu que a internet no imóvel era por satélite. Para não perder a venda, Jennifer teve que entrar em contato com o proprietário, que providenciou internet a cabo, de alta velocidade.

Um costume nova-iorquino de final de semana era se reunir com amigos, visitar um imóvel decorado e ir para um brunch (refeição que é entre um café da manhã e um almoço). O coronavírus acabou com essa prática, claro, mas o mercado aponta que as visitas estão, aos poucos, voltando a acontecer na cidade. Com algumas mudanças, as visitas são limitadas para possíveis compradores, o uso de máscara e desinfetantes é obrigatório e os clientes não podem tocar em nada.

Inclusive, nos EUA, a venda de imóveis novos cresceu 16,6% em maio.


Estamos de Olho

Despejados em plena pandemia, um grupo de catadores se uniu para cobrar políticas de moradia e acesso a emprego em Brasília. “Desta vez, ainda queimaram o acampamento. Eu me senti como se fosse um lixo, um nada”, relatou uma das participantes.

As academias de condomínios estão entre os motivos pelos quais os síndicos têm sido mais pressionados neste momento. Embora a flexibilização de áreas comuns fique a critério da administração de cada condomínio, a AABIC de São Paulo recomenda que a reabertura desses espaços só aconteça se estiver seguindo “um tripé de segurança”, formado por medidas de distanciamento social, uso de máscaras de proteção e higienização frequente. 

Apesar da pandemia, o brasileiro parece estar otimista em relação à inflação no país. De acordo com pesquisa realizada pela FGV, a expectativa dos consumidores para os próximos 12 meses é de 4,8%. Há um ano, em junho de 2019, a expectativa era de 5,4%.

O segredo dos atletas de alta performance pode ajudar corretores de imóveis a vender mais. A gerente de contas e sócia da CUPOLA, Kariny Martins, garante que há uma relação direta entre esses dois tipos de profissionais, sim! Para isso, basta que eles aprendam a treinar seus cérebros e Kariny dá dicas de como fazer isso, em artigo publicado no Imobi.

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