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[131] Bancos avançam no crédito imobiliário e o aumento no teto do Casa Verde e Amarela

Nos últimos dias, dois bancos fizeram movimentos interessantes em direção ao mercado imobiliário. O Santander adquiriu a Apê11, marketplace de compra e venda de imóveis, e o Nubank fechou uma parceria com a Creditas.

No caso do Santander, a compra sinaliza a importância do crédito imobiliário para a estratégia de negócio do banco. Em entrevista para o Imobi Report, Sandro Gamba, diretor de Negócios Imobiliários do Santander Brasil: “Olhando sempre para o mercado, o Santander está construindo um ecossistema imobiliário para atender às demandas do cliente que, nesse segmento, podem ser corretores de imóveis, imobiliárias, vendedores pessoa física ou quem está buscando a casa própria”.

Já o movimento do Nubank explicita a busca por mais serviços de crédito de modo geral, mas marca a primeira entrada do banco no mercado imobiliário. A Creditas já tem serviços de crédito imobiliário e home equity, que estarão disponíveis para os clientes do Nubank até o final do ano. No Imobi, trazemos uma análise do que as parcerias podem significar para o mercado imobiliário. Confira.

Como esperado pelo mercado, foi aprovado um aumento de pelo menos 10% do teto de valor de imóveis financiados pelo programa Casa Verde Amarela. O pedido, feito pelo setor da construção civil, foi homologado nesta segunda-feira pelo Conselho Curador do FGTS. No Rio, São Paulo e Brasília, o valor máximo passa de R$ 240 mil para R$ 264 mil. Nas demais capitais consideradas metrópoles, o salto é de R$ 190 mil para R$ 209 mil. A resolução define que nos municípios com população entre 50 mil e 100 mil habitantes o aumento no teto será de 15%. Já em locais com 20 mil a 50 mil habitantes, o aumento fica em 10%.

Casa Verde e Amarela

Além do aumento no teto, o Conselho Curador aprovou a redução temporária das taxas de juros nos financiamentos do programa Casa Verde e Amarela para famílias com renda mensal entre R$ 4 mil e R$ 7 mil. A queda será de 0,5 ponto percentual e valerá até 31 de dezembro de 2022.

Ainda sobre crédito, o banco Inter, fundado por Rubens Menin, lançou um novo financiamento com foco na construção de casas em condomínios fechados. Com taxas a partir de 9% ao ano + TR, a linha pode cobrir até 100% do valor da obra e é ofertada para donos de terrenos que tenham o lote quitado.

Incorporadoras

O repasse do reajuste do INCC aos clientes de lançamentos exige jogo de cintura. Por mais que o assunto não tenha margem para discussão – afinal, é de praxe que os contratos tenham um fixador – a recente alta dos custos de construção está inflacionando os valores de modo significativo. Confira no Imobi as dicas essenciais para abordar este assunto junto aos clientes.

Já que os insumos são assunto, as vendas de cimento em agosto podem indicar um arrefecimento no setor de construção. Apesar da alta de 1,1% na comparação com agosto de 2020, o acumulado de 2021 aponta queda. Foram 11,4% de ganhos, dois pontos percentuais a menos do que o registrado em julho.

Verdadeiras armadilhas podem ser criadas em momentos de instabilidade econômica. Uma linha de financiamento imobiliário baseada no IPCA e lançada em 2019, por exemplo, é um belo exemplo de ideia simpática que envelheceu mal. O detalhe é que, como bom gato escaldado, o brasileiro prefere não cutucar a inflação com vara curta. De acordo com levantamento do Seu Dinheiro, menos de 2% do estoque de crédito imobiliário nacional é atrelado ao IPCA.

Do alto padrão em móveis para os imóveis. A Artefacto está expandindo sua operação e lançou um empreendimento em parceria com a CK Construções em Itajaí, no litoral catarinense. A marca é a primeira empresa brasileira de mobiliário a assinar um empreendimento completo.

Ao mesmo tempo em que movimenta a economia, a construção civil tem uma importante missão com a sustentabilidade. Responsável por consumir mais de um terço dos recursos naturais extraídos no Brasil, o setor avança em práticas responsáveis e já ocupa o quinto lugar no ranking mundial de ESG. 

Falando em sustentabilidade, a Dexco vai investir R$ 15 milhões na Noah Wood Building Design. A empresa promove práticas de ESG com o uso de madeira engenheirada na construção civil, além de realizar projetos com foco sustentável. Entre as ações diferenciadas da Noah, estão a redução de desperdício de material e a baixa emissão de gás carbônico.

A mineira Opus está investindo R$ 20 milhões em uma fábrica para a produção de casas modulares inspiradas em contêineres. A empresa projeta aumentar em quase seis vezes o faturamento neste ano, expandir a operação pelo país e entrar na concorrência do segmento de habitações populares.

As construções modulares, por sinal, estão em tendência de crescimento. Práticas e com soluções inovadoras, que permitem uma qualidade de acabamento cada vez maior, elas devem crescer globalmente em cerca de 6% nos próximos quatro anos. O dado é de um estudo da Terracotta Ventures, que aponta o Brasil como um dos locais com mais oportunidades para esta modalidade crescer, ao lado de China e Japão.

Imobiliárias

Pesquisa do Sebrae aponta que a corretagem de imóveis está entre as atividades que mais abriram CNPJ no primeiro semestre deste ano. O número de inscrições de micro e pequenas empresas para trabalhar como corretor de imóveis teve um aumento de quase 106% comparado ao mesmo período de 2020.

Na Exame, reportagem trata sobre os FIIs de imóveis residenciais. Há os fundos de retrofit, especialmente no centro de São Paulo, assim como os fundos de incorporação, que atuam no ciclo completo da construção de empreendimentos, além dos fundos de gestão de imóveis alugados. A reportagem explica que, “embora distribuam dividendos menores, em torno de 6% a 7% ao ano, os fundos imobiliários residenciais possuem um potencial de valorização maior. Isso porque a evolução do patrimônio acompanha o preço dos imóveis residenciais, que costumam ganhar mais valor ao longo do tempo do que outros imóveis”.

Inclusive, o governo federal pretende lançar um fundo imobiliário com imóveis da União até o final do ano. O projeto-piloto constitui uma das frentes do esforço para arrecadar R$ 110 bilhões até dezembro de 2022 com a venda ou locação de parte dos mais de 50 mil prédios e terrenos públicos.

Você sabe qual é a diferença entre assinatura eletrônica e assinatura digital? Em entrevista ao Imobi, Fabrício Stédile, o CEO da Câmara de Contratos, explica as diferenças entre os diferentes tipos de assinatura virtual e conta casos reais de fraudes que foram evitadas com a aplicação de medidas de proteção digital.

Falando sobre contratos virtuais, o Imobi Aluguel desta semana conta como a digitalização de documentos permitiu que as imobiliárias de locação deixassem de ser verdadeiros depósitos de papel. Ferramentas como CRMs, serviços de armazenamento em nuvem e assinatura digital têm colaborado com o fim das gavetas abarrotadas e das salas obstruídas, mais ainda há dúvidas, como o prazo recomendável para guardar contratos físicos já encerrados e as formas mais eficazes de organizar os arquivos digitais. 

Publicado todas as quartas-feiras, o Imobi Aluguel é um infoproduto do Imobi Report inteiramente dedicado ao setor de locação. Experimente o Imobi Aluguel gratuitamente por 7 dias e garanta o acesso à edição de amanhã.

Techs

A CUPOLA, consulgência especialista em marketing e gestão imobiliária e casa do Imobi Report, anunciou a aquisição do ConectaLead. A startup curitibana, fundada há três anos, desenvolveu uma solução que possibilita que leads gerados em portais imobiliários, campanhas de redes sociais, sites e landing pages sejam entregues automaticamente dentro de CRMs. Com a transação, a CUPOLA passa a dispor de um time próprio de tecnologia, que atuará na contínua evolução do ConectaLead, com ênfase na gestão de dados e business intelligence. “As imobiliárias, corretores e incorporadoras manipulam uma quantidade crescente de dados em diferentes plataformas, mas não conseguem organizá-los e tampouco extrair conclusões e insights práticos a partir dessas informações. Vamos aproveitar a vocação do ConectaLead como integrador de variadas tecnologias para atacar essa dor do mercado”, conta Rodrigo Werneck, CEO e Estrategista-Chefe da CUPOLA.

Inclusive, a CUPOLA foi considerada uma das 85 melhores pequenas empresas para se trabalhar no Brasil, segundo ranking da GPTW.

Depois de atacar as dores da locação, a RuaDois tem um novo objetivo: se tornar o 1º superapp do mercado imobiliário brasileiro. Com o lançamento de uma esteira digital para compra e venda de imóveis, a proposta da startup é integrar diferentes serviços num único ecossistema. Em entrevista ao Imobi Report, Paulo Fernandes, CEO da empresa, conta a respeito do novo produto e sobre as expectativas da proptech.

Na Revista Casa e Jardim,10 startups do mercado imobiliário, construção e arquitetura. São listadas algumas figurinhas conhecidas, como a Housi, Nomah, Apto, Casai, e Loft, e outras que estão debutando aqui no Imobi: Spaceflix (locação de móveis por assinatura), Archademy (plataforma de negócios de arquitetura e design de interiores), Mão na Roda (pintura residencial, comercial e corporativa), OneHelp (conecta pessoas reformando com profissionais e fornecedores), e a Concrete Já (plataforma que facilita a aquisição e gestão de concreto).

Falando em Loft, Folha de S. Paulo sabatinou Mate Pencz, cofundador e copresidente do unicórnio. A entrevista trata sobre tecnologia, mercado imobiliário e papel dos corretores no cenário cada vez mais digitalizado.

O programa Lab Habitação: Aceleração de Negócios está com inscrições abertas até sexta-feira, dia 17. Na sua quarta edição, o programa se propõe a acelerar 20 empresas e startups com soluções destinadas a tornar as moradias da população em situação de vulnerabilidade socioeconômica mais saudáveis, dignas e confortáveis. O Lab Habitação é idealizado pela Coalizão Habitação, formada por Artemisia, Gerdau, Instituto Vedacit, Tigre, Votorantim Cimentos e Leroy Merlin.

Mundo

A busca por prédios com porteiros é tendência em Manhattan, nos Estados Unidos. A demanda faz aumentar em 8% o custo do aluguel nestes edifícios em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2020. A procura por residências no distrito nova iorquino está aquecida por conta do movimento de retorno aos escritórios, o que está trazendo de volta para o centro pessoas que buscaram o subúrbio para reduzir seus gastos com habitação.

Na Califórnia, o chamado “custo verde” gera preocupação no mercado de construção. Um código recém-atualizado exige que as novas residências e edifícios comerciais façam a instalação de painéis solares e acabem com o uso do gás natural em aquecedores, migrando para soluções que usem energia elétrica. 

A mansão mais cara dos EUA vai ser vendida- e por um motivo nada luxuoso. A transação irá abater dívidas da construção da residência, avaliada em R$ 2,6 bilhões. O imóvel está sob administração judicial e fica em Bel Air, Los Angeles, área nobre e mundialmente famosa por séries como Fresh Prince. O proprietário não é um maluco no pedaço, mas a disposição para contrair dívidas impressiona: o montante passa dos R$ 874 milhões.

Estamos de olho

11 participantes do Conselho de Mercado Imobiliário da Forbes foram convidados a citar tendências para o setor até o final de 2021. Apesar dos comentários serem sobre o mercado americano, destacamos tópicos que podem ser aplicados aqui também: há um desafio nas moradias populares, que sofrem mais com os altos insumos e com aumento das taxas de juros; o estoque de imóveis (ou a falta dele) exigirá atenção e, com essa combinação de fatores, o mercado de aluguel deve continuar crescendo. Lista na íntegra e em inglês, aqui.

Já no UOL, na editoria Nossa, reportagem com foco no consumidor final dá dicas de como escolher o primeiro apartamento comprado. Entre as sugestões estão: visitar a rua do prédio em dias e horários diferentes; fazer rotas a pé na região do imóvel; levar eletricista e encanador para antecipar problemas; verificar se a vaga de garagem tem matrícula separada do imóvel; entre outros. Uma entrevistada afirma: “Mais importante que comprar um imóvel logo é comprar o imóvel certo. Só vamos saber de verdade como ele é vivendo nele, mas tudo o que for possível de ser previsto, precisa ser”.

O Construsummit, promovido pela Sienge entre os dias 22 e 23 de setembro, reúne palestrantes de toda a cadeia da construção civil em um mesmo propósito: agir para transformar o futuro da construção brasileira. Ainda dá para se inscrever, mas corre que a venda de ingressos já está no terceiro lote.

Podcasts: Essa semana, no Vem pra Mesa, Sergio Langer recebe Andrea Lima, que em apenas 2 anos de corretagem tornou-se a número 1 em vendas na Plano&Plano. Já no Semana Imobi, jornalistas que produzem o Imobi Report comentam notícias relevantes da última semana, como a alta do INCC e a volta na demanda do mercado corporativo.