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Além da sustentabilidade: incorporação abraça conceito de saudabilidade

Há alguns anos, é possível observar o interesse dos clientes em imóveis mais sustentáveis e ecologicamente corretos. Paralelamente, há um movimento de crescimento dos mercados saudáveis, de health & fitness. A junção destas duas tendências é o que forma um novo conceito, o de saudabilidade. “A saudabilidade é a sustentabilidade na sociedade 4.0. Além de reduzir impactos ambientais, leva em consideração conceitos da natureza para promover o bem-estar e a saúde das pessoas”, explica Marcos Casado, engenheiro civil e especialista em construções sustentáveis e saudáveis.

Com a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus, esta preocupação com saúde, segurança e higiene deve aumentar exponencialmente. A Organização Mundial da Saúde cunhou o termo Síndrome do Edifício Doente, ou SED, que tem nos moradores do imóvel seus sintomas, que são provocados pela edificação, como: dores de cabeça frequentes, coriza, dor nos olhos e náuseas podem ser causados por uma arquitetura que não contemple o bem-estar e pela falta de manutenção dos imóveis.

Certificações de bem-estar e saudabilidade

Para acompanhar a demanda dos clientes, surgem como players no mercado imobiliário os certificadores de bem-estar. É o caso da Healthy Building Certificate, certificação da qual Marcos faz parte e é o CEO no Brasil. Com o Selo Casa Saudável, criado em 2014 pelo geobiólogo Allan Lopes, a empresa tem como guia a frase: “A natureza é o padrão”. Ou seja, a natureza sabe como adaptar-se para garantir equilíbrio, qualidade do ar, água e iluminação. É o que os empreendimentos devem fazer.

“Edificações orientadas à saúde e bem-estar são o novo passo da sustentabilidade, a saudabilidade. Empreendimentos certificados atendem a uma faixa da sociedade interessada em saúde e bem-estar”, analisa Marcos. E trazer para os novos projetos características sustentáveis e com foco no bem-estar tem vários ganhos para as incorporadoras: há a valorização do imóvel pronto ou do projeto do futuro imóvel, assim como o aumento da velocidade de venda ou ocupação. A marca também posiciona-se no mercado como uma empresa inovadora e assertiva, diferenciando-se perante o público que busca a saúde e bem-estar. No caso de projetos de escritório, há um diferencial extra: o aumento da produtividade dos colaboradores.

Além disso, Marcos explica que não é necessário prever um custo adicional na obra. “Quando estamos na fase inicial de um projeto, conseguimos implementar este conceito sem aumentar o custo. É mais uma questão de boas práticas do que novas tecnologias de alto custo”, afirma.

Como o imóvel afeta a saúde das pessoas?

  • Falta de iluminação ideal gera a falta de vitamina D. É importante prever janelas, entradas de luz e de sol na maior parte dos cômodos possível.
  • Acústica mal planejada também faz mal para saúde. Muito ruído libera cortisol, hormônio do estresse, que causa retenção de líquidos, gordura e arritmia cardíaca.
  • O PH da água afeta o bem-estar, uma vez que o corpo terá que reajustar o próprio PH para adaptar-se a água consumida. Por isso, o PH ideal da água é entre 7 e 9.
  • Com cada vez mais tecnologia dentro dos ambientes, novos riscos surgem. Aparelhos com alto uso de campos eletromagnéticos, como Wi-fi, se confrontam com o nosso bem-estar, uma vez que nosso corpo tem frequência elétrica baixa. Uma tomada mal localizada pode prejudicar o sono de crianças e adultos, por exemplo.
  • Importante ter atenção aos materiais usados na construção de edifícios, procurando materiais que não vão liberar toxicidade no ambiente. Há o exemplo de amianto, conhecido por causar alguns tipos de câncer, além de doenças respiratórias, e que só foi proibido no Brasil em 2017.
  • Os materiais de construção e decoração com formaldeído são muito comuns e seu uso não é regularizado no Brasil, podendo causar uma série de problemas de saúde como asma, câncer e alergias por conta dos seus compostos orgânicos voláteis.
  • Selecionar as plantas que estarão presentes no empreendimento não é só questão estética. Muitas purificam e reduzem compostos no ar, melhorando sua qualidade, promovendo saudabilidade, além de trazer o verde para dentro de casa.