“Ouvir as mulheres no imobiliário não é caridade, é business”
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Uma pesquisa da Brain Inteligência Estratégica afirma que as mulheres têm a maior parcela do poder de decisão na compra de um imóvel. Além disso, levantamento do DataZap realizado no ano passado destaca que mais de 60% das buscas por imóveis nos portais de ZAP e Viva Real foram feitas por mulheres. Elas também são maioria entre os profissionais que atuam nos setores administrativos das imobiliárias. Entre os corretores, elas são mais de 40%, conforme dados do Cofeci.
Com base nessa perspectiva, a diretora executiva do SOMA, Raquel Trevisan, destaca que as mulheres que atuam no mercado imobiliário devem ser ouvidas não por caridade, mas por business. “O ponto de vista das mulheres é importante para a perspectiva dos negócios, por dinheiro mesmo. É para vender mais, ter clientes melhor atendidos, equipes mais acolhidas e mais produtivas”, defende. O SOMA é um evento promovido pelo Instituto Mulheres do Imobiliário (IMI), com o objetivo de incentivar o protagonismo feminino na área.
Raquel ainda salienta que a trajetória das mulheres, em todos os segmentos, é marcada por obstáculos adicionais, em comparação aos enfrentados pelos homens. Por isso, ela reforça que as mulheres precisam ser F.O.D.A., acrônimo para Focada, Organizada, Determinada e Amar muito o que faz. De acordo com ela, esses pilares ajudam as mulheres a encontrar equilíbrio entre as demandas profissionais e pessoais. “Muitas mulheres se orgulham, por exemplo, de serem multitarefa, mas isso pode levar a altos custos emocionais”, afirma.
A diretora do IMI, Elisa Rosenthal, complementa que cada vez mais mulheres apresentam síndromes como Burnout e outras relacionadas ao esgotamento mental. Para a executiva, é necessário buscar a equidade de gênero, que é diferente de igualdade. “A gente precisa entender e assimilar que a diferença existe. Nós não queremos ser iguais, e nem poderíamos ser. A equidade não é igualdade. Equidade é saber que existem questões que são diferentes”, diz.
Elisa esclarece que equidade de gênero também não é uma oposição aos homens, mas sim a aceitação das diferenças. Ela também critica grandes empresas que adotam uma postura de igualdade superficial, sem realmente abordar as necessidades específicas de cada gênero.
No caso das mulheres que assumem cargo de liderança, essa jornada pode ser ainda mais desafiadora e até solitária. “Quem discute solidão na liderança? É muito solitário, principalmente para uma mulher. Quando um homem se posiciona assertivamente, ele é visto como decidido, enquanto uma líder feminina é frequentemente adjetivada como desagradável. Além disso, muitas vezes essa mulher é retratada como a mãe ausente, e isso tem um peso na sociedade”, afirma.
A diretora do IMI, Elisa Rosenthal, e a diretora executiva do SOMA, Raquel Trevisan, compartilharam esses e outros insights no episódio “Tem que ser F.O.D.A. para ser mulher no imobiliário”, do podcast Modo Avião. O episódio está disponível no Spotify e no Youtube. Confira!
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