Imobi Report

[152] As dores e as delícias de ser uma proptech

Boa notícia para as proptechs: de acordo com levantamento da plataforma Efund, o equity crowdfunding, modalidade de financiamento de startups que consiste em uma “vaquinha” de investidores, deve superar a marca dos R$ 300 milhões ao longo de 2021. O montante, que representa um crescimento de 50% em relação aos aportes do ano passado, pode beneficiar proptechs, construtechs e fintechs. 

Indicativo desta boa fase das startups é a quantidade de notícias que já trouxemos aqui, mostrando os diversos aportes levantados. Nesta semana, foi a vez do GrupoRV, empresa de soluções imobiliárias formada pela Rede Vistorias, Rede ConfiaX, Rede Seguradora e Rede Credit, que levantou um montante de R$ 35,6 milhões, em uma captação liderada pela Oria Capital, gestora de growth equity focada no segmento B2B. 

As incorporadoras também estão de olho nessa movimentação. A Cyrela, por exemplo, está investindo R$ 15 milhões na EEmovel, plataforma de dados imobiliários. Por meio da aquisição da startup pela joint venture Cyma, a sociedade vai possibilitar que a EEmovel dê andamento ao desenvolvimento de 12 novos produtos, todos 100% baseados em dados. 

Uma das grandes novidades que tem ganhado destaque no mercado, atrelada à atuação das startups, é a tokenização dos imóveis. Nesta semana, a Housi e a Vitacon anunciaram a criação de um “cashback token”, baseado em blockchain, que irá contemplar os clientes que comprarem as unidades do empreendimento ON Jardins, em São Paulo. Mais detalhes ainda serão explicados aos clientes por meio de palestras e encontros. 

A startup Insignia também vem ao mercado com a proposta de tokenização de ativos imobiliários. Para entender um pouco mais sobre o assunto, vale ler o conteúdo publicado pelo Canaltech, explicando como a startup pretende transformar “pedacinhos de imóveis” em investimentos digitais

Nos Estados Unidos, uma transação imobiliária já entrou para a história do mercado de criptomoedas. Vai a leilão nesta semana um token não fungível (NFT) no qual foram anexados todos os documentos de propriedade de uma casa em Gulfport, na Flórida. A venda do imóvel será realizada em parceria com uma startup do Vale do Silício, que desenvolveu um protocolo focado na integração da blockchain com o setor imobiliário, a Propy. 

Mas nem tudo são flores no universo das proptechs. Na última semana, no LinkedIn, viralizou a publicação de uma usuária da rede sobre sua experiência de compra com a Loft, que ela descreve como um pesadelo: “Eu, com pouca experiência em transações imobiliárias, fui assessorada pelos profissionais da Loft, e acabei assinando um contrato de 105 dias úteis. (…) Mesmo em todo tempo eu deixando claro que tinha pouco menos de 40 dias para desocupar o imóvel, e eles me garantindo que isso não seria um problema, assinamos. (…) Desde o dia 26 de novembro, minha mãe se encontra dormindo em um colchão no chão com seus pertences todos guardados em um Guarda-móveis, o qual a Loft se ofereceu pra custear, mas que já realizamos o terceiro pagamento sem nenhum reembolso”. Em seguida, a cliente descreve a falta de comunicação com a Loft. A publicação rendeu um comentário de um dos fundadores da startup, Florian Hagenbuch.

Ainda no texto, a cliente elogia a EmCasa, que foi quem vendeu seu antigo imóvel. É um relato simbólico, um “sinal dos tempos”: em 2021, a EmCasa recebeu um aporte de 21 milhões de dólares e um dos investidores foi a Globo Ventures. Vale lembrar que o último investimento da Globo no mercado imobiliário havia sido no ZAP Imóveis. Todos estão de olho no imobiliário.

Incorporadoras

Em entrevista à Mover, Diogo Barral, gerente de relações com investidores da Moura Dubeux, afirma que a incorporadora poderá tirar o pé do acelerador em 2022: “Não vamos lançar só por lançar e machucar nossas margens. Estamos confortáveis com o plano de expansão, que considera desafios, mas se houver necessidade ele será descontinuado”. O executivo também apontou que a maior parte dos lançamentos deste ano deverá ser no primeiro semestre nas sete praças de atuação da incorporadora.

Devido à alta da Selic, reportagem do Terra conta o caso de duas incorporadoras catarinenses, FG Empreendimentos e Phacz, que estão se destcando com o financiamento imobiliário direto com a construtora. Entrevistado, o economista Guilherme Alano afirma: “As principais vantagens são a facilidade na aprovação do crédito, que tem ficado mais restrito na maioria das instituições financeiras pela crise econômica provocada pelo coronavírus e subida dos níveis de inadimplência. Entretanto, o principal diferencial que vai determinar qual é o caminho mais vantajoso, vai ser o custo efetivo da operação. Ele envolve majoritariamente os juros do financiamento, mas também outros custos escondidos, como taxa de abertura de conta, seguros obrigatórios, entre outros”.

A pesquisa mais recente do Painel da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho apontou que a quantidade de cargos ocupados por mulheres na construção civil cresceu 5,5%, somente em 2020. 

Imobiliárias

A alta da Selic ofuscou a rentabilidade do aluguel? Compartlhamos na semana passada que os investidores enxergam a situação com otimismo. Mas, ao mesmo tempo, os fundos imobiliários e aplicações de renda fixa apresentam um retorno interessante na comparação com o aluguel. Mantendo-se o foco no longo prazo, a tendência é de valorização dos imóveis, o que assegura o tijolo como ativo muito relevante e resiliente.

O aluguel teve alta de 1,86% em janeiro segundo o Ivar, índice do Ibre/FGV. Em dezembro, a aceleração foi de 0,66%. Lançado no mês passado, o Ivar mede a variação mensal dos aluguéis residenciais a partir de contratos assinados sob a intermediação de imobiliárias. Saiba mais no Imobi.

Um novo tipo de locatário está ganhando espaço no segmento de aluguel de luxo em SP: os jovens donos de empresas de tecnologia. O negócio junto a este perfil de cliente acontece de maneira rápida e rentável. Os acordos são fechados em cerca de duas semanas e, em alguns casos, o valor mensal supera os R$ 100 mil.

Mas onde ficam estes imóveis? Um levantamento feito pela Loft ajuda a desenhar este mapa e mostra quais são as ruas com o metro quadrado mais caro de SP. Quem lidera a lista é a rua Seridó, no Jardim Europa. com preço que supera os R$ 35 mil o m².

Já que o assunto é alto padrão, o cliente deste segmento costuma recorrer a consultores profissionais para validar o fechamento de seus negócios. E não é só via WhatsApp: arquitetos, engenheiros e advogados de confiança chegam a acompanhar o comprador durante visitas a imóveis. Quais os caminhos para que o corretor conquiste o cliente e também os seus “gurus”? Este é o tema do Imobi Alto Padrão desta quinta-feira (17).

Toda semana o assinante Imobi Alto Padrão recebe um relatório estratégico de mercado com cases e entrevistas sobre o segmento mais exigente e lucrativo do imobiliário. Assinando agora, você também pode conferir todas as edições anteriores por meio da plataforma exclusiva para assinantes. Clique aqui e saiba mais.

E pra falar mais um pouquinho de luxo, o Imobi Report conversou com o especialista em luxo Carlos Ferreirinha e separou três insights valiosos para quem quer entender melhor este mercado. Vale lembrar também que Ferreirinha é palestrante confirmado no ICXP.

O prazo para declaração da Dimob termina no dia 28 deste mês. As imobiliárias devem realizar o envio obrigatório para evitar penalidades e multas. O Imobi Report reuniu um time de especialistas para esclarecer as principais dúvidas sobre a Dimob.

Boa fase na RE/MAX Brasil. A empresa registrou seu melhor trimestre da história no início de 2021, com VGV de R$ 1,23 bilhão. A alta foi de 129% na comparação com igual período do ano anterior. Também houve aumento no número de 25% nas unidades e de 35% no total de corretores. 

Qual a diferença entre a locação de um escritório e um self-storage? Ambas estão relacionadas ao uso de um determinado espaço, mas com fins diferentes. Em seu artigo para o Imobi, Jaques Bushatsky reflete acerca da essência dessas operações.

Uma das maiores dores dos investidores de imóveis para locação é a alta carga tributária sobre os rendimentos. Na edição desta semana do Imobi Aluguel, mostramos que para assessorar financeiramente esse proprietário, as imobiliárias devem conhecer o beabá da holding patrimonial (também conhecida como holding familiar ou administradora de bens). Consultamos fontes jurídicas e contábeis para fazer as contas: a partir de que renda com aluguéis vale abrir uma holding? Quais os custos? Onde se escondem as armadilhas e riscos?

Saiba sobre esse e outros temas específicos do segmento assinando o Imobi Aluguel, primeira e única série do mercado imobiliário brasileiro que fala somente sobre locação.

Estamos de olho

A alta do desemprego, taxa de juros e inflação, impulsionadas pela pandemia, prejudicaram vários setores da economia, mas um segmento do mercado imobiliário foi especialmente afetado: o dos imóveis econômicos. A habitação de interesse social, tão importante quanto os setores de imóveis de médio e alto padrão, incentiva o bem estar social e o desenvolvimento socioeconômico do país. No Imobi, ouvimos porta-vozes da CBIC, Direcional Engenharia, MRV, Sindona, Rottas Construtora e CAPREM para discutir a relevância das habitações de interesse social e responder à seguinte pergunta: o que os atores envolvidos precisam fazer para que setor de imóveis econômicos volte para jogo?

A vida continua e as pessoas precisam morar em algum lugar. Em São Paulo, projetos alternativos ao CVA destacam-se na imprensa paulista. No R7, reportagem traz três cases: o Fica, fundo que reúne doações de 160 apoiadores recorrentes, compra imóveis na região central de São Paulo, reforma estes imóveis e os alugam para famílias com salários de dois a três salários mínimos. Já a Yuca, proptech de locação, assume a gestão de seus primeiros apartamentos de HIS na Zona Leste de São Paulo e deverá investir em outros projetos, fazendo uso de retrofit.

A própria Prefeitura de São Paulo está investindo em projetos de retrofit, através do programa “Pode Entrar”. Pelo menos dez prédios do centro deverão receber investimentos do programa ainda neste ano. O primeiro imóvel a ser reformado deve ser o Prestes Maia, maior ocupação vertical do país.

Para ouvir: no Modo Avião, Rodrigo Werneck recebe Matheus Sartoti, diretor da Infinity Imobiliária Digital. A Infinity atua em Torres, litoral do Rio Grande do Sul, e opera no mercado de imóveis de lazer, com apartamentos e casas de alto padrão em condomínios. Conheça o case de marketing e gestão de time de vendas na plataforma de podcast de sua preferência. Já no Semana Imobi, Michel do Prado, editor do Imobi, comenta com Denis Levati e Rodrigo Arend as notícias mais lidas do Imobi Report as novidades do ICXP.

Falando em ICXP, você sabia que Curitiba sedia o maior museu de arte da América Latina? Com cerca de 35 mil metros quadrados de área construída e mais de 17 mil metros quadrados de área para exposições, o Museu Oscar Niemeyer tem exposições nas áreas de artes visuais, design e arquitetura. E, durante os dias do nosso evento, uma das mostras em cartaz é do escritório Baggio Schiavon Arquitetura, que apresentará 40 edifícios assinados pelos arquitetos, durante os 40 anos de trabalho. Aproveite a viagem e visite!