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De corretor a personalidade no bairro: um case de diferenciação pelo supernicho

Escolher um supernicho para chamar de seu pode ser o ponto de partida para o corretor de imóveis ganhar maior visibilidade e, principalmente, credibilidade no espaço em que atua. 

Ao deixar de ser generalista, atuando na captação ou venda de um tipo único de imóvel (ou para um perfil particular de cliente), ele se diferencia da concorrência e tem a oportunidade de estar envolvido em negócios mais lucrativos. 

Como é de se esperar, no entanto, o corretor não se torna um especialista em um estalar de dedos. É necessário investir tempo e recursos em estudar as características do nicho escolhido, as necessidades dos clientes, as tendências daquela região, as estratégias de vendas e assim por diante. Confira o caminho percorrido nessa direção pelo corretor e reconstrutor de imóveis Kleber Sobrinho. 

O nome dos empreendimentos como estímulo para o supernicho

O ponto de partida para aderir ao supernicho foi diferente para Sobrinho: a necessidade nasceu junto com a preocupação em ter uma identidade. Mas a chavinha virou de vez com um gatilho peculiar: ele percebeu que os clientes comentavam sobre um prédio ou outro do bairro chamando-os pelo nome do empreendimento.

Ao perceber o comportamento que se repetia, Sobrinho passou a estudar todos os prédios do bairro que atuava, mas não só isso. “Eu passava gravando (catalogando) nome do edifício, endereço, contatos de síndicos, porteiros, zeladores e até informações de infraestrutura do empreendimento. Tudo com o objetivo de saber com propriedade quando eu estivesse em um atendimento”, conta ele.

Com a atitude, o corretor não demorou para se tornar uma referência na região, recebendo boas indicações e se tornando destaque em vendas. “Com o crescimento, tive então a oportunidade de abrir minha própria unidade da rede, só que em outro bairro: um bairro estigmatizado, velho e que as famílias normalmente migram dele para outros bairros: estou falando do centro, o centro histórico de Porto Alegre”, continua Sobrinho. 

De um bairro familiar para um bairro peculiar 

Com um novo recorte geográfico em mãos, Kleber identificou de cara que ele tinha um novo desafio: entendê-lo. Agora, em vez de famílias, seu público eram estudantes e/ou pessoas que vinham de outras regiões do estado, buscando “apartamentos de passagem”. 

“Só que tinha um detalhe: quando eu cheguei lá, o preconceito com o bairro era gigante. Havia muitas notícias sobre insegurança, bairro escuro, além de ser naturalmente velho. Foi então que percebi a necessidade de ir além. Eu precisava desmistificar a imagem que o meu bairro tinha. Muita gente de fora falava mal, mas quem estava ali vivendo e empreendendo há anos, falava o quê? “, questiona ele. 

Foi então que o corretor passou a criar um relacionamento com a região e começou a frequentar, diariamente, os seus mais diversos estabelecimentos. E cada vez que percebia algo interessante e curioso, divulgava em suas redes. 

Com isso, não demorou para que ele se tornasse quase uma personalidade do centro histórico. “Assim eu passei a participar dos movimentos do bairro, feiras, caminhadas nos pontos turísticos, passeios de bicicleta. Tudo o que acontecia no bairro eu ficava por dentro e divulgava”, conta. Com as ações dando certo, Sobrinho decidiu criar o seu próprio movimento pelo bairro, denominado “Centro Histórico TEM”. A expectativa com o projeto era alta, mas o resultado foi ainda melhor.

De vendedor a personalidade, de personalidade a reconstrutor 

Ao ter levantado uma bandeira de posicionamento e defendido a ressignificação do centro histórico, Sobrinho conheceu movimentos comerciais e teve a oportunidade de fechar grandes negócios. “Negócios que inclusive renderam a nossa franquia da rede, além de um título de campeões em vendas”, conta.

O corretor passou a ser procurado por empresários, construtores e investidores da cidade para serem representados em negócios no bairro, assim como para avaliar previamente imóveis que iriam para o mercado. 

Dessa forma, Sobrinho encontrou um nicho abandonado e que demandava atenção especial. E hoje é CEO de uma empresa que compra esses imóveis, reconstrói e então disponibiliza novamente no mercado. “Faço o processo da forma que acredito que um imóvel usado deve ser vendido. E assim também volto lá no início de tudo, quando eu acreditava que precisava construir uma identidade”, diz ele. 

Mesmo acumulando mais de 10 anos com o projeto ativo, o corretor conta que mantém o hábito de sair pelas ruas do bairro procurando movimentos de novos negócios e até mesmo oportunidades de imóveis. 

“Por conta disso, fiz negócios, em números, que outros corretores não farão ao longo da carreira. Não porque não são bons profissionais, mas simplesmente por estarem focados na venda em si, não importando onde seja, sem foco em se tornarem especialistas de um segmento ou bairro”, finaliza. 

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