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Fim do Carnaval: cadeia da construção civil tem visão otimista para 2024

Passados os dias de folia, o início do ano (agora oficial) traz consigo um clima otimista para a cadeia da construção civil no Brasil. Indicadores e divulgações realizadas por players do setor convergem para a perspectiva de um ano promissor. 

A Cyrela, gigante da construção, por exemplo, divulgou prévia que indica uma receita de R$ 8,89 bilhões em 2023, alta de 12% sobre o ciclo anterior, ritmo que espera manter. Já a Vitacon, focada em imóveis compactos em São Paulo, anunciou que quer atingir R$ 1,5 bilhão em vendas nos próximos 12 meses. 

Outros players, e também outros segmentos dentro da cadeia da construção, entendem que o ciclo deve reservar bom potencial para a produção de imóveis, realização de reformas e giro de negócios.

Crescimento sustentável para o setor da construção civil

A resiliência da construção civil em meio aos desafios enfrentados por outros setores durante a pandemia volta a ser destacada. Com crescimento de 9,7% no PIB em 2021 e 6,9% em 2022, o setor está engatando um desenvolvimento sólido. 

“Os resultados convergem para uma ascensão consistente, ilustrada por dados da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A redução da taxa Selic é apontada como um estímulo ao consumo, beneficiando diversos setores ligados à construção civil”, avalia Roberto Braz Thá, diretor da Thá Engenharia.

O executivo pontua que fatores como a queda da taxa de juros, que já registrou nova queda em 2024, permite que aqueles que de alguma forma estão vinculados à construção civil colhem benefícios.

“As empresas nos setores de logística, comércio, indústria e habitação avançam em seus projetos de negócios, gerando novos postos de trabalho e impulsionando a economia circular. Como resultado, o poder de compra aumenta, dadas as oportunidades de financiamento, e os investimentos em patrimônio tornam-se mais atraentes.As construtoras, por sua vez, expandem seus portfólios”, destaca Thá.

Setor de materiais de construção vem de momento de alta

A ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) divulgou balanço que aponta um final de 2023 “bom ou muito bom” para 53% das empresas associadas. As vendas em dezembro contribuíram para esse cenário positivo, e as projeções para janeiro de 2024 também são animadoras, com 70% das empresas esperando um desempenho bom ou muito bom. 

A pretensão de investimentos para o longo prazo também registrou um aumento significativo, atingindo 62%. Rodrigo Navarro, presidente da ABRAMAT, atribui o otimismo ao ambiente favorável, marcado pela queda da taxa básica de juros, controle da inflação e reformas estruturais.

“O otimismo do setor em dezembro está relacionado a fatores como queda da taxa básica de juros, controle da inflação e reformas como a tributária. Prova disso é a capacidade instalada, que apresentou aumento em relação ao mesmo período de 2023. Também é importante destacar que a indústria de materiais está otimista para 2024, haja visto que 70% dos associados esperam um janeiro bom ou muito bom. Seguimos trabalhando junto ao poder público e demais stakeholders para alavancar a indústria da construção”, pontua Navarro.