“Veremos maior procura por garantias mais sólidas em locação”, diz CEO da CredPago
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Desde o início da crise da Covid-19, o Imobi vem ouvindo especialistas do mercado imobiliário para entender os impactos e caminhos para o setor. Confira entrevista com Jardel Cardoso, CEO da CredPago, startup de garantia locatícia.
Como a CredPago tem operado no período de isolamento?
A CredPago é uma empresa de garantia locatícia que emprega muita tecnologia em seus negócios e no dia a dia de sua operação. Conseguimos rapidamente deslocar nosso time para trabalhos remotos em 100% dos setores.
Temos uma grande vantagem nesse sentido, pois temos nosso desenvolvimento feito totalmente interno e esse time não mediu esforços para que todas as áreas da empresa pudessem manter o ritmo de entrega, mesmo trabalhando de forma remota.
Há expectativa de alta inadimplência? Como a CredPago está se preparando para essa possibilidade?
É natural o aumento no número da inadimplência em momentos como o que estamos vivendo. Não se sabe ao certo até onde irá toda essa restrição e até onde as empresas irão continuar pagando salários sem que possam operar. Isso traz uma insegurança muito grande na família que paga aluguel e, parte delas, precisará renegociar os pagamentos para que possam fazer frente a outros compromissos financeiros existentes. A CredPago tem lançado iniciativas para auxiliar essas pessoas a honrarem seus aluguéis e, ao mesmo tempo, ajustarem melhor seu orçamento familiar.
Lançamos para os clientes que possuem contrato de locação garantido pela CredPago, o Aluguel Parcelado. Serão 3 mil famílias que estamos oferecendo a oportunidade de parcelarem seus aluguéis no cartão de crédito em até 3x sem juros ou em 6x repassando apenas os custos da operação. Esse parcelamento se dará de forma simples, bastando acessar o site e fazer a solicitação. A imobiliária parceira da CredPago, administradora do contrato, irá receber a solicitação, conferir as informações e autorizar a CredPago a realizar o parcelamento. Feita a operação, a CredPago repassa o valor do aluguel para a imobiliária em até 3 dias úteis após a data de vencimento do contrato de forma integral.
Como foi o processo de criação do Aluguel Parcelado?
Estamos sempre atentos às necessidades do mercado. Temos um compromisso de buscar soluções que sejam realmente úteis à vida das pessoas.
Quando a Covid-19 virou uma pandemia e as restrições de mobilidade iniciaram, logo percebemos que muitas pessoas iriam ter dificuldades em honrar seus aluguéis em dia. Como já temos toda a estrutura de pagamentos por cartão de crédito online funcionando, decidimos construir rapidamente uma plataforma que permitisse às pessoas parcelarem seus aluguéis e, assim, melhorar seus orçamentos familiares.
Parte do nosso time trabalhou durante o final de semana de suas casas, pois já estávamos em quarentena, e no início da semana seguinte já tínhamos a estrutura pronta. Nesse período, fizemos todas as análises financeiras para saber quantos contratos poderíamos subsidiar os custos financeiros dessa operação, e chegamos ao número de 3 mil contratos. Então, serão 6 mil famílias beneficiadas. Inquilinos que conseguirão pagar seus aluguéis e proprietários que poderão contar com o recebimento em dia dos seus valores, injetando assim R$ 10 milhões na economia desse setor.
Quais outras estratégias a empresa pretende tomar para lidar com a crise da Covid-19?
Estamos acompanhando diariamente os movimentos do mercado e da pandemia. Sabemos que será um momento onde precisarão ser feitas muitas negociações entre inquilinos, imobiliárias e proprietários. Temos outros projetos em estudos para, se necessário, lançarmos nesse momento. Mas, por ora, iremos auxiliar nossos clientes e parceiros a superarem essa crise, da melhor maneira possível.
Já foi possível perceber mudanças de comportamento nos seus clientes?
Percebemos uma redução significativa no volume de novos negócios de locação. Muitas regiões do Brasil estão em quarentena e isso implica na impossibilidade do deslocamento. Em vários condomínios, estão sendo proibidos os acessos de corretores e vistoriadores e isso impacta nas visitas e vistorias aos imóveis.
As consequências dessa crise ainda são incertas, mas que impactos você já consegue ver no horizonte, pensando no mercado imobiliário brasileiro?
O mercado imobiliário, assim como a maioria dos setores da economia, vinha em um ritmo bem animador de crescimento. Compra, venda e locação em alta, assim como lançamentos. Será mais lenta a retomada ao ritmo que estávamos e, dependendo do tempo em que forem impostas as quarentenas, poderemos não recuperar mais este ano no ritmo que estávamos vendo até a chegada da pandemia.
Acredito que veremos algumas mudanças significativas em nosso setor, seja por um aumento nas operações online, legado das restrições do momento. Seja por uma maior procura por garantias mais sólidas em contratos de locação, uma vez que contratos sem garantia ou garantidos por fiadores pessoas físicas, serão os mais impactados pelas inadimplências.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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