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A mina de ouro dos financiamentos e otimismo no curto prazo: o horizonte traçado pela Lopes

Quais as expectativas do Grupo Lopes para 2024? Estar por dentro dos resultados e estratégias da companhia é uma maneira de entender como o mercado imobiliário brasileiro tende a se organizar.

No cenário nacional, aliás, os números da Lopes ajudam a explicar a relevância dos passos do grupo: 14 mil corretores associados, quase 200 lojas próprias e franquias, além de presença em todas as unidades da federação. É a única rede imobiliária do Brasil listada na B3, a bolsa de valores brasileira, o que eleva sua responsabilidade frente ao mercado e investidores.

A relevância do grupo também é validada pela presença de oito nomes na lista de 100 pessoas mais influentes do mercado imobiliário brasileiro, em ranking formulado por um júri reunido pelo Imobi Report e podcast Vem Pra Mesa. Um deles é Cyro Naufel, diretor institucional do Grupo Lopes.

Em entrevista exclusiva ao Imobi Report, Cyro Naufel afirma que 2023 deixou um legado melhor do que o esperado para o grupo e também para o mercado imobiliário, preparando terreno fértil para o próximo ciclo. 

Outros detalhes você confere a seguir, entre eles, o novo papel do corretor de imóveis e a importância dos financiamentos para o resultado da empresa.

Imobi Report: Visto que o andamento da economia e o mercado imobiliário possuem relação direta, como as decisões governamentais influenciaram o ano de 2023 no setor?

Cyro Naufel, diretor institucional do Grupo Lopes: Existia muita incerteza com a entrada do novo governo, o que deixou o mercado receoso no primeiro semestre. Em São Paulo, também tivemos situações como a aprovação do novo Plano Diretor e, mais recentemente, a nova Lei de Uso e Ocupação do Solo. São situações que fazem o mercado se segurar.

Aos poucos, o otimismo avançou. Tivemos o arcabouço fiscal aprovado, a reforma tributária avançou e a inflação permaneceu sob controle. Neste contexto, a queda dos juros começou a ser trabalhada e animou de vez o mercado. 

O momento é positivo ao ponto de, mesmo com um primeiro semestre cauteloso, 2023 ficar no pódio, no top 3 de resultados entre os anos do imobiliário desde 2019. Ainda há dados para consolidar, mas pode ser que 2023 supere 2022. 

É claro que a régua deixada por 2021 é fora da curva, pois os juros estavam muito baixos e o mercado dobrou de tamanho. De momento, podemos afirmar que a demanda continua sólida.

Imobi Report: Nesse contexto, é possível falar sobre expectativas para 2024?

Cyro Naufel: Pensando neste novo ciclo, enxergamos um cenário com inflação controlada e taxa de juros abaixo dos 10%. Temos perspectivas positivas, pois esses índices devem melhorar o mercado primário e secundário.

Em um cenário de juros altos, aliás, o mercado secundário sofre mais que o primário. A Lopes tem unidades próprias no mercado primário e, no secundário, a oferta de financiamentos com a Credipronto, junto ao Itaú. 

Hoje, a Credipronto tem uma operação robusta e ágil, capaz de conceder financiamento em poucos dias, enquanto outras instituições levam um mês ou mais.

Já falando da presença da Lopes pelo Brasil, temos hoje cerca de 200 unidades, entre próprias e franqueadas. A estrutura cresce organicamente e a expectativa é de expansão. Estamos atentos às alternativas de crescimento.

Imobi Report: Considerando o tamanho e abrangência do grupo, qual é o papel da Lopes nos rumos do mercado imobiliário brasileiro?

Cyro Naufel: Somos mais que uma imobiliária. Quando abrimos capital, em dezembro de 2006, 99% do nosso resultado era mercado primário e 1% secundário. Hoje, somos uma companhia de soluções imobiliárias completas, tendo 40% no primário, 20% em franquias e outros 40% em financiamento. Isso é fruto da necessidade de adaptação ao mercado. 

Estamos antenados com a necessidade de evoluir e entendemos que as novas empresas e startups puxam a régua do mercado para cima. Diante disso, temos uma responsabilidade. Vamos avaliar o seguinte: o Brasil tem cerca de 60 mil imobiliárias. Se somarmos as 200 unidades da Lopes com cerca de 800 da RE/MAX, as duas maiores redes imobiliárias do País têm mil unidades. Imagina o quanto ainda dá pra crescer. 

O digital precisa trabalhar junto com o físico. Entre as nossas iniciativas pensando nesta necessidade, temos a Lopes Labs, braço da Lopes focado em digitalização, que iniciou seus trabalhos em 2019. Também estamos atentos a alternativas de crescimento nesta área, inclusive avaliando dados históricos.

Imobi Report: Falando de digitalização, o que a experiência da Lopes aponta como destaque para 2024?

Cyro Naufel: Vemos que o corretor de imóveis está ganhando cada vez mais importância. Ele precisa se adaptar, trabalhar de forma diferente, ocupando o espaço de um assessor junto ao cliente. 

Esse profissional precisa ter espaço para trabalhar com independência mas, ao mesmo tempo, ser capaz de ter integração. Nos anúncios imobiliários, por exemplo, é essencial que as fotos do imóvel sejam atuais, sem duplicidade, com os cuidados essenciais para transmitir credibilidade.

A partir da entrega de informações sólidas e confiáveis para o cliente, o interessado passa por um primeiro filtro, o que já afasta especuladores. Portanto, o corretor de imóveis é acionado somente na hora em que é realmente necessário. 

A responsabilidade é grande. O corretor vira um assessor, capaz de solucionar problemas e, quando preciso, trazer especialistas (financeiros, jurídicos) para apoiar o cliente com profundidade e precisão.