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ESG no mercado imobiliário: sustentabilidade e ações sociais serão tendências em 2023

As práticas ESG no mercado imobiliário estão em franca ascensão e devem se consolidar como política obrigatória para empresas do setor em 2023. 

Segundo o estudo ESG na Prática, divulgado no final do ano passado pelo CTE (Centro de Tecnologia de Edificações) e pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), 71% das empresas do setor cumprem ações de ESG, enquanto as outras 29% estão em fase de implementação.

As ações de ESG (sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança) incluem compromissos das empresas em adotar estratégias para redução de emissão de poluentes e de impactos nocivos ao meio ambiente; para promover a diversidade no trabalho e melhorias no entorno social; e para criar mecanismos de transparência e práticas anticorrupção nos processos corporativos.

No campo ambiental, o Green Building Council Brasil (GBC), entidade do movimento “green building”, de construções sustentáveis, anunciou que cerca de 200 empreendimentos lançados em 2022 tiveram o aval da Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) – sistema internacional de certificação e orientação ambiental, voltado para empreendimentos comerciais de alto padrão. 

Foi o melhor ano para o LEED nos últimos 5 anos, assim como para a certificação na área residencial (GBC Casa & Condomínio).

Foco na qualidade de vida

Para Avelino Neto, CEO da Yogha, startup paranaense de moradias por assinatura, a sustentabilidade e a tecnologia são pontos que convergem para a mesma questão: melhorar a qualidade de vida das pessoas de forma sustentável. “Essas duas questões estão redefinindo o futuro da construção civil, gerando menos lixo e reduzindo os impactos ambientais e o desperdício, oferecendo à sociedade opções de moradia que vão além da estética”, afirma.

Avelino destaca que hoje as incorporadoras têm como diretriz planejar seus empreendimentos já com o ESG em vista, o que se reflete também em todo o mercado de moradia. “Nós temos buscado valorizar os projetos que têm a sustentabilidade como um dos pilares, até porque isso também é um diferencial relevante no mercado. Morar num condomínio que tenha energia solar, luz natural, reuso da água e que se preocupe com o meio ambiente é o sonho da maioria das pessoas, principalmente por ser algo que também gera menos custos no final do mês”, aponta. 

Mercado de capitais atento à ESG

Neste contexto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou no último dia 2 de janeiro uma resolução que cria um novo regime para divulgação de informações de ESG para as empresas brasileiras de capital aberto. As novas normas permitirão que os investidores tenham informações mais claras, precisas e padronizadas sobre os pilares ambientais, sociais e governamentais das empresas.

Com isso, grandes construtoras correm para consolidar- se como empresas comprometidas com boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa. 

A MRV, por exemplo, divulgou no início do ano que foi selecionada pelo sétimo ano consecutivo para integrar a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), indicador que ajuda os investidores a priorizarem companhias preocupadas com questões de sustentabilidade em seus negócios.

“Para nós é muito significativo sermos reconhecidos mais uma vez neste índice que é tão importante para o desenvolvimento das organizações que investem em práticas voltadas ao ESG. Existe um grande empenho de toda a companhia para elevar o número e o nível de todas as ações de sustentabilidade, responsabilidade social e governança corporativa”, afirma Raphael Lafetá, diretor executivo de Relações Institucionais e de Sustentabilidade da MRV.