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Como o ChatGPT pode promover vantagem competitiva a corretores de imóveis?

* Por Hamilton Zambiancki

Com o avanço da tecnologia, a Inteligência Artificial (IA) tem se mostrado uma ferramenta cada vez mais presente no mercado imobiliário. Dos óculos de realidade virtual e aumentada, que possibilitam a clientes verem e simularem como o imóvel ficará mobiliado, a descritivos cada vez melhores via ChatGPT, que ajudam a atrair personas, o uso constante da IA levanta uma questão: como ela pode auxiliar o corretor de imóveis a se destacar?

De acordo com o professor, palestrante, consultor e conselheiro de inovação e marketing digital Edney Souza, o “Interney”, ferramentas como o ChatGPT precisam ser encaradas como parte integrante do processo. Porém, apesar de o mecanismo poder executar comandos de forma rápida, eficaz e assertiva, será preciso que a imobiliária ou o corretor de imóveis ensinem o ChatGPT a  trabalhar, instruindo-o para que as respostas sejam cada vez mais completas e detalhadas.

“Quando você pontua os detalhes do perfil do público e do tipo de imóvel que é trabalhado e a especialidade da imobiliária, além de todas as informações úteis e relevantes sobre o imóvel que você deseja descrever, as chances de o ChatGPT montar um material único e assertivo é significativamente maior. E isso pode ser decisivo para a promoção de vantagens competitivas entre um corretor de imóveis e outro”, analisa “Interney”.

Conexão com clientes ainda é peça chave

Para o especialista, a tecnologia deve continuar, sim, evoluindo até conseguir converter boa parte das atividades humanas em robóticas. No entanto, a solução para que um corretor de imóvel garanta o seu espaço, ainda que com esse avanço da inteligência artificial, é uma velha fórmula: seguir investindo nas conexões humanas com os clientes.

“Ambos [inteligência artificial e o corretor] vão coexistir, sim. Mas para isso, o profissional do imobiliário precisará entender cada vez mais as necessidades reais e o que os clientes estão buscando, além de saber identificar e, com isso, se conectar profundamente às particularidades emocionais que possam envolver a pessoa. Ou seja, será necessário se mostrar cada vez mais humano e evidenciar emoções”, afirma o especialista.

Para Edney, o direcionamento humano dado pelo corretor, apontando como as necessidades da pessoa podem ser atendidas em um determinado imóvel, será a ação decisiva que manterá o profissional no mercado de trabalho, junto com a IA.

Alerta: corretor precisa estar no domínio do trabalho da IA

Uma das principais dores do mercado imobiliário está na deficiência na aproximação entre cliente e corretores de imóveis. Para Edney Souza, o avanço das ferramentas de IA vai despertar nos profissionais o desejo de realizar ações mais dedicadas aos clientes, mas deve-se levar em consideração que é fundamental para o corretor estar atento para não se tornar refém e nem dependente do trabalho realizado pelas ferramentas digitais.

“Hoje é possível que a inteligência artificial monte, por exemplo, sugestões de roteiros para uma boa conversa com um possível interessado na compra de um imóvel. Agora, se o corretor deixar de ser criativo e humano e não ir além do que a IA produz, a probabilidade de ele ser substituído passa a crescer”, alerta o especialista, que foi um dos palestrantes do CUPOLA Summit, evento dedicado ao mercado imobiliário realizados nos últimos dias 12 e 13 de maio, em Curitiba (PR).