Escritórios e imóveis comerciais sinalizam recuperação
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[272] Escritórios e imóveis comerciais sinalizam recuperação

CUPOLA Conference Aluguel. Nesta quarta-feira (26/06), às 23h59, acontece a virada de lote de ingressos para o evento que vai apresentar as melhores estratégias e tendências na área da locação. Garanta agora o seu passaporte pelo melhor valor. O evento será realizado no dia 07/08 e contará com grandes nomes do mercado imobiliário, em palestras, cases e painéis imperdíveis. Confira quem são os nove especialistas já confirmados. Quer conferir outros eventos e treinamentos promovidos pela CUPOLA? Acesse aqui

O movimento na locação de escritórios e imóveis para uso comercial tem ganhado destaque na imprensa nas últimas semanas. No caso dos escritórios de alto padrão de São Paulo, vale um histórico: o aumento no estoque foi de 44,6%, na última década. No Rio de Janeiro, o crescimento foi de 37,3%, no mesmo período, segundo levantamento da consultoria imobiliária Newmark.

Em relação à taxa de vacância, houve um aumento de 20,2% para 23% na capital paulista e de 19,1% para 31,7% na capital fluminense, nos últimos dez anos. Considerando o contexto pós-pandemia e a adoção do trabalho remoto e híbrido, os números são considerados razoáveis. A maior vacância em São Paulo ocorreu em 2021, com 24,7%, e no Rio de Janeiro em 2018, com 41,9%, como efeito após as Olimpíadas de 2016 e outros projetos que não se concretizaram.

A presidente da Newmark no Brasil, Marina Cury, destaca que há demanda por locações corporativas, mas a indefinição sobre o tipo de ocupação afasta uma recuperação rápida. Ela afirma que está acontecendo uma remodelação no uso dos escritórios no país, o que influencia até mesmo a forma de cálculo de área que determinada empresa precisa locar. O planejamento das empresas ganhou novos contornos, com a necessidade de mapeamento de quantos dias são presenciais para cada equipe e a demanda por espaços de convivência.

No segmento de condomínios logísticos, também é registrada uma expansão. Em 10 anos, o volume desses imóveis passou de 17 milhões de metros quadrados, em 2014, para 35,3 milhões de metros quadrados, neste ano. Nesse período, a vacância dos condomínios logísticos e industriais no país diminuiu de 18,8% para 8,5%. Para os próximos anos, a tendência é que haja um crescimento dos galpões “last mile”, a última parada de mercadorias antes da entrega aos compradores, na esteira do acelerado crescimento dos deliverys.

Outro movimento ligado aos imóveis para uso comercial se relaciona à demanda de lojas físicas por grandes varejistas, principalmente de marcas de luxo. A percepção é que os consumidores não estão mais limitados ao físico ou ao digital, mas sim transitando entre ambos, no que alguns preferem chamar de figital. Por isso, marcas como Gucci e Prada têm investido consideravelmente para estar em locais icônicos e oferecer experiências únicas aos seus compradores.

Mais um setor que aquece o mercado imobiliário é o de farmácias. Segundo um levantamento divulgado pela marca Close-Up International, no Brasil já são mais de 90 mil farmácias, o que representa um crescimento de quase 10% nos últimos dois anos. Elas protagonizam um movimento que pode ser chamado de “farmacialização das esquinas”, dada a preferência por essas localizações. Nas grandes cidades, não é incomum que um comércio tradicional ou terrenos vazios deem lugar a uma farmácia. Geralmente, essas empresas trabalham com o modelo BTS e contam com o auxílio de imobiliárias e construtoras especializadas nesse segmento, com rápida construção.

Por fim, em São Paulo, o boom imobiliário está reconfigurando o cenário gastronômico. Restaurantes tradicionais localizados em lojas de rua têm sido obrigados a se mudar, já que os imóveis antigos frequentemente têm sido vendidos a construtoras. Por outro lado, há novos empreendimentos que abriram as portas para esses estabelecimentos gastronômicos. 

Vendas e Locação

Venda de lançamentos bate novo recorde. Segundo o indicador ABRAINC-Fipe, foram vendidos 177 mil imóveis novos nos 12 meses encerrados em março, número que supera a marca de 163 mil unidades registradas em dezembro de 2023. Em valor de vendas, o crescimento foi de 47,4%, para R$ 54,3 bilhões. Do total, 128 mil unidades são do segmento econômico, com somatório de vendas de R$ 28,9 bilhões, e 44 mil do segmento médio e alto padrão, que arrecadou R$ 23,3 bilhões.

Manutenção da Selic. A CBIC criticou a manutenção da taxa básica de juros em 10,50%, conforme decisão na última reunião do Copom, destacando que a medida prolonga a escassez de recursos e impacta negativamente a poupança. Líderes do mercado imobiliário, como o diretor da JB Andrade Imóveis, Thiago Andrade, o CEO da Start Investimentos, Eric Labes, e a diretora de incorporação da Plano&Plano, Renée Silveira, argumentam que os juros altos dificultam a compra de imóveis e desestimulam o investimento. 

Novas eleições ao sistema Cofeci-Creci. Os corretores de Minas Gerais e do Mato Grosso deverão ir novamente às urnas, nesta semana, para as Eleições do Sistema Cofeci-Creci, triênio 2025-2027. Em ambos os estados, o novo pleito será realizado em função de determinações judiciais, que decidiram pela homologação de novas chapas à disputa. Em MG, a nova eleição ocorre na quinta-feira (27/06), entre 00h e 20h. Já no MT, a votação será iniciada na quarta-feira (26/06), às 23h, e segue até quinta-feira (27/060, às 19h. O voto é obrigatório e deve ser realizado por meio digital, no endereço www.votacreci.com.br. Quem não votar, está sujeito à multa.

Tite é acusado de Bypass no RJ. A Ativa Imobiliária moveu um processo judicial contra o treinador, alegando que ele levou uma vantagem de R$ 1,5 milhão na negociação de um imóvel avaliado em R$ 12 milhões. A empresa disse à Justiça que o negócio foi fechado diretamente com o proprietário e que Tite pagou apenas R$ 10,3 milhões pela residência, valor inferior ao acordado entre as partes. Também no RJ, a sede da Okre Imóveis, imobiliária de luxo localizada no Leblon, foi alvo de ação de busca e apreensão. Segundo informações preliminares, a empresa administrada por Paulo Dornelle dos Santos Serafim é suspeita de ter obtido dados confidenciais de concorrentes.

Mulheres no imobiliário. Elas dominam a decisão da compra de imóveis e realizam a maioria das buscas em portais imobiliários. Também ocupam majoritariamente os postos administrativos das imobiliárias e representam mais de 40% dos corretores. Com base nessa perspectiva, a diretora executiva do evento SOMA, Raquel Trevisan, destaca que as mulheres que atuam no mercado imobiliário devem ser ouvidas não por caridade, mas por business. Já a diretora do Instituto Mulheres do Imobiliário, Elisa Rosenthal, critica a superficialidade das empresas que não abordam as necessidades específicas de cada gênero.

No Modo Avião desta semana, o diretor da Emobi, Valdomiro Junior, explica como construiu uma cultura de pertencimento e um eficiente processo de onboarding, que permitiu aos corretores iniciantes fecharem a primeira venda em 30 dias. Além disso, sob sua gestão, durante 7 anos, o turnover foi zerado.

Captação é o assunto da vez. Nesta quarta-feira (26/06), às 11h, acontece a live do Imobi Report “Estratégias digitais para captação de imóveis”. Vamos explorar as melhores práticas e ferramentas para aumentar a eficiência operacional e gerar receita com a captação de imóveis. O evento terá participação do head de Estratégia na EEmovel Brokers, Guilherme Carnicelli, e do sócio-diretor da Betha Espaço, Winston Valentim, com mediação de Jessica Prates, da CUPOLA. Ative a notificação aqui!

Como vender mais imóveis através de marketing pessoal. Outra live que será realizada nesta quarta-feira (26/06), às 19h, terá como convidada a CEO da Imobiliária Invictta, Daniela Terasawa. O bate-papo será conduzido pelo CEO e estrategista-chefe da CUPOLA, Rodrigo Werneck. O evento on-line é direcionado aos líderes que desejam decolar no mercado de vendas de imóveis prontos. A transmissão será feita pelo canal da CUPOLA no Youtube. Daniela será uma das mentoras da imersão Gestão de Vendas Imobiliárias, que acontece no fim de agosto, em Curitiba.

Auxílio reconstrução. O governo federal liberou R$ 689 milhões para o pagamento do Auxílio Reconstrução, no valor de R$ 5.100,00. O montante é destinado a 135 mil famílias que estão desabrigadas no RS. A CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) divulgou uma atualização dos sinistros acionados no estado em função das enchentes. Entre 28 de abril e 18 de junho, foram registrados 48.870 pedidos, um aumento de 132% desde o último levantamento, divulgado em maio. As indenizações são estimadas em R$ 3,9 bilhões. Em Miami, onde os danos por inundações poderão custar até US$ 3,5 trilhões até 2070, a preparação para catástrofes é parte fundamental de qualquer resposta governamental ao problema. A região, conhecida pelas belas praias, está no centro das discussões sobre os impactos da mudança climática.

Empresas buscam áreas mais seguras. O movimento evidente no segmento residencial nas cidades atingidas pelas enchentes no RS também é sentido no comércio. Negócios afetados pelas chuvas ou sob risco de inundações estão mudando de endereço para evitar futuros prejuízos. A tragédia também já afeta a vontade dos brasileiros de mudar de casa. Segundo pesquisa feita pela plataforma Loft e pela empresa de inteligência Offerwise, com mil participantes de todas as regiões do país, 27% disseram que “talvez” pretendiam se mudar por causa de eventos extremos e 7% disseram que “sim”, pretendem se mudar. No entanto, apenas 17% da amostra disse ter recursos suficientes para mudar de casa.

O podcast Vem Pra Mesa desta semana recebe Aguinaldo Del Giudice, um dos sócios da JD House, a house de vendas da Diálogo Engenharia, uma das maiores incorporadoras de São Paulo e do Brasil. Com 43 anos de experiência no mercado imobiliário, o profissional fala da importância das pessoas e do trabalho em equipe nos negócios.

Construção e Incorporação

Construção civil registra leve recuperação. O Relatório Setorial Imobiliário publicado pelo Banco do Brasil apontou que, no mês de maio, houve uma leve recuperação para o setor da construção no Brasil, influenciado por fatores macroeconômicos, como a abertura da curva de juros no mercado doméstico e a desvalorização cambial (dólar a R$ 5,25). Já o FGV Ibre apontou uma discreta retração na mão de obra, que foi compensada pelo aumento na utilização de máquinas e equipamentos. A escassez de trabalhadores no setor se deve, principalmente, pela baixa atratividade para novos profissionais.

Mudanças legislativas em SP. A Justiça rejeitou o pedido do Ministério Público para interromper a tramitação da minirrevisão da Lei de Zoneamento. O entendimento é que não cabe interferência judicial no processo legislativo. A proposta, aprovada em primeira votação, visa ajustar pontos da revisão anterior e enfrenta críticas quanto à transparência e à complexidade do tema. A segunda votação está programada para a próxima semana. Recentemente, a prefeitura de São Paulo regulamentou a cobrança de outorga onerosa, que impacta positivamente as incorporadoras. A Vitacon, por exemplo, estima um incremento de R$ 900 milhões em VGV devido à mudança.

EQI Asset prepara fundo de R$ 500 mi para residências de luxo em SC. Esse será o segundo fundo lançado pela gestora de recursos, que mira na construção de três imóveis de alto padrão em Balneário Camboriú. A primeira iniciativa ocorreu em 2023, para testar o mercado, quando a empresa captou R$ 80 mi e atraiu cerca de 2 mil cotistas.

Mundo

Barcelona quer proibir aluguel de apartamentos para turistas. A iniciativa busca conter a alta de preços, que saltaram em até 68% nos últimos 10 anos. De acordo com o prefeito da cidade espanhola, Jaume Collboni, cerca de 10 mil imóveis utilizados em locações de curto prazo terão as licenças canceladas até 2028.

Mercado norte-americano enfrenta juros altos. A Blackstone Inc., líder global em private equity imobiliário, ajusta suas estratégias em resposta às taxas de juros elevadas. Com um portfólio imobiliário avaliado em US$ 339 bilhões, a empresa está redirecionando investimentos para maximizar retornos em um ambiente volátil. O objetivo é manter a competitividade, focando em ativos de alto valor.

Celebridade acusada de agressão sexual. Por mais de uma década, o corretor de imóveis ultra luxuosos Oren Alexander foi um dos principais nomes do setor nas cidades de Miami e Nova York. Entretanto, seus negócios foram abalados por denúncias de abusos, que também recaem sobre o seu irmão gêmeo, Alon, e o seu irmão mais velho, Tal. Inicialmente, duas mulheres entraram com ações judiciais contra os irmãos Alexander, mas, quando o caso foi divulgado, outras se manifestaram nas redes. Os três têm até dia 19 de agosto para responder às denúncias.

Estamos de olho

Prédio em condomínio de luxo desaba na Bahia. O incidente ocorreu durante o processo de construção, na fase de concretagem. A laje despencou sobre 10 operários, que ficaram feridos e tiveram que ser socorridos pelo SAMU. A obra havia sido embargada pela prefeitura, porque o proprietário não havia apresentado engenheiro responsável ou documentação de regulamentação.

Melhores do ESG. A vencedora da categoria construção civil e imobiliário, da premiação promovida pela EXAME, foi a Allos, empresa formada pela fusão entre ­brMalls e Aliansce Sonae. Ela estabeleceu metas ambiciosas para os 60 shoppings administrados, visando alcançar a reciclagem ou compostagem de 90% dos resíduos até 2030. A empresa também está empenhada em utilizar exclusivamente energia renovável até 2030 e atingir a neutralidade de carbono até 2040. Outras empresas destaque na categoria foram a Tegra e a MRV. 

A importância das construções sustentáveis. O setor de construção é responsável por cerca de 40% das emissões industriais e energéticas globais, de acordo com estudo realizado pela International Finance Corporation (IFC). Certificações de edifícios verdes, como EDGE, LEED e AQUA-HQE™, são passos fundamentais para dinamizar o desenvolvimento urbano, promover novos empregos verdes e estabelecer um modelo construtivo mais sustentável, defendem em artigo o gerente-geral da IFC no Brasil, Carlos Leiria Pinto, e o gerente sênior do Departamento de Negócios Climáticos da IFC, Diep Nguyen-van Houtte.