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Retrofit embarca na onda short stay pelo Brasil

Uma das frases mais emblemáticas do mercado imobiliário é a expressão “localização, localização, localização”, que reforça a posição geográfica do imóvel como seu atributo mais importante e inegociável. Porém, o serviço está se posicionando como outro valor essencial, e o retrofit ganha espaço para solucionar essa conta complexa que se apresenta no mercado. 

Vejamos: uma localização privilegiada é algo cada vez mais escasso e já não há oferta de terrenos centrais nas grandes cidades. Diante desta brecha, o retrofit surge como alternativa, pois recupera imóveis antigos e degradados que ocupam estas áreas. 

Ao mesmo tempo, quem procura imóveis nessas localizações gosta de contar com soluções e praticidade ao alcance das mãos, com comércio próximo e serviços que podem ser resolvidos em um clique. Estas são características ligadas ao short stay, movimento que cresce no Brasil e encontra grande sinergia com o retrofit.

Localização privilegiada é atrativa para uma faixa de consumidores que só cresce

Segundo levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), 70% dos entrevistados não têm preferência por um imóvel fixo, enquanto 82% dos jovens brasileiros, entre 16 e 24 anos, querem experimentar a moradia flexível.

Leonardo Morgatto, CEO da Tabas, startup de moradia flexível, destaca que o retrofit e a sustentabilidade são diferenciais altamente relacionados aos empreendimentos focados no short stay.

“Muitas opções desse modelo de habitação são projetadas com foco na eficiência energética, utilização de materiais renováveis e tecnologias sustentáveis. Além disso, ao passar por processos de retrofit, que tem virado tendência em grandes centros urbanos como na capital paulista, os empreendimentos desse modelo se tornaram uma alternativa mais sustentável em termos ambientais, uma vez que reaproveitam edificações existentes, gerando menos resíduos, e se mantêm alinhados com as diretrizes de revitalização das cidades brasileiras”, comenta Morgatto.

O executivo da Tabas lista outros laços de sinergia entre o short stay e a ocupação de espaços privilegiados nas cidades, o que é viável pelo trabalho de retrofit.

“Um dos principais pontos referentes à moradia flexível é que ela oferece aos indivíduos a liberdade de escolher o local e o estilo de vida que desejam. Por meio de apartamentos já equipados e localizados em locais estratégicos, os moradores têm a possibilidade de selecionar aquele imóvel que melhor atende às suas necessidades, seja em termos de tamanho ou estilo arquitetônico, sem a urgência de adquiri-lo”.

Em Porto Alegre, o case de retrofit da ABF Developments

Em Porto Alegre, uma região degradada está ganhando um novo rosto graças ao retrofit. Trata-se do Quarto Distrito, localizado na região que fica entre o aeroporto e o centro da capital gaúcha.

O movimento de recuperação da região passa pela incorporadora ABF Developments, que procurou investir em um olhar diferente para o local. Antes uma região industrial, o Quarto Distrito agora procura atrair um novo público com imóveis focados em estadia flexível e oferta de serviços.

“O 4º Distrito tem atraído um público disruptivo, criativo, independente, que hoje mora e trabalha em um lugar por alguns dias, e amanhã quer viver em outro. Projetamos o empreendimento 4D Complex House para ser o centralizador dessas pessoas, oferecendo esse novo jeito de morar em Porto Alegre”, diz o CEO da ABF, Eduardo Fonseca.

Com cozinha, academia, coworking, lavanderia, áreas condominiais e de lazer coletivas, o novo complexo multiuso do 4º Distrito aposta em um modelo de moradia flexível. Em parceria com a Housi, plataforma de moradia por assinatura, a ABF Developments lançou lofts de 17 a 50m² com administração da parceira.

As iniciativas da ABF vão além do imóvel, apostando em iniciativas de urbanização que bebem na fonte de referências internacionais. “Estudamos bastante sobre regiões revitalizadas do mundo, como Barcelona e Londres, e procuramos trazer isso para cá”, conta Fonseca.

Para conferir um papo sobre o case da ABF, confira o episódio do podcast Modo Avião que recebe o CEO da incorporadora. Em bate-papo com Rodrigo Werneck, Eduardo Fonseca dá detalhes da estratégia da incorporadora e a aposta no retrofit.

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