Imobi Explica: o que é BIM e qual a sua aplicação?
Resumo
BIM, sigla para Building Information Modeling, é uma metodologia que otimiza os processos da construção civil. Saiba mais no Imobi Report.
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Um decreto assinado pelo governo federal em 2018 prevê que, a partir de 2021, todos os projetos e construções de órgãos governamentais devem utilizar BIM na sua execução. Mas você sabe o que significa? O Imobi Explica.
BIM, sigla para Building Information Modeling, consiste em uma metodologia que otimiza os processos da construção civil. É através dele que é possível atuar de forma colaborativa em todo o ciclo de vida de um empreendimento – da definição de produto até a manutenção pós obra.
Luma de Oliveira, engenheira civil e sócia na asBIM, explica que, por toda sua complexidade, o método não deve ser resumido a software ou tecnologia. “Essa metodologia abrange 4 grandes áreas dentro de uma empresa: pessoas, processos, tecnologia e procedimentos. Devido a essa abrangência e colaboração que existe dentro da metodologia, uma grande quantidade de informação é gerada por meio da tecnologia BIM, o que facilita a tomada de decisões de grande impacto nos empreendimentos”, afirma.
Ou seja, BIM, necessariamente, trata-se de uma metodologia digital que unifica o projeto de um empreendimento. “O BIM pode ser definido como um banco de dados inserido em um modelo digital. Com a colaboração de diferentes profissionais em um mesmo modelo, o fluxo de informações no projeto são integrados”, detalha Cauê Marinho, sócio na asBIM e engenheiro civil.
Em um projeto desenvolvido a partir do BIM, todas as informações de um empreendimento são compartilhadas, permitindo gerar ganhos muito além de um projeto 2D.
Mas afinal, quais as vantagens da metodologia BIM?
Como o método parte do princípio da integração e digitalização de informações, a metodologia está presente em todo o ciclo de vida de um empreendimento, desde a sua concepção até a sua manutenção. “O BIM traz, já na fase de projeto, a possibilidade de mitigar erros a partir da colaboração entre diferentes projetistas de um mesmo empreendimento. Tais erros ocorrem principalmente pela falta de visualização de interferência entre projetos, dificuldade na extração de quantitativos pela falta de informação inserida em projetos e falta de simulações”, conta Cauê.
Em BIM, um projeto é integrado, tanto nas informações, quanto visualmente. Então, um projeto hidrossanitário não conflita com o projeto elétrico, por exemplo. Além disso, a evolução de um empreendimento pode ser visualmente apresentada para clientes e investidores, em mais dimensões do que a tradicional planta em 2D.
A integração total do projeto foi um dos benefícios apontados por Janaina Bedin, arquiteta, engenheira civil e coordenadora de projetos no Residencial Di Napoli, empreendimento localizado em Cascavel, no Paraná, feito em BIM: “Uma obra totalmente conectada é um dos maiores benefícios da adoção do BIM e da tecnologia de informação no setor da construção civil. Os processos de uma obra ocorrem de maneira integrada, possibilitando a resolução de problemas de maneira mais ágil, otimizando o tempo de trabalho, acarretando uma maior assertividade nas etapas e, consequentemente, reduzindo o retrabalho e custos finais”.
“Já fazia algumas décadas que a construção civil não passava por uma mudança tecnológica que agregasse valor a toda a cadeia produtiva dessa forma. O BIM está gerando uma mudança de mindset em todo o mercado da construção civil, do pequeno ao grande, a nível nacional e internacional. Com certeza essa mudança veio para ficar e há um consenso de que esse é o futuro, a questão não é mais se o BIM ‘deve ou não’ ser implementado e sim ‘quando e como’ será feita essa implementação”, opina Luma.
Desafios na metodologia BIM
Na busca por melhorias no seu sistema construtivo, a Construtora JN entendeu que o BIM poderia gerar grandes melhorias em todos seus processos. Mas um dos principais desafios encontrados foi relacionado à adesão da equipe. “Na nossa experiência, verificamos que o BIM só tem o seu resultado a partir de um amadurecimento cultural da construtora, visto que a metodologia impacta drasticamente nos processos internos. Este amadurecimento deve ser acompanhado por todo o corpo técnico da empresa, com o nível de comprometimento além do esperado, quebrando diversos paradigmas internos”, conta Neri Antonio Muraro, CEO da Construtora JN.
Para implementar a metodologia BIM, a JN buscou a consultoria da asBIM. “A parceria firmada com a asBIM foi essencial para o amadurecimento dos processos desenvolvidos com a plataforma BIM. É extremamente complicado internalizar este processo sem uma empresa especializada, e com know-how suficiente para implantar o BIM na construtora”, conta Neri.
Janaina observa os mesmos benefícios em buscar uma consultoria externa de BIM. “No nosso caso, o escritório não possui estrutura, nem recursos humanos para trabalhar com o BIM. A implantação do sistema requer um investimento inicial no sistema, e por serem softwares complexos, implicam em tempo, preparo e treinamento de mão de obra. A modelagem e a consultoria completa da asBIM permitiram ampliar o know how de projetos e profissionais envolvidos, além de agilizar o processo e a implementação desta tecnologia na construtora”, afirma.
Se você está se perguntando sobre timing para aderir a metodologia BIM, o ideal é fazer uso do BIM em um projeto do zero, mas é possível passar projetos desenvolvidos em 2D para um modelo BIM. “Além da implantação BIM, um dos serviços que realizamos na asBIM é atender a lacuna de mercado que encontram-se projetistas que não desenvolvem projetos em BIM”, conta Cauê.
O método no Brasil e no mundo
No exterior, o BIM é um tema discutido desde a década de 1980, então houve muita contribuição do que foi praticado em outros países para a formação da base literária e de aplicações práticas no mercado brasileiro. Mas, mesmo estando atrás de alguns países que foram a vanguarda no universo BIM, o Brasil já desenvolveu e está desenvolvendo normas voltadas para a essa metodologia.
“Hoje, já temos normas e manuais de boas práticas desenvolvidos por autoridades do mercado da construção civil como a CBIC, além de um planejamento do governo federal que detalha a implementação de BIM no setor público ao longo dos próximos anos. Em relação a implementação em empresas privadas, a maior demanda ainda é voltada para o BIM 3D, documentação e compatibilização. Apenas algumas empresas têm a visão da implementação para a parte orçamentária, planejamento e os demais usos do BIM, que são muito estratégicos”, comenta Luma.
O BIM pode:
- Melhorar a visualização do projeto, inclusive por pessoas leigas;
- Mitigar erros de construção a partir de análises de compatibilidade entre projetos;
- Fazer simulações de planejamento e orçamento no próprio modelo em fase de projeto;
- Facilitar a tomada de decisões que impactam no valor da obra e consequentemente no valor do produto final e margem de lucro da construtora;
- Possibilitar a identificação de definições faltantes que são essenciais para uma boa execução da obra;
- Gerenciar e gerar melhores detalhamentos de projetos;
- Facilitar a comunicação entre projetistas para entendimento de projeto.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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