[267] Desenvolvimento de pessoas, times e lideranças: aprendizados do CUPOLA Summit

O CUPOLA Summit 2024, realizado nos dias 17 e 18 de maio em Curitiba, reuniu cerca de 2 mil pessoas interessadas em pensar e construir o futuro do mercado imobiliário brasileiro. O evento apresentou sete keynotes no palco principal e cerca de 60 speakers em três palcos simultâneos e painéis, além de 12 rodadas de negócios. O desenvolvimento de pessoas e de líderes foi um dos temas de destaque desta edição. 

Estrategista global imobiliário, o norte-americano Mike DelPrete afirmou que, em um nível fundamental, há mais semelhanças do que diferenças entre os mercados dos EUA e do Brasil. “Uma das partes mais importantes foi conhecer e conversar com várias pessoas e ouvir o que está em suas mentes, desafios, oportunidades. Esse evento me lembrou o quanto é importante sair da minha bolha, conhecer novas pessoas e continuar aprendendo”, citou. 

Ao todo, foram mais de 30 horas de conteúdos. E alguns temas recorrentes sobressaíram, além do desenvolvimentos de pessoas, times e lideranças: a necessidade e os caminhos para criar conexões profundas com as pessoas, a relevância da qualificação de leads e o fato de que consumidores estão cada vez mais complexos e imediatistas. 

A organização do CUPOLA Summit reverenciou o CEO da Imobiliária Terramar de Novo Hamburgo, Nelo Ferla, representando outros players do Rio Grande do Sul que estão na linha de frente da mobilização no estado. Já o CEO da Private Imobiliária, Lucas Golbert, convidou os participantes para que a corrente de solidariedade em todo o Brasil continue. Os desdobramentos relacionados à tragédia e os efeitos da mudança do clima no mercado imobiliário também foram abordados em palestras e rodadas de negócio. 

O CUPOLA Summit 2024 ainda foi um momento para realização de networking, negócios e encontro entre amigos. O CEO e estrategista-chefe da CUPOLA, Rodrigo Werneck, ressaltou que o evento entregou muito mais do que conteúdo. “Um evento com alma e emoção feito por gente que respira o mercado imobiliário durante o ano todo, gente que acredita e pratica o autêntico relacionamento. Agradecemos imensamente a todos que acreditam no nosso projeto”, concluiu. 

Durante o evento, a CUPOLA lançou quatro cursos e imersões que serão realizados a partir de julho. O Aluguel Essencial é direcionado aos profissionais da área administrativa que atuam na locação de imóveis. Os conteúdos abrangem desde a assinatura do contrato até a devolução do imóvel. O Gestão de Vendas Imobiliárias é uma imersão presencial para alta performance na gestão de vendas em imóveis prontos. O Liderança Imobiliária é uma formação de excelência para líderes imobiliários. E o Aluguel Master é destinado aos gestores que pretendem organizar e rentabilizar a operação de aluguel. 

Vendas e Locação

Eventos extremos. Levantamento do governo federal aponta que ao menos 1.942 municípios do Brasil estão vulneráveis a desastres climáticos. A nota técnica, que compila os eventos ocorridos entre 1991 e 2022, aponta que cerca de 8,9 milhões de brasileiros vivem em imóveis em áreas com risco de inundações, enchentes e deslizamentos. Na experiência internacional, tem circulado notícias sobre as chamadas “cidades-esponja“. Nesta modalidade, espaços públicos e privados são projetados para absorver a água pluvial de maneira controlada. A mudança climática também foi manchete na Folha de S. Paulo do último domingo, com reportagem que mostra como empresas vêm apostando na contratação de consultorias meteorológicas. Construtoras buscam o serviço especializado para auxiliar no planejamento dos projetos e até mesmo para justificar atrasos em obras.

Cidades provisórias. O governo do RS planeja construir espaços comunitários provisórios para as vítimas das enchentes. Os assentamentos serão estabelecidos em Porto Alegre, Guaíba, Canoas e São Leopoldo, municípios com o maior número de desabrigados. O projeto conta com dormitórios, banheiros, lavanderia coletiva, cozinha comunitária e espaço para pets. Já o plano de reconstrução do estado prevê 5 mil novas casas em até 4 meses. Para atender a este cronograma serão empregados métodos de construção rápida, similares aos utilizados nos EUA. O governo federal também anunciou um pacote de medidas para ajudar os afetados pelo desastre. As ações incluem um Vale Reconstrução de R$ 5.100, a inclusão de 21 mil famílias no Bolsa Família, a compra e doação de imóveis e a suspensão de parcelas do MCMV por até 6 meses. Quem teve a vida impactada pelas chuvas poderá receber até R$ 15 mil em auxílios do governo.

Foco em moradias e rodovias. Com mais de 461 municípios afetados e a paralisação de 90% das indústrias, a recuperação no RS exigirá recursos substanciais. Cálculos preliminares indicam que 28% do investimento produtivo anual do estado, representado pelo estoque de capital fixo (construção residencial, máquinas e equipamentos e infraestrutura), ou R$ 28,6 bilhões, foram perdidos. Especialistas afirmam que, a curto e médio prazo, os esforços devem estar centrados na construção de moradias e na recuperação de rodovias e pontes. O Ministério do Trabalho está considerando oferecer cursos profissionalizantes para formar marceneiros, pedreiros, pintores, eletricistas e outros profissionais de áreas ligadas à construção. 

S.O.S imobiliário. Em meio à crise desencadeada pela tragédia no RS, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, fez um apelo por assistência habitacional. De acordo com ele, não há imóveis disponíveis para os cerca de 15 mil desabrigados. Os municípios de Eldorado do Sul, Estrela e Muçum também enfrentam cenários alarmantes, com mais da metade de seus imóveis atingidos pelas águas. Em relação aos imóveis rurais afetados, um estudo realizado pelo Terra Analytics e pela R.Torsiano Consultoria Agrária, Ambiental e Fundiária revelou que 80% desses imóveis são pequenas propriedades. 

Eldorado do Sul foi a cidade mais afetada pelas chuvas no RS. Submersa há 15 dias, teve 80% da população atingida pelas enchentes. Em Estrela, devastada por quatro enchentes nos últimos oito meses, cerca de 75% dos imóveis do município foram atingidos. Alguns proprietários preferem vender ou alugar suas residências enquanto procuram lares afastados dos rios. Na cidade de Cruzeiro do Sul, 70% dos habitantes foram afetados pela cheia. Um bairro de 350 casas foi devastado pela inundação. Em Sinimbu, todas as residências, lojas e outros estabelecimentos da zona central foram inundados. Mais de 90% do comércio continua fechado.

Solidariedade. Fortemente atingido pelas chuvas, o Grupo Guarida estabeleceu um comitê para auxiliar funcionários, inquilinos, proprietários e demais cidadãos atingidos pelas enchentes. A empresa está oferecendo aos seus funcionários o “aluguel solidário”, arcando com os custos para moradia dessas pessoas, além de apoio psicológico. A empresa também disponibilizou aos clientes canais diretos de atendimento para reparos, manutenções e acionamento de seguro. Ainda serão doados itens de limpeza aos condomínios administrados pela Guarida e que têm seus moradores retornando às residências.

Efeito montanha-russa. O Anuário DataZAP, elaborado pelo Grupo OLX, apontou que, em São Paulo, no último ano, as vendas de imóveis acima de R$ 1 milhão cresceram 72% e as abaixo de R$ 350 mil aumentaram 13%. Porém, na faixa entre R$ 350 mil e R$ 1 milhão, houve retração de 6%. O cenário pode ser explicado pela menor oferta de financiamento à classe média. 

O Modo Avião desta semana é com o diretor de novos negócios da TOP Soluções Imobiliárias, Roberto Pimenta. Neste episódio, entenda como é feita a gestão dos produtos da TOP, que detém a maior fatia no market share de locações corporativas em Curitiba.

No podcast VEM PRA MESA desta semana, Sergio Langer recebe o corretor de imóveis e cofundador da 3i Digital, Robson Stalyn. Entusiasta do mercado imobiliário, Stalyn se especializou em imóveis de médio e alto padrão, além de focar na análise de aquisição de propriedades para investimento.

Construção e Incorporação

Procura por novos segue crescendo. O indicador de Confiança do Setor Imobiliário Residencial, produzido trimestralmente pela Deloitte e Abrainc, apresentou ligeiro aumento em relação ao quarto trimestre de 2023 (de 2,22 para 2,28), com destaque para o segmento de econômicos. Conforme o levantamento, 90% das empresas que trabalham com imóveis do MCMV estão propensas a realizar novos lançamentos nos próximos 12 meses. Entre as que atuam no médio e alto padrão, 79% pretendem lançar algo no período.

Caribe brasileiro. A construtora Due juntou-se ao jogador de futebol Neymar em um ambicioso projeto de R$ 7,5 bilhões para criar o ‘Caribe Brasileiro’. Com 28 empreendimentos imobiliários planejados até 2037, o projeto mira o Nordeste, com destaque para as praias de águas cristalinas de Alagoas e Pernambuco. Os imóveis contemplam desde estúdios de 25 m² até propriedades de seis quartos com 218 m², com preços estimados entre R$ 300 mil e R$ 6 milhões. O lançamento dos primeiros empreendimentos está previsto para o segundo semestre de 2024.

Refúgios de sofisticação no interior de SP. Moradores de empreendimentos de luxo nessa região são privilegiados com itens como praias privadas com ondas artificiais, campos de golfe, quadras de tênis e spa. Levantamento da MBras destaca que esse imóveis custam entre R$ 30 e 300 milhões. No início do ano, o Imobi Report produziu uma matéria com os cinco principais condomínios de luxo de São Paulo.

Techs

Conjunto de soluções. Quem atua na área imobiliária sabe o quão complexo e burocrático é o processo de venda e locação de imóveis. Com o objetivo de facilitar o trabalho nas imobiliárias, a Loft lançou um conjunto de soluções comerciais, tecnológicas e financeiras, chamado Loft Mais Negócio. Entre as soluções prestadas estão a Loft/Fiança Aluguel (que garante um aluguel seguro sem fiador ou cheque caução), a Loft/CRM (que integra os indicadores de performance e facilita o relacionamento com clientes e a gestão de anúncios), a Loft/Financiamento Imobiliário (uma plataforma multibanco e digital) e ainda a Loft/ Portfólio Único Compartilhado (que conecta uma vasta rede de imobiliárias para ampliar as oportunidades de negócios). Todas essas funcionalidades ofertadas pela mesma empresa, favorecendo uma gestão simplificada e eficiente. 

Inovação na reconstrução. Tecnologias emergentes estão desempenhando um papel fundamental na reconstrução de cidades afetadas por desastres naturais, como as enchentes no RS. A impressão 3D, por exemplo, oferece a capacidade de construir estruturas complexas e duráveis de forma rápida e eficiente, utilizando uma variedade de materiais, como concreto, plástico e metal. Materiais resilientes, planejamento urbano resiliente, infraestrutura inteligente e microredes são outras soluções inovadoras promissoras. 

Mundo

Reação à crise Imobiliária. O governo chinês anunciou que irá realizar a compra direta de imóveis desocupados para tentar conter a crise imobiliária que se agrava no país. Também foi anunciada a flexibilização nas regras relacionadas à entrada mínima exigida dos compradores e outras condições dos financiamentos. O objetivo é baixar o preço e o estoque de imóveis. A crise imobiliária da China decorre de empréstimos e construções excessivas que aconteceram nos anos de forte crescimento econômico.

Megaobra. Atenas, na Grécia, prepara-se para inaugurar Ellinikon, a maior “cidade inteligente” da Europa, onde predominam luxuosas residências e IA. O projeto, que ocupará o antigo aeroporto internacional de Atenas e deve acomodar até 20 mil moradores, tem conclusão prevista para 2037. Com valores que podem chegar a 15 mil euros por metro quadrado, as primeiras unidades residenciais devem ser entregues até o final de 2026. A Marina Tower, um dos destaques do empreendimento, já está em construção.

Estamos de olho

Vizinhança problemática. Em Pelotas, um condomínio de luxo é acusado de bombear água das chuvas para comunidades vizinhas. Após repercussão negativa, a bomba foi removida e o Ministério Público do RS foi acionado para investigar o caso.

Campos Elíseos renasce em SP. O anúncio da construção do novo centro administrativo do Governo de SP no bairro Campos Elíseos é visto como uma medida de “reparação histórica”, defende em artigo o consultor em política urbana Gabriel Rostey. Para o especialista, além de trazer uma nova dinâmica para uma área marcada por equívocos urbanísticos (como a criação do Minhocão e a transferência dos poderes municipais e estaduais para outros bairros), a iniciativa representa um passo importante para revitalizar uma área abandonada.