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Imobi Report

#091 QuintoAndar passa a reajustar contratos com IPCA

No último mês, uma das grandes discussões do mercado imobiliário tem girado em torno do reajuste do aluguel. Como o Imobi vem compartilhando, o IGP-M está acumulado em mais de 24%. Porém, o ajuste de contratos que vencem até dezembro não necessariamente seguem esse patamar, especialmente com a crise sanitária.

Esta é a opinião do QuintoAndar. O unicórnio anunciou que passará a adotar o IPCA como índice nos contratos assinados a partir de hoje. Para a Exame, o cofundador do QuintoAndar, André Penha, afirma que houve um descasamento entre o IGP-M e a realidade do mercado: “O IGP-M é muito mais ligado ao dólar e ao preço das commodities. Já o aluguel tem a ver com a renda, com o salário das pessoas”. Na mesma reportagem, ele defende que o ajuste trará benefícios para os proprietários, além dos inquilinos: “Um preço mais justo mantém o imóvel alugado por mais tempo. O proprietário tem interesse em propor um valor razoável para o aluguel porque se o imóvel for desocupado a rentabilidade dele vai para zero”.

No aluguel comercial, a negociação entre lojistas e shoppings se intensifica. Associações de lojistas se organizam argumentando que, apesar do comércio ter reaberto, as vendas não estão no mesmo volume de pré-pandemia, o que poderia levar a uma nova onda de fechamento de lojas.

Reportagem do Estadão, com foco no consumidor final, traz os melhores sites para alugar imóveis: são mencionados Moving Imóveis, Imovelweb, Mercado Livre, OLX, QuintoAndar, Viva Real e ZAP Imóveis.

A grade curricular da formação de um corretor de imóveis é coerente com a realidade atual? Denis Levati, colunista no Imobi Report, traz o questionamento sobre quais disciplinas e capacidades deveriam ser contempladas em um curso moderno de formação de corretores. Confira o artigo aqui.

Se você tem dificuldades para gerenciar campanhas em redes sociais, a CUPOLA lançou um curso que pode te ajudar. Mídia Digital para Imobiliárias é um curso que ensina como fazer anúncios assertivos para venda, locação e captação de imóveis. Com a mentoria de Aline Pavezi, líder de mídia digital, conteúdo e inbound marketing da CUPOLA, o workshop tem foco em Facebook, Instagram e Google Ads e oferece autonomia para imobiliárias e corretores quando se trata de mídias digitais. Inscrições abertas.

Incorporadoras

O crédito imobiliário com recursos da poupança bateu o segundo recorde consecutivo: um aumento de 84% em outubro, comparado a 2019. O crédito atingiu R$ 13,86 bilhões no mês, segundo dados da Abecip.

A pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do 3º trimestre de 2020, apresentada por CBIC, Senai e Brain Inteligência Estratégica apontam que 46% dos entrevistados têm a intenção de adquirir um imóvel. Destes, 13% já estão pesquisando. Ainda, o crescimento nas vendas de imóveis no Brasil, nos primeiros nove meses do ano, foi da ordem de 8,4%, em comparação com o mesmo período de 2019. Além de comprar mais, os brasileiros estão aproveitando as baixas taxas de juros para adquirir imóveis mais amplos – e também mais caros. As vendas de imóveis na planta, entretanto, podem ter mais de dificuldade para acompanhar esse crescimento, com a alta do INCC.

O mesmo levantamento da CBIC também mostra que houve redução de 27,9% nos lançamentos de imóveis, nos primeiros nove meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2019, acompanhada de uma redução de 13% na oferta. Só no terceiro trimestre, a queda foi de 10,5% na comparação anual – ao todo, foram lançadas 42.885 unidades no período. Em compensação, as vendas no terceiro trimestre tiveram aumento de 23,7%, em comparação com 2019.

Já um levantamento da Loft corrobora que sim, as pessoas estão com menos medo de adquirir um imóvel. O percentual de clientes que se disseram cautelosos para compra e venda caiu de 68% para 45%, desde maio. Já aqueles que pensavam em adiar a transação por causa da incerteza financeira também recuaram: de 43% para 22%.

Falando sobre a Loft, a startup está investindo pesado no seu próprio serviço de financiamento imobiliário. Mate Pencz, fundador e copresidente da Loft para a Exame: “Nosso objetivo é ser o maior distribuidor de financiamentos imobiliários do país até dezembro de 2021”.

O lucro das incorporadoras aponta para um novo ciclo de expansão do mercado imobiliário. Somando os resultados das 14 maiores incorporadoras com ações na Bolsa, o lucro líquido foi de R$ 721 milhões no terceiro trimestre, 56% a mais do que no mesmo período do ano passado. No entanto, a produtividade no setor para os próximos anos preocupa, estando estagnada, enquanto outros segmentos crescem exponencialmente, como demonstra o CEO da Tenda, Rodrigo Osmo

Uma das incorporadoras que contribuíram para o resultado acima foi a Cury, subsidiária da Cyrela. Em um momento de grande otimismo, a empresa projeto crescimento de dois dígitos para os próximos anos.

Incorporadoras que não estão listadas na Bolsa também estão expandindo e preparam novidades para 2021. Este é caso da Patrimar, que está preparando três empreendimentos de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, para lançar em março do ano que vem. Cada um dos projetos tem VGV estimado em meio bilhão de reais.

Devido ao crescimento das incorporadoras na pandemia, a construção civil registrou um surpreendente boom de contratações no segundo trimestre. Só no período, foram gerados 399 mil empregos no setor, conforme dados da Pnad Contínua.

O CEO da MRV, Rubens Menin, no entanto, está preocupado com o futuro do mercado imobiliário, devido às reformas que estão paradas. O empresário revelou temor em relação à volta da inflação e ao aumento da taxa de juros, em entrevista ao portal Neofeed.

Já o presidente da Abrainc, Luiz Antonio França, acredita que este é um excelente momento para estrangeiros investirem no mercado imobiliário brasileiro, inclusive. Em artigo publicado na Exame, ele mostra como a queda da Selic pode facilitar e incentivar essas transações.

Após expandir suas atividades para Nova York, a RBR Capital, uma das principais casas especializadas em fundos imobiliários, prepara novidades para 2021. A gestora planeja lançar um fundo de crédito imobiliário no mercado americano e, em um futuro próximo, portfólios de desenvolvimento lá fora.

Techs

Já falamos sobre o QuintoAndar lá no início, mas essa vale mais uma nota. A startup fechou uma parceria com a fintech Mova para ampliar o programa de adiantamento de aluguel para proprietários. Os locadores poderão adiantar até 6 meses de aluguel, que são descontados do aluguel mensal em até 10 parcelas.

O BlackRocks Startups lançou um programa de aceleração, em parceria com banco BTG Pactual, com foco em negócios liderados por pelo menos uma pessoa negra. Na última semana, foram divulgadas as 9 primeiras startups a serem aceleradas. Entre elas, com foco no mercado imobiliário, está a Viverde Casa, que desenvolveu uma plataforma de capacitação e mediação de mão de obra para construção civil.

A Yuca, startup de coliving, lançou um fundo imobiliário de R$ 40 milhões. O objetivo é adquirir novos imóveis para transformá-los em colivings e locá-los. Além disso, a startup pretende ampliar os bairros onde atua na capital de São Paulo. A Yuca promete um retorno médio de 8% ao ano.

A Brasil Brokers avança no seu projeto de transformação, de negócio tradicional para proptech as a service. Reportagem do Globo traz o novo CEO da Brasil Brokers, Daniel Guerbatin, contando como a Desenrola é o pilar deste reposicionamento, ao bater de frente com os unicórnios do mercado.

Já a APSA, imobiliária carioca com mais de 85 anos de atuação, buscou parcerias de tecnologia e inovação. Entre eles, está a FC ANALISE Digital: “Como intermediadores entre locador e locatário, temos o dever de manter a segurança da locação para as partes envolvidas. E nesse momento, o uso de uma análise do comportamento financeiro dos candidatos (inteligência de dados), nos ajuda a entender se precisaremos adotar solicitações de garantia mais robustas, como, por exemplo, o seguro-fiança tradicional ou se conseguimos flexibilizar, pois entendemos que existe baixo risco de inadimplência”, afirma, Renata Braga, coordenadora de locações da APSA ao Imobi Report.

No Estadão, a advogada Evelyn Tamy Macedo traz alguns exemplos de boas práticas relacionadas à LGPD para o mercado imobiliário. Entre elas, revisão de documentos; elaboração de termos de responsabilidade com colaboradores e eventuais prestadores de serviços (corretores autônomos, atendentes terceirizados e empresas de marketing digital, por exemplo); desenvolvimento de políticas de privacidade e termos de uso; e revisão e/ou implementação de técnicas e procedimentos de segurança da informação.

A metodologia ágil tem ganhado adeptos no mercado imobiliário. O conceito refere-se a eficiência e otimização de entregas de valor, com avanços contínuos e parciais, sempre em linha com as metas finais do cliente. Mas o método pode trazer algumas novas expressões, como scrum, framework, OKRs. No Imobi, preparamos um rápido guia para conhecer um pouco mais sobre metodologia ágil e suas expressões que só parecem complicadas.

Mundo

A Zillow, maior plataforma imobiliária dos Estados Unidos, registrou recorde de acessos: até setembro, o site e o aplicativo registraram 236 milhões de acessos mensais e 2,8 bilhões de visitas totais, aumento de 21% e 32% em relação ao ano passado, respectivamente.

Em Berlim, na Alemanha, entra em vigor a segunda etapa da controversa legislação que pretende regular o valor dos aluguéis. Em janeiro, já havia sido estabelecido um teto para o valor dos aluguéis e, agora, locadores que excedam esse teto em mais de 20% deverão reduzir seus aluguéis ou arcar com multas. Além disso, inquilinos que pagarem valores excedentes podem processar os proprietários e receber o excedente de volta.

Movimento urbanístico que já vinha acontecendo, mas se intensificou com a pandemia, é a valorização de minibairros autossuficientes. Em Paris, o objetivo é que os moradores consigam fazer tudo: saiam de casa, vão às compras, trabalhem, em uma distância que pode ser percorrida em 15 minutos. Na Austrália, em 20 minutos.

Estamos de Olho

Na Veja São Paulo, o editor-chefe Raul Juste Lores defende que, para reverter o esvaziamento da Faria Lima, é preciso humanizar a região: “O home office da pandemia deixou explícitas as carências do urbanismo farialimer. Dezenas de edifícios corporativos sem um bar no térreo, uma vitrine que seja, afastados da calçada, deram a diversos quarteirões da Vila Olímpia e do Itaim um ar de abandono. Ao contrário da Paulista, onde muitos prédios residenciais dos dois lados, centros culturais, estações de metrô e lanchonetes mantêm a via vibrante, a Faria Lima ficou estéril”. Vale a leitura.

Também em São Paulo, um empreendimento no Alto da Boa Vista está causando polêmica. É que a construtora Viver, a antiga InPar, pretende construir um condomínio horizontal de luxo no local onde atualmente encontra-se a chamada Chácara Alfomares. É uma área verde de 63,6 mil m² com resquícios de Mata Atlântica, além de espelhos d’água e jardins projetados por Burle Marx e árvores nativas, como espécies frutíferas e eucaliptos, algumas delas sob proteção ambiental. O empreendimento já é alvo de uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo, que contesta a regularidade das obras.

Que a pandemia trouxe novas necessidades e hábitos, não é novidade para ninguém. Mas, a cada dia, surgem novas informações sobre como essa transformação está acontecendo. Matéria publicada pelo Estadão mostra, por exemplo, que a procura por self storage (armazenamento em galpão ou depósito) aumentou bastante nesse período. Só na Moby, que mantém unidades em São Paulo e Rio de Janeiro, a demanda cresceu 60% entre abril e agosto. E cerca de 75% são pessoas físicas que precisaram se mudar para imóveis menores ou adaptar espaços em suas residências.

Os planos dos brasileiros para o fim de ano também mudaram por causa da pandemia. De acordo com a Época Negócios, a procura por imóveis para o Réveillon no Rio de Janeiro caiu 15%. No Paraná, foi a oferta de imóveis para aluguel de temporada que diminuiu – sem poder viajar para outras localidades, os proprietários decidiram eles próprios curtir o fim de ano em suas casas e apartamentos de veraneio no litoral do Estado. Em vez de viagens para o litoral, muitos brasileiros também estão trocando a praia por casas de campo neste fim de ano – de acordo com o Estadão, a tendência de aluguel de chácaras continua em alta.

O Casa Verde e Amarela contará com aporte de R$ 5,5 bilhões em ações para o setor imobiliário, conforme anúncio feito pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) na semana passada. Desta forma, o programa terá um orçamento de R$ 68,9 bilhões, começando a funcionar em 2021.

Passado o segundo turno das eleições municipais, agora é hora de cada cidade começar a se preparar efetivamente para um novo mandato de prefeito, com início em 2021. No caso de São Paulo, uma das principais questões relacionadas ao mercado imobiliário é a renovação do Plano Diretor, tema do artigo mais recente de Elisa Tawil no Imobi, que comenta também a diversidade das câmaras municipais.