GPTW
Inovação

Imobiliárias e incorporadora certificadas pelo GPTW

Confira cases de imobiliárias e uma incorporadora que são referência na gestão de pessoas, premiadas e certificadas pelo Great Place to Work (GPTW). Confira também nosso conteúdo sobre Ikigai e as boas práticas em gestão de pessoas no mercado imobiliário.

Crédito Real (RS)

“Nós éramos um RH mais tradicional até poucos anos atrás, mas vimos a necessidade do mercado, das pessoas, de melhorar nosso RH e nossa gestão de pessoas”, conta Marlise Viau, gerente de RH da Crédito Real, imobiliária que atua em várias cidades do Rio Grande do Sul.

Marlise Viau, gerente de RH

Antes mesmo da pandemia do coronavírus, uma das preocupações da Crédito Real foi digitalizar e aderir a plataformas que apoiassem a gestão de pessoas. Hoje, a imobiliária tem um próprio EAD, uma wiki com documentos da empresa, um webcenter, além de um onboarding totalmente online. “Essas plataformas são facilidades que vão fazendo com que a gente consiga ter uma conexão com o nosso funcionário e que não se perca histórico”, analisa a gerente.

Já com a chegada da crise sanitária e do isolamento social, a empresa buscou uma consultoria para acelerar a adoção do home office com qualidade. “Nossa maior preocupação é que nosso colaborador estivesse assistido e acolhido. Por isso, esse trabalho vai além do RH, a gestão e os líderes devem ter um diálogo claro e rico com seu time. A equipe não pode ficar em casa sem informação, e, ainda, nós não podemos ficar sem informações sobre essa pessoa. Precisamos saber: a pessoa precisa de uma cadeira? Consegue trabalhar de casa? Divide seu espaço com mais pessoas. Poder dar essa ajuda nesse momento tão difícil que é quando mais precisamos de calor humano, faz toda a diferença?”, comenta.

Por isso, a Crédito Real adotou algumas práticas que promovem o diálogo aberto. Há gestores que fazem uma roda de chimarrão para começar o dia com suas equipes, pesquisas quinzenais com foco na saúde do colaborador, e, principalmente, uma constância na comunicação entre empresa e colaboradores.

Crédito Real GPTW
A roda virtual de chimarrão da Crédito Real

Ainda, como imobiliária, Marlise reforça a importância de ter o corretor dentro do time. “Antes, víamos que as imobiliárias tinham os colaboradores de um lado, os corretores de outro, mas não é assim que funciona. Hoje todas as ações que promovemos pensamos como ofertar para o funcionário e para o corretor. O corretor é a nossa conexão com o cliente final, ele precisa se sentir parte, ele é nosso parceiro, é muito bem-vindo. A questão de ser CLT ou autônomo não é o foco, mas sim estarmos todos juntos pelo mesmo objetivo”, comenta.

Souza Gomes Imóveis (Juiz de Fora, MG)

Ainda na década de 1980, a Souza Gomes Imóveis, imobiliária de Juiz de Fora, Minas Gerais, comprou uma página inteira do jornal local e colocou uma foto dos colaboradores, com a frase “o sucesso da Souza Gomes está no trabalho da equipe”. Quase 40 depois, o sucesso permanece na gestão de pessoas. “A preocupação com pessoas está no DNA da Souza Gomes, desde quando meu pai estava à frente da empresa”, conta Diogo Souza Gomes, CEO da imobiliária.

Diogo Souza Gomes, CEO da imobiliária

A mudança mais recente na gestão de pessoas foi em 2015, com a mudança de sede. A empresa aproveitou o momento e se planejou para inaugurar um escritório com um conceito diferente. Hoje, os colaboradores podem até descansar na rede entre um atendimento e outro.

“De 2015 pra cá, com um espaço maior, com uma estrutura melhor, passamos a nos dedicar a projetos para o bem-estar do colaborador. Hoje temos várias iniciativas que preservam a saúde do colaborador, desde o plano de saúde até projetos paralelos. Por exemplo, há o projeto Corretor Corredor, antes da pandemia, a cada 15 dias um personal trainer fazia aula de funcional e acompanhava a evolução da corrida dos nossos corretores. Pagamos a inscrição dos nossos colaboradores nas corridas de rua da cidade. Não gosta de correr? Também temos aula de dança no escritório e um projeto de meditação duas vezes por semana”, conta Diogo.

E a preocupação com bem-estar vai além da questão de saúde: a Souza Gomes disponibiliza, também, uma biblioteca com mais de 500 livros, aberta ao público, e um clube do livro para os colaboradores.

Mas Diogo reforça que, antes de todas as boas práticas “diferentes” em gestão de pessoas, a empresa sempre teve uma preocupação com o salário. “Sempre buscamos sermos muito justos com o pagamento do funcionário e fazemos, no geral, pagamentos acima da média. Entendemos que, assim, conseguimos colocar pessoas mais capacitadas para trabalhar com a gente. Optamos por ter uma equipe menor e de alto desempenho, que ganhe mais no resultado”, aponta.

Espaço para descansar entre um atendimento e outro

Com os corretores, a relação de parceria é essencial. Há, por exemplo, uma funcionalidade no site da Souza Gomes pela qual é possível acessar o perfil de cada corretor da equipe. “O mercado imobiliário, em regra geral, ainda está muito atrasado na relação com o corretor. Vemos muita empresa do mercado imobiliário que acha que se treinar demais, esse corretor vai sair, vai virar meu concorrente. Eu discordo, a conexão com o corretor é muito importante. Entendemos o corretor como parceiro do nosso negócio e buscamos incentivar isso. Temos treinamentos, cursos internos que falam sobre como cuidar das redes sociais e da marca dele, por exemplo”, conta.

Há outra questão a ser observada: não precisa ser gigante para ter boas práticas em gestão de pessoas. “Nós estamos no interior de Minas Gerais. Não temos a potência de uma empresa de São Paulo, nem a verba de uma construtora, por exemplo. Quando a empresa é grande, a gestão de pessoas entra no fluxo de custos e não faz tanta diferença. Mas quando a empresa é pequena, a gestão tem que estar na ponta do lápis. Mas dá para fazer diferente, dá para ter alta performance, principalmente com projetos criativos e muitas vezes até sem custo”, aponta Diogo.

A. Yoshii Engenharia (Londrina, Maringá e Curitiba-PR; e Campinas-SP)

A A.Yoshii, incorporadora com projetos no Paraná e em Campinas, São Paulo, é uma das construtoras certificadas pelo GPTW e com um trabalho atento em gestão de pessoas. 

“Buscamos uma certificação para garantir e validar todo o nosso trabalho com os nossos funcionários através de programas de compliance, de regras claras e bem definidas, onde procuramos respeitar nossos clientes, fornecedores e colaboradores. Ou seja, nós cuidamos das pessoas, desenvolvemos as pessoas, as inspiramos, nos comunicamos, falamos e ouvimos, temos também a prática de agradecer e celebrar”, conta Aparecido Siqueira, diretor de Recursos Humanos do Grupo A.Yoshii.

Aparecido Siqueira, diretor de Recursos Humanos do Grupo A.Yoshii

Como incorporadora, algumas das relações trabalhistas são diferentes das imobiliárias. É o caso de uma preocupação maior com aspectos de Saúde e Segurança no Trabalho, por exemplo. “Desde a contratação dos funcionários, já temos um trabalho de acolhimento, onde a agenda dos 15 primeiros dias é bem estruturada e definida para eles conhecerem a empresa, nossos valores. No programa de integração, há cartilhas de compliance, conduta, manual do trabalhador, manual de segurança, de meio ambiente, isso tudo é bem orientado desde os primeiros 15 dias”, compartilha o diretor. “E temos projetos específicos, como o RH nas Obras. Este é um projeto que incentiva boas práticas em gestão de pessoas para engenheiros, gerentes de obras e colaboradores, garantindo que a disseminação da cultura não fique só nos escritórios, no RH e chegue até as equipes”, conta.

A empresa trabalha a cultura de agradecimento e valorização de todos os colaboradores

E há uma cultura de agradecimento e valorização de todos os colaboradores. “Uma das ações que promovemos é, na entrega de um empreendimento, comemorar com a equipe, agradecer publicamente e ter uma lista de colaboradores que participaram de cada projeto para os futuros moradores daquele empreendimento, para agradecer o trabalho bem feito. Isso é muito rico, o colaborador se sente valorizado”, comenta.

A incorporadora também aposta nas pesquisas recorrentes para avaliar o clima organizacional e no treinamento de lideranças. “Nós treinamos nossa liderança para cuidar das pessoas: nossos líderes além de serem tecnicamente bem conceituados, tem uma preocupação com o colaborador. Devemos pensar nos gestores como professores da marca, que vão propagar a cultura da empresa, construir nossas metas juntos, inspirar os colaboradores”, conclui o diretor.

Casarão Imóveis (Santa Maria e Pelotas – RS)

Até 2013, a Casarão Imóveis não tinha nem um gestor no RH. Todos os processos burocráticos eram terceirizados. A mudança de chave veio quando a diretoria percebeu que, para profissionalizar a empresa, precisava profissionalizar sua relação com seus colaboradores. Foi em 2019 que o processo de gestão de pessoas foi totalmente integralizado e foi criada uma nova área, a área de gente e comunicação.

“A gente veio num despertar de profissionalização. E para manter e captar talentos, precisávamos valorizar, desenvolver nossos colaboradores, investir em benefícios. E percebo que o mercado está puxando isso. Nos últimos anos, falava-se muito sobre digitalização, sobre “perder nosso lugar para os robôs”, e aí começa a valorização do colaborador. Investir no humano, no que nos faz diferentes das máquinas”, conta Carolina Brum, gerente de Gente e Comunicação da Casarão Imóveis.

Carolina Brum, gerente de Gente e Comunicação da Casarão Imóveis.

A pandemia do coronavírus acabou chegando em um momento em que a Casarão já estava bem desenvolvida em termos de gestão de pessoas, mas acabou impulsionando projetos que ainda não tinham saído do papel. “A pandemia deu visibilidade para algumas práticas que já tínhamos e nos despertou para outras que precisávamos começar. Lançamos, por exemplo, o Zenklub, uma plataforma de saúde mental que dá acesso a terapia, por exemplo. Temos eventos como o ‘vamos falar sobre’, um evento para tratar sobre assuntos além do mercado de trabalho, como masculinidade tóxica, sobre propósito… Oferecemos também treinamentos de Comunicação Não-Violenta para toda a equipe”, conta Carolina.

Correio de gentilezas, um projeto de feedbacks, para Whatsapp

O momento atual acaba gerando uma maior necessidade de valorização do outro e, para Carol, “estamos mais despertos para dar e receber mais carinho e atenção”. Por isso, para a Casarão, os Equipamentos de Proteção Individual, EPIs, vão além dos equipamentos de segurança: são também escuta, comunicação transparente e afeto.

Para desenvolver a escuta e a comunicação transparente, por exemplo, foi desenvolvido o “Termômetro da quarentena”, um questionário enviado regularmente a todos os colaboradores. Também foi lançado o “Pergunte à direção”, cujas perguntas são respondidas em vídeos pelo Presidente e pelo CEO da Casarão. “A partir dos espaços de escuta criados, acolhemos angústias, incentivamos o diálogo e obtemos informações para planejar boas práticas que contribuem para gerar mais confiança e segurança”, analisa Carolina.

E o afeto está sendo o principal “Equipamento de Proteção” da equipe. “Identificamos a necessidade de suporte instrumental (material, equipamento, ferramentas) e suporte emocional. Foi com afeto que, no primeiro mês de quarentena, nos concentramos em oferecer o máximo de apoio e acolhimento, e detectamos a necessidade de reconhecimento. Adaptamos o nosso Correio de gentilezas, um projeto de feedbacks, para Whatsapp, uma ação simples e sem custo, capaz de desencadear emoções positivas e promover bem-estar”, conta a gerente.

“Quando falamos sobre propósito com a equipe, comunicamos o propósito da Casarão: ser reconhecida como um lugar que as pessoas queiram estar, promovendo desenvolvimento humano, sustentável e criativo para levar mais oportunidades para as pessoas. E o principal feedback que recebemos é ‘como a empresa está mais humana’. E é muito recompensador”, comemora.