Venda de usados do Minha Casa, Minha Vida cai radicalmente
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Venda de usados do Minha Casa, Minha Vida cai radicalmente

13 set 2024
Adilton Fernandes
Adilton Fernandes
3 min
Venda de usados do Minha Casa, Minha Vida cai radicalmente
Foto: Rafael Silva/Cohab/Divulgação

O Governo Federal instituiu mudanças no Minha Casa, Minha Vida (MCMV), há cerca de um mês, com o objetivo de desestimular o financiamento de imóveis usados e, consequentemente, liberar mais recursos para imóveis novos, na planta ou em construção. A alteração vale, especificamente, para a faixa 3 do programa, que inclui famílias com renda entre R$ 4,4 mil e R$ 8 mil. 

O consultor e especialista no segmento econômico de imóveis, Valdomiro Garrah, explica que essa atualização almeja fomentar a indústria da construção civil. “Imóveis usados tem uma cadeia pequena de beneficiários, por isso não são o principal alvo dos investimentos de fundos imobiliários. O imóvel novo, por sua vez, acelera a economia do país através da geração de empregos e renda”, afirma.

Entretanto, esse movimento está impactando fortemente corretores e imobiliárias que atuam na comercialização de usados MCMV. De acordo com as novas regras, o valor máximo do imóvel usado que pode ser enquadrado no programa diminuiu de R$ 350 mil para R$ 270 mil. Além disso, o valor máximo da cota de financiamento, que antes chegava a 80%, agora será de 70% para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e de 50% para as regiões Sul e Sudeste. Também foi criado um limite orçamentário para essas operações, que não devem passar de R$ 13,3 bilhões neste exercício.   

Garrah destaca que, agora, alguns compradores precisam dar metade do valor do imóvel como entrada. “Para os clientes Minha Casa, Minha Vida, há uma limitação muito grande. Essas famílias estão sendo duramente afetadas, pois elas precisam, principalmente, de flexibilidade no pagamento dessa entrada, que é a maior dificuldade hoje do brasileiro”, ressalta o especialista. 

Um agravante para os corretores que estavam atuando nesse nicho é que a Instrução Normativa (IN) que trouxe as mudanças previu a vigência das novas regras em um prazo de apenas 10 dias. Com isso, alguns consumidores tiveram que buscar novas alternativas de crédito mais onerosas ou até desistir dos negócios.

Impacto para imobiliárias e corretores

O consultor e especialista no segmento econômico prevê uma redução na receita para os corretores e imobiliárias que trabalham com imóveis usados. Com a diminuição do potencial de financiamento das famílias, a demanda tende a cair, puxando as vendas para baixo. “Foi uma mudança muito drástica no potencial de financiamento das famílias. Haverá uma diminuição radical nas vendas dos corretores que trabalham com imóveis usados do MCMV”, afirma.

Segundo Garrah, o comportamento do comprador vai se voltar para imóveis novos e na planta. Entretanto, também haverá uma vertente de clientes que vão preferir reunir a quantia para a entrada do imóvel usado, uma estratégia demorada, que exige comprometimento da renda e está vulnerável à valorização dos imóveis, ao aumento nas taxas de juros e às novas mudanças nas regras do MCMV. “O comprador sempre procura o imóvel que cabe no seu bolso, mesmo que demore mais para fazer a aquisição”, defende.

Diante dessas mudanças, Garrah sugere que os corretores encontrem novas opções para seus clientes da faixa 3, incluindo imóveis novos. Outra dica é encontrar público com capacidade para comprar os usados disponíveis na carteira. E também é necessário dar atenção à renda do comprador, para entender se ele não se encaixa na faixa 2. “Neste momento, não adianta lamentar, porque nem tudo está perdido, existem diversas opções no mercado. Os corretores precisam se adaptar rapidamente às mudanças”, finaliza.

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