DestaquesOpinião A importância do pertencer Atualizado 25 de outubro de 202225 de outubro de 2022 AutorSusanna Marchionni Compartilhar: Em outro artigo aqui no Imobi Report, eu havia tratado sobre a questão da igualdade de acesso a uma cidade inteligente. Reforcei a importância de que não adiantava oferecer uma infraestrutura de alto padrão se esta não fosse acessível a todos. Aproveito esta ocasião para aprofundar um pouco mais sobre o tema, apresentando um elemento que também contribui bastante com este aspecto: o senso de pertencimento. Vou fazer uma pergunta a você, e responda a si mesmo com honestidade: qual você trata melhor, um quarto de hotel ou o quarto da sua casa? Sem dúvida, o segundo terá mais a sua atenção. Pois o hotel é um local temporário, uma estadia breve; já a casa é o local onde você repousa, onde vive sua família… alugada ou comprada, ela é sua. Mesmo lógico, isto é algo que não é tão frequente na cultura brasileira, infelizmente. Terceiriza-se o problema. Se há um lixo na rua, não há a preocupação em catá-lo – “a prefeitura resolve”, pensa-se. Por ver isto em prática em vários lugares no mundo, eu acredito que este pensamento não é correto. Somos responsáveis pela comunidade em que vivemos, e isto inclui não só nossa residência, mas o local na qual ela está inserida. Gestão social Por crer nesta filosofia, nós na Planet Smart City trabalhamos com a figura dos social managers, os gestores sociais. São psicólogas, assistentes sociais e outras profissionais nas áreas humanas que realizam a integração dos moradores de nossas cidades inteligentes entre si e com a comunidade. Em suma: a gestão social tem o importante papel de mostrar que aquele é o lar dos moradores. Que aquilo pertence a eles. É a gestão social quem verifica quem são os moradores que têm pequenos empreendimentos e os incentiva a divulgar seus produtos ou serviços para os vizinhos. Ela também promove ações e campanhas de educação em saúde, levando orientações e pequenos cuidados, e intermedia cursos voluntários realizados por nossos próprios funcionários ou outros profissionais. Em nossos projetos, aplicamos o conceito de cidades abertas; logo, não há síndico nem condomínio. É uma comissão de moradores que, de forma democrática e voluntária, soluciona as questões cotidianas. A gestão social que os capacita e os orienta para que, depois de um tempo, eles tenham autonomia para seguir. Tudo isto gera neles o senso de pertencimento ao lugar. Cuidando de cada aspecto, crescendo junto com a cidade, os residentes acabam apegando-se mais e sentindo-se parte daquilo. Depende de nós Note que estou usando termos como “orientação”, “incentivo”… pois tudo é ensinado, e não imposto. Sabe quando você tem tanta certeza de que uma ideia é boa, e as pessoas veem também isto, e querem saber como faz? É desta forma que atuamos. Provocar o senso de pertencimento nos moradores tem inúmeras vantagens para todos os lados envolvidos. Do lado do cliente, melhora a segurança e o bem-estar; do lado da empresa, aumenta o valor da marca, fidelizando pessoas. Muitas vezes, o que falta para a pessoa crescer é um incentivo. Sejamos este fator!