IA no mercado de locação: oportunidade estratégica ou armadilha de hype?

Resumo
O investimento global em IA alcança US$ 400 bilhões em 2025, mas boa parte ainda não gera resultados concretos. No mercado de locação, a tecnologia promete eficiência, redução da inadimplência e automação, porém muitos projetos falham por falta de estratégia e integração. Segundo a Alpop, o segredo é adotar a IA com foco, métricas claras e alinhamento operacional. Com prudência e gestão orientada a resultados, a IA pode se tornar vantagem competitiva real — não apenas hype.
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Nos últimos anos, um tsunami de investimentos em Inteligência Artificial mudou o debate sobre tecnologia. Só em 2025, US$ 400 bilhões foram destinados à infraestrutura para IA, com projeções de US$ 3 trilhões até 2028. Números impressionantes, mas nem sempre traduzidos em resultados concretos. Em levantamento realizado pela Alpop, integrando dados de diversas fontes, emerge um quadro preocupante: há estudos apontando que a bolha atual da IA já é 17 vezes maior que a das “dot-com” e quatro vezes a do subprime.
Para se ter uma ideia, a revista britânica The Economist reportou que 40% do crescimento do PIB americano foi impulsionado pelos investimentos robustos realizados em infraestrutura para operar a IA.
Para as imobiliárias de aluguel, essa história não é abstrata. O setor começou a experimentar IAs autônomas para atendimento, análise de crédito, precificação dinâmica, avaliação de risco e automação de contratos. A promessa é sedutora: mais eficiência, menos inadimplência, mais velocidade.
Mas é fundamental manter-se atento. Estudos recentes do MIT apontam que 95% dos projetos customizados para empresas ainda não entregam os resultados esperados. A adoção é alta; a transformação, baixa. Outro indicador importante, que tem passado despercebido pelos gestores do mercado imobiliário, deriva da seguinte pergunta: quantas ações um sistema autônomo é capaz de realizar com 99% de confiabilidade antes que seja necessária intervenção humana?
Longe de desaconselhar a adoção, a intenção desse levantamento feito pela Alpop é oferecer um framework decisório para que gestores de locação tirem o máximo resultado de suas estratégias de IA — adotando tecnologias de forma criteriosa, integrada e orientada a resultados.
O risco do “mais do mesmo”
A corrida para implementar IA sem planejamento estratégico pode gerar sistemas desconectados, dados mal integrados e processos mais lentos — exatamente o oposto do ganho prometido. Ferramentas que não conversam com o fluxo operacional da imobiliária acabam consumindo tempo e orçamento, sem melhorar o desempenho. Isso vale para análises de crédito automatizadas, chatbots de atendimento ou algoritmos de precificação: sem integração e alinhamento com objetivos claros, o hype vira custo fixo.
Não é raro gestores imobiliários relatarem que adotaram ferramentas de IA com a mesma velocidade com que precisaram descontinuá-las. Por isso, é essencial que a estrutura de gestão esteja preparada para acompanhar a evolução da iniciativa, monitorar indicadores de sucesso e entender os processos que serão transformados. Somente desta maneira a IA deixa de ser modismo e passa a ser vantagem competitiva.
Uma oportunidade real — com disciplina
Isso não significa descartar a IA. Pelo contrário: as tecnologias atuais oferecem meios concretos para que imobiliárias reduzam a inadimplência, acelerem o onboarding de inquilinos e aumentem a produtividade da equipe. Mas a chave é separar marketing de valor real. Projetos-piloto bem desenhados, métricas claras e integração profunda com os processos da empresa são os fatores que distinguem iniciativas bem-sucedidas das que entram para a estatística do fracasso.
Para nortear um investimento em IA no setor imobiliário, alguns princípios são essenciais:
- Começar pequeno e com hiperfoco: escolher um processo do negócio, bem definido e mensurável antes e depois da adoção da IA.
- Métrica fundamental de confiabilidade: quantas ações o sistema consegue executar com 99% de confiabilidade antes de precisar de intervenção humana.
- Métrica fundamental de transformação: houve aumento no número de negócios fechados? Margens ampliadas? Algum processo transformado com retorno de investimento sólido?
- Integração real: o projeto está conectado aos sistemas e fluxos da imobiliária, ou opera em paralelo?
Sem esse arcabouço, a tendência é que os investimentos em IA se percam em soluções pontuais ou gerem apenas reduções de custos operacionais, sem impacto verdadeiro na transformação do modelo de negócios.
Conclusão: prudência estratégica
A história das bolhas mostra que quando as expectativas se descolam da realidade, a correção vem — e dói. Para as imobiliárias de aluguel, adotar IA não deve ser um movimento impulsivo, mas estratégico, focado em resultados mensuráveis e alinhado à realidade do negócio. Com prudência e visão de longo prazo, a IA pode se tornar um diferencial competitivo genuíno, em vez de mais um modismo caro.
*Conteúdo patrocinado pela Alpop.
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