[108] FGV quer ouvir imobiliárias para criar novo indexador do aluguel
Resumo
Nos destaques da curadoria desta semana temos proposta da FGV para criar novo indexador do aluguel, redução na tributação de imóveis e mais.
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Neste mês, o Imobi Report e a CUPOLA promovem o Imobi Experts – Imóveis de Luxo e Alto Padrão, evento digital e gratuito, focado na formação de corretores. Serão transmitidas palestras e painéis, ao vivo, com alguns dos melhores experts do Brasil no segmento de alto padrão e luxo. O evento acontece no dia 21 de abril, entre 9h às 18h. As inscrições estão abertas.
Com o IGP-M acumulado em 31% nos últimos 12 meses, está cada vez mais claro para o mercado que é preciso repensar os índices de reajuste do aluguel. Esse movimento levou a própria FGV, responsável por compilar e divulgar dados, a anunciar a criação de um novo indicador para substituir o IGP-M. O projeto não tem data de lançamento, mas o Painel, da Folha de S. Paulo, apurou que os portais imobiliários não devem servir como fonte de informação para a base de cálculo do novo índice. Em entrevista à CNN Brasil, André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV, comenta sobre a intenção de buscar imobiliárias para estabelecer parcerias e “ter acesso a um fluxo constante de dados sobre preços de aluguel em contratos”.
Enquanto isso não acontece, o mercado imobiliário testa possibilidades. A mais usual tem sido a substituição do IGP-M pelo IPCA em novos contratos. No caso do QuintoAndar, por exemplo, cerca de 35% de seus contratos ativos de aluguel já são corrigidos pelo IPCA.
Para quem deseja ter acesso a análises sobre o mercado de locação, o Imobi Report está lançando um novo produto, o Imobi Aluguel. Com reports semanais especializados em locação, entrevistas com especialistas, apresentação de cases e lives exclusivas, o Imobi Aluguel se propõe a auxiliar as imobiliárias a entender melhor as movimentações do mercado da locação. Para saber mais, faça sua pré-inscrição aqui.
Após novo entendimento da Receita Federal, empresas do setor imobiliário poderão pagar menos Imposto de Renda (IRPJ) e CSLL na venda de imóveis anteriormente alugados. A Receita Federal passa a considerar o resultado desse tipo de operação como receita bruta, desde que a atividade de locação faça parte do objeto social da empresa. Matéria do Valor Econômico traz mais informações sobre essa mudança.
Após um ano de pandemia, prédios corporativos de São Paulo começam a ganhar novas finalidades.De acordo com o Estadão, depois da onda de devoluções desses espaços, os edifícios agora passam a abrigar empresas de setores que foram na contramão da crise e conseguiram expandir, como tecnologia, saúde e assessoria financeira. Ainda assim, a estimativa é de que a taxa de vacância fique em 20% até o fim do ano, dobro da média registrada antes da pandemia. Isso sem considerar os lançamentos previstos neste ano.
A Lopes prevê um aumento de 62% no VGV dos lançamentos que a rede vai intermediar neste ano, na ordem de R$ 7,4 bilhões. Para acelerar a velocidade de comercialização durante a pandemia, a Lopes tem apostado cada vez mais no Lopes Labs, por meio do qual tem desenvolvido ferramentas digitais para aproximar “o imóvel certo do corretor certo e do comprador certo”.
Quanto o brasileiro está disposto a pagar por um imóvel, seja ele novo ou usado? Segundo levantamento da plataforma Homer, o valor ideal indicado pelos potenciais compradores fica entre R$ 250 mil e R$ 400 mil. A pesquisa também aponta que um dos critérios que definem a compra atualmente é espaço para home office.
Além das grandes construtoras, há incorporadoras de menor porte apostando na operação própria de locação, na gestão de suas unidades. Uma das empresas que atuam desta forma é a Vincere, de Curitiba. Em entrevista ao Imobi Report, o diretor da Víncere Locações, Vinícius Dunetz, conta por que decidiu adotar essa estratégia.
Incorporadoras
Na última semana, a Folha de S. Paulo e o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV, promoveram um seminário online para discutir a possibilidade de bolha no mercado imobiliário. Para os pesquisadores que participaram, não, não há indícios de bolha no setor. Paulo Picchetti, professor do FGV Ibre, explica que bolhas ocorrem quando o crescimento do preço descola do fluxo de renda que o ativo pode gerar, e que o mercado brasileiro ainda estaria se recuperando da queda de preços de 2014. Há outro fator que cria o medo de bolha, mas não o sustenta: a sensação do mercado estar em alta se intensifica quando comparado a outros setores mais afetados pela crise sanitária.
Antes da alta da Selic, em fevereiro, os empréstimos liberados para compra de imóveis no país pelo SBPE somaram R$ 12,5 bilhões. Foi uma alta de 95,3% em relação ao ano anterior e foi recorde nominal para fevereiro na série histórica iniciada em 1994, segundo dados da Abecip.
A alta da Selic, somada à velocidade da vacinação no Brasil e ao aumento dos custos da construção civil, compõem um sinal de alerta para o mercado imobiliário, segundo O Globo. A reportagem cita projeção da CBIC, que reduziu a expectativa de vendas e lançamentos para este ano, da alta anterior de 10% para a estabilidade em relação ao ano passado.
Incorporadores também avaliaram o cenário. Maurício Corrêa, diretor comercial da construtora Jeronimo da Veiga, que atua no Casa Verde e Amarela, acredita que a vacinação será essencial para os resultados de 2021 e explica que “está havendo uma espécie de corrida ao ouro”, por conta do horizonte de aumento dos juros. A construtora vem absorvendo os gastos para não ultrapassar o teto do programa habitacional, de R$ 240 mil, e aumentando os estoques. Movimento similar à RJZ Cyrella, que também está apertando a margem e passou a comprar insumos em alta escala para reduzir os custos.
Respondendo a alta dos insumos, empresários da construção entregaram ao Ministério da Economia uma proposta de zerar o imposto de importação do aço por seis meses, prorrogáveis por mais seis meses. As siderúrgicas não receberam bem esta notícia. O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, nega problemas de abastecimento e afirma que as usinas brasileiras estão colocando mais aço no mercado interno do que nos mesmos meses do ano passado, quando não havia reclamação por falta de produto. Lopes vai além e afirma que, caso haja algum problema pontual de entrega, é porque as construtoras estão comprando aço além da demanda atual, para aumentar os estoques preventivamente, como no exemplo da RJZ Cyrela.
Na Exame, uma entrevista com Milton Meyer, CEO da MPD Engenharia. Para ele, duas características nos apartamentos foram valorizadas e deverão permanecer no pós-pandemia: a varanda e o home office. “Depois dos anos 2000, você tem os apartamentos se abrindo um pouco mais e agora você tem um perfil de apartamentos em que tudo tem que ser integrado. A varanda ficou totalmente relevante, principalmente para a classe média, porque ela pode ser incorporada na área do apartamento. Antes, isso não existia”.
E no Infomoney, Carlos Bianconi, CEO da RNI. Em live, ele comenta como as regiões em que a incorporadora atua são regiões de agronegócio, o que permitiu um 2020 mais estável. “Crescemos e nos desenvolvemos no interior do Brasil, onde existe uma resiliência de renda. A pandemia trouxe muitas preocupações, mas foi o ano que mais conseguimos desenvolver a empresa, tivemos recorde em tudo. Nós temos um déficit habitacional importante, e o cliente assalariado ou com capacidade de renda acaba buscando sempre trocar o valor do aluguel pela parcela da casa própria, e é aí que nós atuamos”.
Techs
Na Época,um artigo traz uma série de players que ofertam tecnologias para facilitar a venda de imóveis. A Pipedrive é uma ferramenta de gestão de funil, metas e relatórios de vendas, além de formulários e descrição das atividades. Já a americana Sharp Spring é uma plataforma que se propõe a integrar marketing e vendas em um único CRM. A Fast Sale funciona como um marketplace com um sistema de venda compartilhado. A dinâmica é que o proprietário é conectado com corretores que, por sua vez, podem comercializar estes imóveis. A plataforma promete uma comercialização em até 60 dias.
A Vitacon anunciou que irá investir R$ 10 milhões para se tornar uma empresa de tecnologia imobiliária. Um quarto desse montante irá para a nova área de dados. “Uma incorporadora tradicional compra e desenvolve empreendimentos imobiliários. A gente tem uma abordagem mais tecnológica e voltada à melhoria da experiência do cliente, bem como do recebimento dos proventos do empreendimento. Olhamos muito para a tecnologia e os investimentos nessa área vão crescer cada vez mais e teremos serviços agregados para nos diferenciar no mercado. O produto que vendemos é uma commodity, sem desmerecer todo o processo criativo envolvido nele. A força e a visão da empresa estão voltadas aos serviços para o cliente”, explica Ariel Frankel, CEO da Vitacon, para a Exame.
Já a empresa-irmã, Housi, se propõe a ser um marketplace de locação. A novidade é que a plataforma abriga operadores de unidades residenciais, de hotéis e flats de todo o país, não só de empreendimentos da Vitacon, como era no começo do negócio. Ao fechar parcerias com incorporadoras de vários locais, agora o inquilino pode definir por quanto tempo pretende fazer a assinatura da moradia, assim como migrar para imóvel maior ou menor, de unidade mais cara para mais barata ou até mesmo de cidade. Para Alexandre Frankel, fundador da Housi, “considerando todos os lançamentos dos quais a Housi participará, neste ano, é como se a plataforma fosse a maior incorporadora do Brasil, só que sem terrenos ou empreendimentos”.
No Estadão,reportagem explica como a Loft está fazendo uso de inteligência artificial para determinar os preços de imóveis. A startup começou em São Paulo, fazendo a compra de matrículas e bases de dados de prefeituras, referentes a IPTU, e dos Correios para os endereços. O algoritmo também faz uso de dados próprios da empresa, como a maneira como o cliente se relaciona com a plataforma, a opção por um tipo específico de acabamento na reforma ou a demanda por uma certa de planta de imóvel. Há também dados de inflação, juros e índice de lançamentos imobiliários para prever os ajustes de preço baseados em fatores econômicos.
A Yuca abriu uma rodada de captação pela Bloxs Investimentos, plataforma de crowdfunding. O objetivo é levantar R$ 2,3 milhões para a aquisição de três apartamentos em Moema, Bela Vista e Brooklin, bairros da capital paulista. Os imóveis serão reformados, mobiliados e equipados para locação.
Mundo
Após registrar a maior queda de preços dos últimos cinco anos, decorrente da pandemia de Covid-19, o mercado imobiliário de Londres começa a apresentar sinais de recuperação. Esse movimento tem dado esperança às incorporadoras, já que o número de novos empreendimentos aumentou exponencialmente na última década por lá: até março deste ano, 123 projetos estavam em execução, contra 21 empreendimentos em construção há uma década.
A oferta pública de ações da Compass agora é uma realidade. A companhia está presente na Bolsa de Valores de Nova York desde a última quinta-feira, quando levantou US$ 450 milhões com seu IPO. A notícia tem potencial de mexer com o padrão de Wall Street, que tem apostado em empresas que baseiam sua operação, grosso modo, em automação, em detrimento daquelas que apostam num modelo com a presença de corretores, como a própria Compass e a Realogy. Os reflexos do IPO da Compass devem ser percebidos a médio prazo, mas podem trazer consequências, inclusive, para o mercado brasileiro. Este é um movimento global.
Com a crise econômica no Brasil, aliada à pandemia de Covid-19, muitos brasileiros estão considerando a possibilidade de emigrar para Portugal, o que tem movimentado o mercado imobiliário por lá. De acordo com matéria publicada pelo O Globo, a procura de imóveis em terras portuguesas por brasileiros dobrou em relação ao primeiro trimestre de 2020, mas o fechamento de fronteira ainda é um problema, pois não se sabe de fato quando essas pessoas poderão viajar para se mudar. Parte destes clientes também está interessada em investir em imóveis para renda com locação.
Estamos de Olho
Longevidade e geroarquitetura foram temas de reportagem no Estadão. “A maior preocupação dos longevos é manter a autonomia para continuar a fazer o que sempre fizeram. É uma parcela da população que busca apartamentos menores e mais práticos, mas não quer o estúdio porque tem uma carga física de histórias, móveis e objetos que carrega consigo”, afirma Flavia Ranieri, arquiteta entrevistada pela reportagem. Flávia também foi fonte de uma matéria sobre o tema para o Imobi Report.
“Já passei por insinuações indecentes durante uma festa da empresa”. “Quando eu trabalhava em um stand de vendas, passei por uma situação onde tive que suportar insinuações dos clientes”. “Meu chefe disse que eu deveria começar a usar roupas mais curtas em reuniões com clientes”. Esses são apenas alguns dos depoimentos de mulheres que atuam no mercado imobiliário, coletados pela pesquisa “O Lado Feminino do Mercado Imobiliário”. O estudo identificou que seis em cada dez mulheres sofreram algum tipo de assédio, sendo quatro deles de natureza sexual. A pesquisa foi elaborada a pedido do Movimento Mulheres do Imobiliário e de Raquel Trevisan pela Datastore. Em sua coluna no Imobi, Elisa Tawil comenta as informações e traz reflexões fundamentais sobre assédio no setor. Confira.
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