Danielle Serafino, sócia do Opice Blum fala sobre como evitar o golpe do falso boleto no aluguel
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Seis maneiras de evitar o golpe do boleto falso de aluguel

O golpe do boleto falso tem atormentado empresas e pagadores de contas em todo o País. No mercado imobiliário não é diferente: o Imobi Report tem colhido relatos recorrentes de fraudes ou tentativas de fraude nos boletos pagos pelos inquilinos, situação que provoca transtorno e constrangimento para locatários e imobiliárias.

Duas variantes do golpe têm sido registradas no mercado da locação. Na primeira, hackers invadem o endereço eletrônico de uma pessoa comum e deletam o email do boleto emitido pela imobiliária para pagamento do aluguel. No lugar, inserem um novo email, com remetente muito parecido ao anterior, mas com outro boleto anexado (também de aparência semelhante ao original). Agora, porém, com os dados bancários da quadrilha. 

Numa outra modalidade de crime virtual, chamada “bolware”, um vírus inserido de forma maliciosa (quando se clica em links ou anexos de sites piratas ou enviados por email, por exemplo) adultera diretamente o boleto no computador do usuário, normalmente na hora de baixá-lo para impressão.

Como esse inquilino não costuma conferir com atenção os dados contidos no boleto, o dinheiro que seria destinado ao aluguel acaba caindo na conta dos golpistas. E quando o cliente é notificado de que está inadimplente, a confusão está armada

Quem paga o prejuízo? 

Conforme o código 14 do Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor do produto deixa de ser o responsável pela fraude se a culpa for totalmente do consumidor ou de terceiros envolvidos. Nestes casos dos boletos falsos, portanto, se a imobiliária provar que emitiu o documento de forma regular e foi o inquilino quem não se atentou, esse cliente fica responsável por efetuar um novo pagamento. 

Danielle Serafino, sócia do Opice Blum fala sobre como evitar o golpe do falso boleto no aluguel
Danielle Serafino, sócia do Opice Blum fala sobre como evitar o golpe do falso boleto no aluguel

“Se essa empresa provar que tem mecanismos de segurança da informação, que tomou a precaução de avisar que o golpe do boleto falso está no mercado e sobre como as pessoas devem se prevenir antes de pagar um boleto, ela pode mostrar à Justiça que também ela foi vítima dessa fraude e deixar de ser responsabilizada”, comenta Danielle Serafino, sócia Opice Blum escritório de advocacia que é pioneiro em Direito Digital no Brasil e referência nacional em proteção de dados.

Porém, quando há conflito entre as partes, o cliente tem proteções legais se decidir judicializar a questão. O dono de uma imobiliária de São Bernardo do Campo (SP), que prefere não se identificar, contou ao Imobi Report que sofreu dois reveses na Justiça paulista com ações de inquilinos que caíram no golpe do boleto e se recusaram a fazer um segundo pagamento – mesmo que a origem da fraude tenha partido do equipamento desses locatários. 

“Quando a empresa não consegue provar que ela tomou essas diligências, esses cuidados, temos visto algumas decisões judiciais responsabilizando as imobiliárias ou essas empresas terceiras, e não culpando o cliente, o consumidor, que é considerado uma vítima dessa situação”, relata a sócia da Opice Blum.

Como reduzir o risco de golpes?

Para reduzir o risco desse tipo de golpe, a Opice Blum – que tem inclusive um departamento de prevenção de crimes cibernéticos – lista algumas recomendações para que imobiliárias ou qualquer empresa emissora de boletos reforce a proteção interna e a de seus clientes. Confira: 

  1. Envie cartilhas ou material informativo por e-mail mostrando aos usuários as diferenças entre o boleto original emitido pela empresa e o que foi usado por fraudadores
  1. Se a imobiliária permite a impressão de boletos em seu site, disponibilize um mecanismo de validação por meio de certificado digital
  1. Recomende ao cliente que mantenha o antivírus sempre atualizado (e faça esse mesmo procedimento dentro da empresa)
  1. Se clientes relatarem fraudes no pagamento de boletos, encomende auditoria periódica nos equipamentos da empresa para certificar que a fragilidade não é interna
  1. Avalie a viabilidade de aplicar camadas extras de proteção no email em que o boleto está contido, como certificados digitais e criptografia
  1. Se a empresa tiver recursos, crie equipes de compliance e de segurança da informação para orientar a escolha de equipamentos, softwares e antivírus mais seguros. 

Gostou deste texto? Ele foi adaptado de uma das edições do Imobi Aluguel, primeiro relatório de inteligência do país focado exclusivamente em locação, criado pelo Imobi Report. 

Em cada edição, o Imobi Aluguel traz um estudo sobre um assunto principal, entrevistas, notícias ligadas ao segmento e indicadores atualizados da locação. Clique aqui para receber o Imobi Aluguel gratuitamente por 7 dias e saber mais sobre o relatório, produzido pela equipe de jornalistas do Imobi Report, com o know-how da CUPOLA, principal consultoria para gestão de imobiliárias do Brasil.