o futuro do corretor
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[178] Publicação e revogação de decreto esquentam debate sobre o futuro do corretor

O decreto publicado pela presidência da República no último dia 9, que trazia mais flexibilidade para atividades ligadas à corretagem de imóveis, caiu como uma bomba para muitos profissionais e entidades de classe. Depois das reviravoltas dos últimos dias, o saldo que fica para o mercado imobiliário é a necessidade urgente de um debate profundo

O momento para oficializar tais mudanças não foi o mais propício. O texto foi publicado durante o Encontro Brasileiro do Mercado Imobiliário (Enbraci), em Foz do Iguaçu (PR). Profissionais de todo o país se manifestaram de forma veemente contra as alterações e, diante de tamanha polêmica, o presidente Jair Bolsonaro voltou atrás e revogou as mudanças no dia seguinte.

Mas isso não foi um ponto final no assunto. Se faltou debate antes, seguramente ele será ampliado a partir de agora. Não se pode negar a importância da desburocratização para tornar o mercado mais eficiente e assegurar uma melhor experiência para o consumidor. Entretanto, é preciso que isso esteja previamente alinhado com os setores e agentes que fazem parte deste mercado. Esta discussão continua nos bastidores e o tema deve voltar à mesa em breve.

Por um lado, o decreto original preservava a essencialidade do corretor de imóveis e dava maior clareza às funções que seriam exclusivas da categoria. Por outro, entidades de classe entenderam que as restrições à função do corretor beneficiaram somente players como construtoras, grandes imobiliárias e marketplaces imobiliários. De todo modo, a necessidade de aperfeiçoamento na lei está colocada.

Na visão de especialistas, novidades são apenas uma questão de tempo. “Este é o alerta que fica para os sindicatos e entidades de classe. Em um entendimento mais frio sobre o teor do texto revogado, a atividade do bom corretor de imóveis não teria alteração. Acreditar que qualquer pessoa poderia virar corretora é um entendimento simplório. Sinto que esta movimentação está gerando um debate proveitoso. A modernidade está aí e as alterações virão”, analisa Daniel Fuhro Souto, advogado, diretor jurídico da Associação Brasileira do Mercado Imobiliário (ABMI) e responsável pelo departamento jurídico da Fuhro Souto Imobiliária, de Pelotas (RS). No podcast Semana Imobi, ele debateu e repercutiu o assunto com Michel do Prado, editor do Imobi Report.

Imobiliárias

1,05% a mais em julho. Esse é o aumento dos aluguéis residenciais após recuo de 0,31% no mês anterior, segundo o IVAR. No acumulado do ano, o índice fechou em alta de 8,65%. Os maiores avanços no valor do aluguel foram identificados em São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. 

Julho teve a menor variação no INPC da série histórica já registrada. O índice ficou em -0,60%, ante -0,62% em junho. Os dados foram divulgados na semana passada e representam a menor variação desde abril de 1979. Como resultado, o índice acumulou elevação de 4,98% nos últimos 12 meses. 

Uma eventual nova alta da Selic divide opiniões no mercado imobiliário. A Abrainc considera que a medida é necessária e não impede o investimento em imóveis. A entidade exemplifica com a Casa Verde e Amarela, cujo financiamento usa o FGTS como base. Enquanto isso, outras instituições defendem que o aumento da Selic pode impactar o crédito no geral, resultando em uma futura alta no financiamento. 

Fiador vai se tornar coisa do passado? O seguro fiança domina cada vez mais o mercado de garantias locatícias. Apenas no primeiro semestre de 2022, a modalidade somou R$ 607 milhões em arrecadação. Dados da Federação Nacional de Seguros Gerais indicam que o seguro fiança cresceu 29% em relação a 2021. 

A Tijuca puxa a fila como bairro mais procurado por quem quer comprar apartamentos na capital fluminense. Em um ano, a alta no valor dos imóveis é de 4,15%. Barra da Tijuca, Copacabana, Recreio e Botafogo completam o ranking divulgado pelo QuintoAndar. 

A maioria dos candidatos a inquilinos está sendo reprovada na análise de crédito. O Diário do Rio repercutiu informação publicada inicialmente pelo Imobi Report e mostrou que o percentual de reprovação de cadastros segue crescendo continuamente – hoje, já chega a 63%. O aumento conversa diretamente com as oscilações da macroeconomia brasileira e com o recuo na renda da população

75% dos compradores optam por imóveis usados, inclusive prontos para morar. Segundo pesquisa divulgada pelo Jornal da Band, os usados são os preferidos tanto por eliminarem a espera de um apartamento na planta como pela baixa variação de preços, especialmente de condomínio e outras taxas. 

Itaim Bibi, Jardins e Vila Nova Conceição são os três bairros mais caros para morar e comprar na capital paulista, com o metro quadrado custando em média R$ 16.197. Como pontos em comum, todas as regiões são próximas ao centro financeiro de São Paulo e possuem ampla área verde. 

7 dias é o prazo legal para desistir da compra de um apartamento na planta feita em stand ou por telefone. A desistência, no entanto, pode ser mais complicada quando o contrato é assinado na sede da construtora. Neste caso, há alguns trâmites legais e pode haver multa. 

Compacto, eu escolho você – também em Fortaleza (CE). Apartamentos com 21 m² a 50 m² são os novos queridinhos dos jovens da capital cearense, seguindo tendência observada na Europa e no Sul e Sudeste do Brasil. A saída precoce da casa dos pais, a vinda de estudantes de fora e a facilidade de serviços nas regiões mais procuradas são os fatores que impulsionam a demanda. 

Desocupação em pauta na região Norte. O número de imóveis residenciais e comerciais desocupados cresce sem parar no centro de Teresina (PI). Para incentivar a ocupação da região, o Creci-PI pede que haja incentivo, especialmente fiscal, por parte do poder público.

No podcast Vem Pra Mesa desta semana, Sergio Langer conversa com André Dueck. Ele foi CEO do grupo Forum Triton no Brasil. Empresário nos EUA desde 2012, fundou a Duek Realty, boutique imobiliária de luxo em Miami que foi adquirida em 2020 pelo grupo americano ONE Sotheby’s International Realty, tornando-se o Duek Lara Group.

Uma imersão em Dubai com conteúdo exclusivo, visitas, experiências e muito networking. Essas são as promessas da Imersão Super Luxo Dubai, que gera certificação aos participantes e ainda tem oportunidade para patrocinadores. O evento está em sua segunda edição. 

Clientes, corretores… ou os dois? A J8 Imóveis, de Curitiba (PR), vem revolucionando o setor ao transformar clientes de alto padrão em corretores de imóveis. A estratégia visa ampliar a rede de contatos e indicações entre quem possui alta renda, além de promover escalabilidade para os negócios. Entenda mais sobre ela no Imobi Report

No Imobi Alto Padrão desta semana a pauta é a importância de conhecer outros idiomas para concretizar negócios. O quanto faz diferença para uma operação de alto padrão e luxo o domínio sobre outras línguas? Conversamos com imobiliárias e profissionais de diferentes locais do Brasil para debater este tema pouco explorado. O conteúdo vai ao ar na quinta-feira. Clique aqui para se cadastrar e experimentar o Imobi Alto Padrão gratuitamente por sete dias.

Para saber primeiro das novidades que chegam ao mercado imobiliário, é preciso estar por dentro do que acontece nos segmentos de luxo e alto padrão. Por isso, você não pode ficar de fora do IC Alto Padrão, evento 100% gratuito e online que acontece no dia 25 de agosto. Já são mais de 10.000 participantes cadastrados. Clique aqui para saber mais e inscreva-se

Montando uma operação imobiliária de luxo. O entrevistado de Rodrigo Werneck neste episódio desta semana do podcast Modo Avião é Cristiano Cruz, CEO da One Imóveis de Luxo, de Porto Alegre (RS). Cristiano é um especialista em montar imobiliárias de sucesso, e a One é o terceiro projeto que ele toca com ótimos resultados.

O Imobi Aluguel desta semana trará um novo conteúdo sobre rentabilidade na operação de locação, agora com foco na coleta de dados. Quais itens devem ser considerados para somar corretamente todas despesas e receitas, de modo a aferir a margem de lucro sem distorções? Como separar os centros de custo (locação, vendas e outros) dentro da imobiliária? Para ter acesso a este e a mais de 70 outros textos sobre o dia a dia da locação, assine o Imobi Aluguel, principal comunidade de conteúdo sobre o segmento do mercado brasileiro.

Incorporadoras

De olhos bem abertos para as eleições. A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) está preparando uma carta com os pleitos dos empresários com destino aos candidatos que disputarão o governo federal e estaduais. Retomada de obras paradas, continuidade de programas como o Casa Verde e Amarela e concessões de infraestrutura figuram no topo da lista. Algumas mostras de desaquecimento do setor vêm sendo notadas, como a queda de 6,6% nas vendas de cimento em julho.

Morar às margens das linhas de metrô e trem? Lançamentos imobiliários inovadores cada vez mais consideram infraestrutura e condições de trânsito para estimular a mobilidade compartilhada. Lugares com recargas para bicicletas elétricas e espaço para carros de aplicativos também entram no radar.

Edificações se adaptam às mudanças climáticas. Não é novidade para ninguém que o mundo tem enfrentado temperaturas extremas. Para além do aquecimento global, a composição dos materiais também vem sendo observada como ultrapassada. A nova realidade está obrigando a construção civil a usar novos recursos e tecnologias como aliadas na adequação dos materiais. 

Novidades no Casa Verde e Amarela encorajaram investimentos das construtoras. Começando pelo Grupo MRV, que aproveitou as mudanças no programa habitacional para acelerar o aumento de preços de imóveis populares. Além disso, também prevê a retomada de margens históricas de lucro. Na mesma linha de raciocínio, o Grupo Patrimar anunciou que deve aumentar a relevância de empreendimentos dessa origem. A Direcional, por outro lado, acredita que as alterações do programa só serão sentidas na sequência. 

Em contrapartida, a inflação é um sinal amarelo. Pesquisa do Santander com empresas do setor aponta que as construtoras devem reduzir os lançamentos no terceiro trimestre motivadas pela alta da inflação. Apesar disso, a expectativa é de crescimento nas vendas para os próximos 12 meses. O saldo é uma visão positiva, mas com sentimento ligeiramente deteriorado

Pressão nos custos. A Cyrela observou seu lucro cair quase pela metade no segundo trimestre, motivado pela alta taxa de juros e piora da inflação. Na última semana, a construtora informou que teve R$ 151 milhões de lucro líquido no último trimestre, queda de 43,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. E o mercado especula uma nova negociação da companhia com a Direcional, para ampliação de uma parceria já vigente. 

A JHSF, companhia focada em empreendimentos de alto padrão, divulgou na última semana lucro líquido de R$ 220 milhões no segundo trimestre, volume 31,3% inferior ao do mesmo período de 2021. De acordo com a empresa, o recuo deve-se à base de comparação, uma vez que grandes negociações foram fechadas no segundo trimestre de 2021.

Techs

Negociações digitais e remotas. A chegada das proptechs e sua apropriação da revolução tecnológica no mercado imobiliário potencializam acordos e eliminam eventuais burocracias. Com isso, elas se tornam facilitadoras na negociação entre corretores, inquilinos e proprietários.

A Tesla está testando a próxima versão de seu telhado solar na residência de colaboradores. Em relação aos lançamentos anteriores, a ideia é melhorar a durabilidade e praticidade da instalação. Se os testes derem certo, especula-se um possível lançamento do produto ainda em 2022. 

Estouro da bolha imobiliária do metaverso em pauta. O valor dos terrenos virtuais caiu 85% em meio a uma fase de declínio no interesse de compra destes espaços. Apesar de uma possível sinalização de crise imobiliária, relatório da McKinsey prevê movimentação de 5 trilhões de dólares neste mercado até 2030. 

Mundo

Tendas no deserto, navios de cruzeiro, voos regionais… o Catar vem fazendo de tudo para garantir acomodações aos turistas esperados para a Copa do Mundo. Porém, para aproveitar o movimento dos 1,2 milhões de visitantes aguardados no país, os proprietários locais devem apostar numa solução mais prática e menos romântica: aumentar em até 40% o valor dos aluguéis e pressionar os atuais inquilinos.

São tempos difíceis para o setor imobiliário chinês. Muitos proprietários pararam de pagar a hipoteca à medida que as construtoras começaram a interromper obras em centenas de projetos. O boicote já soma US$ 145 bilhões. Existem promessas para a retomada de obras, mas parece que elas não sairão do papel tão cedo. Com menor demanda do mercado chinês, o minério de ferro está ficando mais barato no mercado internacional.

Você conhece a Paris chinesa? Em Hangzhou, uma área de 31km² reúne habitações e paisagismo com a cara da capital francesa, incluindo até mesmo uma Torre Eiffel de 108 metros de altura – contra 300 da original.

Durante a construção de um condomínio, acharam outro debaixo da terra. O caso aconteceu na Inglaterra e revelou um complexo de edifícios datados da época do Império Romano nunca antes visto.

O “prédio do Neymar” balança, mas não cai. A passagem de um ciclone no litoral de Santa Catarina causou transtornos e proporcionou imagens do Yachthouse se movimentando com o vento. Dentro do prédio, no entanto, nada de pânico, já que uma tecnologia de amortecimento garante a estabilidade do edifício.

Estamos de Olho

Pleitos direto com a presidência. Empresários do mercado imobiliário aproveitaram a visita de Jair Bolsonaro ao Secovi-SP, na semana passada, para tentar adiantar algumas pautas. Uma proposta foi de se permitir que a pessoa física que tomou um financiamento para compra da casa própria possa abater parte dos juros na sua declaração do Imposto de Renda.

E tem golpe novo na praça. Criminosos estão se passando por servidores e funcionários de bancos para conseguir o dinheiro de famílias que aguardam a casa própria.

Residências minimalistas são a nova aposta? As Tiny houses são residências práticas, simplificadas e que promovem redução de resíduos. As mini casas pré-fabricadas vêm se popularizando cada vez mais no Brasil e tem empresa de olho neste segmento

Entre as 16 medidas que esperam análise de deputados e senadores na pauta do Congresso está a MP 1.114/22, que autoriza o uso do Fundo Garantidor de Habitação Popular em financiamentos do programa Casa Verde e Amarela. Ela é a que perderá a validade mais cedo, em 4 de setembro.