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Como o corte no IBGE pode afetar o mercado imobiliário
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Como o corte no IBGE pode afetar o mercado imobiliário

09 jul 2019
Redação Imobi
Redação Imobi
6 min
Como o corte no IBGE pode afetar o mercado imobiliário

O IBGE terá orçamento 25% menor que o previsto, de R$ 3,4 bilhões, para realizar o Censo Demográfico 2020. Por conta disso, parte das informações coletadas historicamente pela pesquisa deixará de ser mensurada. Entre as mudanças, está a redução do número de questões feitas às famílias brasileiras. O questionário básico, aplicado para aproximadamente 71 milhões de domicílios, terá apenas 26 perguntas. Já o questionário completo, antes com 112 questões e agora com 76, será aplicado para cerca de 7,1 milhões de residências. 

Os impactos com os cortes, que são diversos, também atingem o mercado imobiliário. Isso porque as questões relacionadas ao valor de aluguel foram cortadas do Censo. Com isso, o cálculo do déficit habitacional e também a projeção de crescimento populacional são prejudicados. Condição que afeta também as empresas de pesquisa imobiliária, que utilizam a base de dados do Censo. Segundo a presidente do IBGE, Susana Cordeiro Guerra, as mudanças ocorreriam mesmo sem corte no orçamento.


TRENDS

Uma pesquisa recente da Deloitte em parceria com a Abrainc fez barulho no mercado imobiliário. A pesquisa traz perspectivas e projeções do consumo para 2040. Entre os dados apresentados, destaque para o índice de 50% dos consumidores que afirmaram poder abrir mão de um intermediário (corretor ou consultor) ao comprar um imóvel. E 40% destas compras deverão ser realizadas de forma totalmente online.

A pesquisa também reforça a tendência dos imóveis flexíveis, cujas plantas possam ser redesenhadas para se adaptar às necessidades da família (ou empresário). A segurança também é citada como contínua prioridade na escolha do imóvel.

Millennials são uma força de consumo a ser levada em conta – e já representam 51% dos consumidores do mercado imobiliário digital brasileiro. Segundo um levantamento da agência Today, um em cada oito millennials prefere alugar um imóvel do que comprá-lo. E metade destes procura seus imóveis na internet.

A rede de colivings Casa Campus chega ao Brasil. Com planos de abrir seus primeiros edifícios em São Paulo, já está presente em Buenos Aires, Londres, México e Santiago, focando seus empreendimentos em jovens e estudantes. O interessado pode alugar seu espaço privado mobiliado e contar com os espaços coletivos, como coworking, salas de recreação e até piscina – todos com design moderninho.

A Uliving já está em três cidades brasileiras, com um projeto similar de atender os universitários e estudantes em geral. Chegará no Rio de Janeiro em 2020, no Hotel Novo Mundo – ícone da capital nos anos 1960.


CONSTRUÇÃO CIVIL

Pela primeira vez no ano, cresceu a confiança no setor da construção civil. Entre os motivos para este crescimento estão a retomada do MCMV e as discussões sobre a Reforma da Previdência. 

Foi aprovado pela Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados um benefício para policiais civis e militares, para que eles tenham prioridade na hora de adquirir um imóvel pelo MCMV. Segundo o deputado federal Amaro Neto, autor do projeto de lei, os policiais e militares poderão proteger as comunidades onde vão morar, já que os imóveis do programa estão localizados em regiões periféricas. O PL segue em tramitação.

“Com três ou quatro medições vencidas, inúmeras pequenas e médias empreiteiras contratadas para construir condomínios do Minha Casa, Minha Vida estão prestes a receber cerca de R$ 1 bilhão atrasados. O dinheiro foi prometido, mas ainda não desembolsado pelo governo. Já tem empresa se preparando para futuras obras, mas outras, muitas, querem cair fora. Trabalhar para a União está muito complicado, explicam empresários. Na faixa 1 do programa, que são as casas mais baratas, com subsídio quase integral, só não vai faltar quem faça obras porque elas não serão mais contratadas”, analisou o colunista Ascânio Selene, do jornal O Globo. 


ALUGUEL

A HM Engenharia, que tem como foco imóveis econômicos, firmou parceria com o QuintoAndar. A ideia inicial é colocar os imóveis da incorporadora para locação e, num futuro, colocá-los à venda para os próprios inquilinos.

Além das novas parcerias, o QuintoAndar também está investindo na melhoria dos imóveis. Ao reformar as unidades, a ideia é melhorar a qualidade dos imóveis oferecidos pela plataforma. O valor investido na reforma será abatido dos aluguéis recebidos pelo proprietário.

Já o Airbnb está apostando em um novo serviço, focado em aventuras turísticas. A empresa oferece pacotes fechados que incluem, entre outras coisas, guia especializado, hospedagem e alimentação. Mas problemas já estão aparecendo, especialmente no pacote que propõe uma viagem de 80 dias ao redor do mundo. Alguns usuários reclamaram após ser cobrados mais de uma vez nos seus cartões de crédito. Governos também alertam: não é simples uma viagem em tantos países, em tão pouco tempo, uma vez que cada um tem regras de visto, entrada, entre outros.

Outra aposta do Airbnb é no mercado de luxo. A plataforma já conta com mais de 2 mil imóveis de luxo em lugares como Caribe, França e Estados Unidos. É possível, inclusive, alugar uma ilha paradisíaca e até castelos medievais.


VENDAS

Durante dois meses, quem contratar financiamento imobiliário com o Santander Brasil terá redução de 8,99% para 7,99% na taxa anual. Além disso, quem fizer financiamento a partir de R$ 60 mil até 31 de agosto, ganhará um refrigerador. O brinde é resultado de uma parceria entre o banco e a Magazine Luiza.

A Creditas reduziu de 1,09% para 0,99% a taxa de juros cobradas mensalmente dos financiamentos com garantia de imóveis. 

A Receita Federal isentou o IR da permuta de imóveis. Em entrevista para o Valor Econômico, a advogada Thais Veiga Shingai afirmou: “o entendimento de que a operação de permuta, sem o recebimento de valor complementar [torna] não gera variação patrimonial. Deveria ser aplicado também às pessoas jurídicas”. 

Algumas imobiliárias de Goiânia fecharam parceria com uma plataforma que faz escambo. Todos os produtos oferecidos serão contabilizados em moeda digital e, no fim, será possível adquirir lotes.


INVESTIMENTO

Os fundos imobiliários cresceram 7,73% até maio de 2019, comparativamente ao ano anteriorE a previsão é que continuem em alta. Quem deve entrar nesta onda de investimento são as gestoras independentes. Segundo a Anbima, só 16% oferecem fundos imobiliários como opção de investimento.

Os REITs são os fundos imobiliários americanos – e para quem quer investir, o retorno médio anual dos últimos cinco anos corresponde a 9,9%. Há três tipos de REITs: os equity REITs, semelhantes aos nossos fundos de tijolos, os mortgages REITs, equivalentes aos fundos de papéis e hybrid REITs, uma mistura dos dois. A InfoMoney fez uma reportagem explicando cada um deles, como investir e quais os retornos de cada tipo.

O crowdfunding de imóveis é outro investimento que cresce, prometendo um retorno de 13% ao ano. No mercado brasileiro há, pelo menos, oito plataformas diferentes, que permitem investimentos a partir de R$ 1.000. O lucro é proporcional ao VGV do empreendimento investido e, por isso, pode ser considerado um investimento de risco.


MUNDO

Nos Estados Unidos, corretores protestam contra projetos de lei que procuram diminuir o valor do aluguel limitando as taxas de corretagem. 

Enquanto isso, consultores do mercado imobiliário americano listaram 10 ameaças emergentes que devem ser encarados ainda este ano: de problemas na infraestrutura a endividamento público e privado.

Já falamos sobre a tendência, mas números ilustram: brasileiros em Portugal batem recorde, totalizando 23% dos migrantes. E deve aumentar, uma vez que nos primeiros quatro meses, já foram concedidos mais de 17 mil autorizações de residência em terras lusitanas. A média é de 6 vistos por hora.

Estatais chinesas estão liquidando suas ações imobiliárias. Para o especialista financeiro He Jiangbing, à Radio Free Asia: “essas atividades são uma indicação de que as empresas estatais têm uma perspectiva pessimista para o mercado imobiliário chinês”.

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