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Imobi Report

[116] QuintoAndar supera Loft e se consolida como maior proptech da América Latina

A corrida dos unicórnios ganha novos capítulos: depois de uma série de aportes recebidos pela Loft, esta foi passada para trás, pelo menos em valor de mercado. Isso porque o QuintoAndar anunciou um novo aporte de US$ 300 milhões, que fez seu valuation disparar para US$ 4 bilhões. E tem mais um unicórnio nessa pista: o Airbnb, serviço internacional de locação por curta temporada, se movimenta na direção de estadias mais longas e agora fala em substituir o aluguel tradicional. Vamos analisar as notícias por partes.

A nova rodada de investimento do QuintoAndar fez com que sua valoração seja, em reais e no câmbio atual, cerca de R$ 21 bilhões. A proptech se estabelece como segunda startup mais valiosa da América Latina, atrás apenas do Nubank. E se essa valoração tão alta parece impalpável, o Neofeed faz os cálculos: o QuintoAndar vale mais do que MRV e Cyrela juntas.

No portal do Imobi, Rodrigo Werneck, CEO da CUPOLA conta o que significa esse aporte. A startup anunciou que parte do investimento deve subsidiar sua entrada no México, mas Rodrigo aponta como, dentro do Brasil, o alvo ainda é a compra e venda: “Sim, o México é um campo de oportunidades, e a internacionalização seguramente faz parte da estratégia para embasar um IPO mais robusto, mas o grande desafio do QuintoAndar no curto prazo é acelerar sua entrada no mercado de compra e venda de imóveis no Brasil. (…) O time de parcerias do Quinto Andar voltou a campo para dialogar com imobiliárias nos grandes centros em que já opera a venda de imóveis: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre”. Confira o artigo completo aqui.

Outra frente a ser explorada é o crédito imobiliário. Gabriel Braga, CEO e co-fundador do QuintoAndar, afirmou para o Globo: “Começamos adaptando e aproveitando a plataforma de aluguel para a venda, mas ainda há muita coisa pra inovar e queremos intensificar isso. Sobretudo em termos de soluções financeiras. Precisamos simplificar o crédito imobiliário, que é um processo burocrático, difícil, demorado e incerto. Queremos baixar de 60 a 70 dias para um tempo curto e previsível, dando mais segurança ao processo”.

Esta também é uma dor que a Loft, unicórnio concorrente, pretende resolver. A Loft, que já deixou de lado os planos de ser só um iBuyer, havia figurado como o maior aporte que uma proptech brasileira já recebeu.

E ainda há os seres mitológicos estrangeiros: quando trata-se de aluguel, o Airbnb também está na pista. A plataforma de locação a curto prazo alterou uma série de políticas para abraçar estadias mais longas que possam substituir o aluguel tradicional. Para o CEO do Airbnb, Brian Chesky, “as pessoas não estão apenas viajando através do Airbnb; agora estão morando no Airbnb”. Mais uma empresa com muito dinheiro no bolso, nesta corrida.

E dados. Uma imensidão de dados. Não é novidade para ninguém que essas proptechs têm em seu DNA uma forte orientação aos dados. Mas se engana quem pensa que a cultura data-driven é exclusividade dos unicórnios. O Imobi Aluguel desta semana traz exemplos de imobiliárias tradicionais que vêm adotando estratégias de raspagem de dados (do inglês data scraping) para mapear, por exemplo, o inventário de imóveis em sua cidade e seu market share, além de médias de preços de aluguel e condomínio. Assine o Imobi Aluguel e receba amanhã mesmo o primeiro relatório de inteligência exclusivo para o mercado de aluguel de imóveis no Brasil.

Imobiliárias

Junto com a Lello Imóveis, o QuintoAndar também foi destaque nesta semana, em matéria publicada pelo portal UOL que fala sobre a substituição do IGP-M pelo IPCA para correção de contratos de locação de imóveis. A publicação explica por que as empresas optaram em adotar outro índice para reajustar os aluguéis e como isso tem impactado em seus negócios – na Lello, 80% dos novos contratos já são regidos pelo IPCA. 

Com mais de 85 anos de história, o Grupo Lopes está apostando na transformação digital para se atualizar no mercado imobiliário, sem perder sua essência, com a missão de ajudar as pessoas a encontrarem seu lugar. Em entrevista ao Imobi Report, Cyro Naufel, diretor institucional da Lopes, conta detalhes sobre a criação da Lopes Labs, fala sobre a visão da imobiliária a respeito dos corretores e traz uma análise sobre a recuperação do mercado imobiliário na pandemia. 

Agora que a rentabilidade da locação comercial voltou a subir, atingindo 5,46% ao ano, em abril, segundo levantamento do Índice FipeZap, o aluguel de salas e conjuntos corporativos volta a ser visto como um investimento mais atrativo. ganhando de aplicações de renda fixa de baixo risco. Com esse índice, a rentabilidade da locação comercial supera a locação residencial, que ficou em 4,68% no ano, no mesmo período. Também passa a ficar à frente de aplicações de renda fixa de baixo risco. 

O segmento volta a se movimentar e está chamando a atenção de fundos imobiliários, como o da gestora Mogno Capital, que já havia investido na revitalização de áreas degradadas de Lisboa e há tempos estava de olho no mercado de São Paulo. Depois de fazer uma primeira experiência com um edifício comercial com vista para o Minhocão, o fundo está reformando outros prédios para locação. 

Ainda assim, muitas empresas continuam mantendo o home office ou mesmo o modelo híbrido de trabalho, com previsão de retorno aos escritórios somente em 2022, de acordo com levantamento da consultoria KPMG. A pesquisa indica que a expectativa dos executivos de grandes corporações é de que a vacinação acelere esse processo, apesar de ser muito pouco provável um retorno integral antes de 2022. Aliás, a vontade de retornar aos escritórios é uma política defendida pelos executivos, mas que nem sempre agrada os funcionários das empresas. Matéria do Financial Times traduzida pelo Valor Econômico mostra que esta tem sido uma discussão acalorada nos Estados Unidos, inclusive. 

Enquanto não é possível retornar ao escritório em muitas empresas, cresce a busca por imóveis no interior e no litoral, como opção de segunda moradia ou mesmo para mudança. Em São Paulo, Santos e Bertioga têm sido alguns dos municípios litorâneos mais procurados, segundo matéria da Folha de S. Paulo. No Rio de Janeiro, a preferência tem sido a Região Serrana, que vive um boom imobiliário sem precedentes, conforme informações do jornal O Globo. 

Esse fenômeno não se restringe apenas à região Sudeste, como mostra matéria publicada pela CNN Brasil, que traz informações sobre a busca por imóveis em pequenas cidades litorâneas da Bahia e até mesmo no interior de Goiás. O mesmo assunto também foi destaque no Estadão

Incorporadoras

A alta nos insumos da construção, a insegurança pela mais recente onda do coronavírus e a lenta vacinação foram alguns dos fatores que fizeram os lançamentos desacelerarem no primeiro tri deste ano. Dados da CBIC apontam que o lançamento de imóveis foi 3,7% maior em relação ao mesmo período de 2020, mas 58% menor comparado ao quarto trimestre do ano passado. Os dados também apontam um aumento de 27,1% nas vendas de imóveis no primeiro trimestre.

Os principais afetados pela alta dos insumos continuam sendo os projetos de habitação social, ligados ao Casa Verde e Amarela, que têm um teto no valor das unidades. José Carlos Martins, presidente da CBIC, defendeu que “o governo não tem estoques regulatórios, mas tem o poder da caneta para causar um choque de oferta”. Também segundo Martins, a CBIC vem participando de reuniões com o governo federal para avaliar a possibilidade de mudar a curva de subsídios do programa para aproximá-la da renda real das pessoas.

Na cidade de São Paulo, o cenário é diferente. Em abril, a capital registrou alta nos lançamentos e nas vendas. Destas, 64% das vendas e 73% dos lançamentos na cidade foram do programa Casa Verde e Amarela.

As dificuldades do programa de habitação fazem com que incorporadoras explorem outros setores, como já citamos aqui no Imobi. Na Folha de S. Paulo, reportagem relata os movimentos da Direcional e da MRV, que passaram a explorar as fatias de mercado da classe média.

Já a Tenda lança sua marca para o segmento off site. A Alea comercializará casas industrializadas, de wood frame e deverá atuar, em sua maioria, em cidades pequenas e médias. Em entrevista ao Neofeed, Rodrigo Osmo, CEO da Construtora Tenda, justifica porque a empresa é uma das únicas grandes construtoras a se aventurar no segmento offsite: “Durante os próximos anos, ela (a Alea) vai consumir recursos. Deve começar a dar lucro em 2025 e atingir a plenitude em termos de escala em 2026”.

A Forbes traz um breve perfil de Geninho Thomé e conta como o dentista acabou assumindo a construção do Yachthouse, em Balneário Camboriú: “Filosoficamente, esse ramo não difere muito daquilo que eu já estava fazendo. Eu construía novos sorrisos, agora construo um espaço para que as famílias sejam felizes. De qualquer forma, vendo sonhos”.

A personalização de imóveis é cada vez mais demandada pelos consumidores, que querem um toque pessoal no seu lar, e também é apontada como uma das soluções para acelerar o ciclo de obras. É com a personalização da planta que podem ser evitadas dores de cabeça como problemas para integrar a varanda em um apartamento. No Imobi, entrevistamos especialistas e imobiliárias para saber mais sobre os benefícios que essa solução tem oferecido para as empresas e para os clientes.

Techs

No Infomoney, reportagem traz Pedro Waengertner, CEO da ACE, e Marcus Anselmo, sócio operador da Terracotta Ventures, para responder a pergunta: como serão os imóveis do futuro?

Marcus também foi o mais recente entrevistado das lives semanais promovidas pelo Imobi. Se você perdeu, o encontro mais recente está disponível na íntegra aqui. Essa semana, vamos aproveitar o feriado para descansar, mas no dia 10 de junho nos encontramos de novo, no mesmo horário e na mesma rede social. Vamos conversar com Mariliza Pereira, CEO da RioOito Incorporações e Empreendimentos, sobre as demandas dos imóveis nas cidades do interior. `Às 18h, no Instagram do Imobi Report.

Uma startup promove o match entre obras e lojas de insumos da construção civil. A ideia da Prospecta é usar big data para mapear obras em qualquer região do país. As lojas contratam e podem ter acesso a esse banco de dados para prospectar clientes, ao invés de esperar os clientes aparecerem com a demanda.

Uma nova solução de chatbot para o cliente final simula e compara opções de financiamento imobiliário. A funcionalidade da Kzas Krédito, chamada Kiko, promete reduzir de um dia para apenas dois minutos o tempo de simulação de crédito.

Uma pesquisa produzida pela Homer aponta que 74% dos corretores imobiliários se renderam às ferramentas tecnológicas para conseguir realizar suas negociações online, principalmente durante a pandemia. Todos eles consideram essencial estar no ambiente virtual, principalmente para ter mais credibilidade e visibilidade.

Mundo

Mais da metade dos locatários americanos estão planejando uma mudança pós-pandemia. Uma pesquisa da Entrata aponta que as mudanças estão relacionadas a adaptar seus imóveis para suas necessidades, sejam elas de espaço ou financeiras. Ou seja, há quem mude para um lugar maior – com mais espaço para o home office, por exemplo – e há quem mude para uma locação que caiba melhor no bolso, normalmente porque teve cortes financeiros com a pandemia. 22% dos entrevistados da pesquisa já fizeram essa mudança no ano passado e 14% dos inquilinos da geração Z voltaram a mudar com os pais. Outro dado interessante é que 4 em cada 10 dos entrevistados afirmaram que moram de aluguel não porque não querem comprar um imóvel, mas sim pois não podem arcar com os custos da entrada de um financiamento.

Já no altíssimo padrão, o mercado imobiliário de Dubai volta a aquecer. Estrangeiros estão encontrando uma rota para fugir do confinamento e de medidas restritivas devido à pandemia. A região é conhecida pelas vilas luxuosas, nas ilhas planejadas com praias individuais. E a joia do mercado é uma “villa” moderna na ilha Palm Jumeirá: um imóvel que conta com uma praia particular de 60 metros de extensão, cinema e piscina por 26 milhões de dólares.

Estamos de Olho

Reunindo palestrantes de renome e projeção internacional em diversos segmentos do mercado imobiliário, o evento The eXp Shareholder Summit, realizado em maio pela eXp Realty, trouxe vários insights para quem trabalha no setor. Em artigo publicado no Imobi Report, Elisa Tawil listou os cinco principais aprendizados que absorveu durante sua participação no evento. Vale a leitura.

Quem está em busca de mais insights sobre o mercado imobiliário também pode acompanhar o podcast “Vem Pra Mesa”. No episódio desta semana, Sergio Langer entrevista Gil Vasconcelos, diretora de Incorporação da Kazzas, construtora e incorporadora com foco no segmento econômico (spin off da construtora e incorporadora Kallas). E, toda sexta-feira, o podcast “Semana Imobi” traz os principais destaques das notícias do mercado imobiliário que apareceram aqui na nossa newsletter do Imobi Report. É outra forma de ter acesso ao conteúdo produzido pela nossa equipe, com curadoria de notícias e análises de mercado. 

Palco de inúmeros acontecimentos históricos importantes e exemplo de vanguardismo na Arquitetura, no passado, o Centro do Rio de Janeiro hoje concentra mais de 500 imóveis em estado de má conservação. De acordo com mapeamento do Programa Centro Para Todos, constam na lista, inclusive, espaços icônicos da antiga capital brasileira, como o Hotel Paris. O estado de abandono desses imóveis é denunciado por entidades que pedem uma revitalização urgente do Centro do Rio

Em Pernambuco, um novo empreendimento vai dar nova cara a uma área do Centro Antigo de Recife que também já esteve bastante degradada, como o Centro do Rio. É o Moinho Recife Business & Life, da Revitalis, que vai transformar uma antiga construção que antes abrigava um moinho de trigo em unidades residenciais, para locação de curta e média temporada, por meio da Housi. 

Na semana passada, morreu Jaime Lerner. Reconhecido internacionalmente pelas soluções inovadoras que propôs e realizou em diversas cidades, sobretudo em Curitiba, Lerner deixa um legado que seguirá a inspirar gerações de arquitetos, urbanistas e empreendedores do mercado imobiliário. Na Gazeta do Povo, uma seleção de 10 obras icônicas realizadas por Lerner.

A continuidade da pandemia em 2021 também trouxe como consequência um novo aumento no número de reclamações entre vizinhos em condomínios. O fenômeno já tinha sido observado no início da pandemia, no primeiro semestre do ano passado, apresentou queda nos meses subsequentes, mas voltou a crescer neste ano. Alguns dos problemas mais comuns são obras nas unidades, conflitos entre vizinhos e discussões sobre fechamento de áreas comuns. 

A boa notícia é que o número de casos de Covid-19 na construção civil tem diminuído, apesar do avanço da pandemia. De acordo com a Abrainc, nenhum óbito foi registrado entre operários desde agosto do ano passado e, da primeira para a segunda onda da doença, houve redução de 26% no número de infectados

No dia 7 de julho, acontece a eleição para recomposição do Conselho Pleno do Sistema Cofeci-Creci para o triênio 2022/204. Na ocasião, serão eleitos 27 conselheiros efetivos e 27 suplentes. As candidaturas são registradas sob a forma de chapa, sendo vencedora a que obtiver o maior número de votos. Podem votar corretores de imóveis que estejam regularmente inscritos no Sistema Cofeci-Creci.