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O que é flex stay? Moradia flexível chega para ocupar lacuna no mercado imobiliário

A praticidade do hotel e o acolhimento de uma casa: esta é uma soma que ajuda a definir o short stay, aluguel de curta duração que está crescendo em popularidade no Brasil. Mas o que é o flex stay? O conceito de estadia flexível conta com bastante potencial a ser explorado e está chamando atenção de quem quer investir em um imóvel de temporada.

O aluguel flexível (ou flex stay) é um formato que permite que o cliente ocupe o imóvel sem ter dores de cabeça comuns do modelo tradicional. Entre as facilidades, poder entrar e desocupar o imóvel com liberdade na escolha da data, o agrupamento de despesas em pacotes, serviços embarcados e possibilidade de utilização do cartão de crédito. Estes diferenciais são bastante valorizados por uma parcela do público que hoje não é atendida.

Ao mesmo tempo, os investidores estão de olho na rentabilidade destes formatos. Afinal, o aluguel tradicional sofre para competir com as aplicações de renda fixa em tempos de juros altos.

Confira agora um pouco mais sobre como funcionam estes novos modelos de moradia e entenda porque o caminho é de crescimento no mercado brasileiro.

Short stay e flex stay chegam para atender um novo perfil de cliente

“Para o cliente que busca uma hospedagem durante viagens de férias e estadias curtas, existem pousadas, hotéis e Airbnb. Já para longa estadia, temos a locação tradicional e seus contratos de longo prazo. Entretanto, o mercado possui um vazio entre estas opções”, explica Daniel Claudino, analista do mercado imobiliário e consultor da CUPOLA.

O consultor aponta que um número cada vez mais representativo de pessoas vive em constante transição – por exemplo, se deslocando entre diferentes cidades e trabalhos. Só que este estilo de vida não é contemplado pelos formatos tradicionais de moradia.

“São várias situações em que o cliente não se encaixa na definição clássica de um hóspede ou de um inquilino”.

Daniel Claudino, analista do mercado imobiliário e consultor da CUPOLA.

“Há um vazio de soluções para quem quer ficar por 3 meses numa cidade, para avaliar se pretende se mudar para lá. Até mesmo no caso de estar ali para um tratamento de saúde, ou aguardando o resultado de um concurso. São várias situações em que o cliente não se encaixa na definição clássica de um hóspede ou de um inquilino. Este cliente quer residir ali, mas resolver tudo com a facilidade de um cartão de crédito e ficar longe de preocupações como vistoria ou pintura”, ressalta Claudino.

Flex stay: novas necessidades foram alavancadas nos últimos anos

Um movimento bastante acentuado pela pandemia foi o surgimento dos nômades digitais. São profissionais que podem exercer o trabalho remoto, seja home office ou anywhere office – formatos em que o profissional necessita somente de um espaço para trabalhar e conexão com a internet.

“Antes da pandemia, tínhamos poucos clientes procurando por locações de 30, 60 ou 90 dias. Acontece que muitas empresas estão contratando em formato híbrido e remoto, especialmente multinacionais e da área de tecnologia. Nós verificamos que esta demanda existe e dedicamos 20% do nosso estoque de imóveis para este tipo de cliente”, diz Avelino Mira Neto, fundador da Yogha, startup de moradias por assinatura sediada em Curitiba (PR).

De acordo com Avelino, os hábitos do consumidor mudaram muito e a moradia flexível está em trajetória ascendente. “É o nosso foco daqui pra frente. Diversos clientes nossos vivem neste formato, trabalhando a partir de diferentes cidades e conhecendo o mundo inteiro. Muitos destes hóspedes não têm interesse ou condição de comprar um imóvel, portanto, seu investimento mensal relacionado à moradia é direcionado para estadias flexíveis”, aponta.

O executivo da Yogha considera que, para garantir comodidade, o cliente está disposto a pagar mais caro. “Não à toa, as imobiliárias estão cada vez mais interessadas em se aproximar do modelo”, relata Avelino.

Expoente no short stay, startup Charlie se destaca pela flexibilidade

A startup Charlie é reconhecida pelo trabalho com o short stay, convertendo hotéis e atuando em parceria com incorporadoras para disponibilizar apartamentos prontos para serem ocupados. O Charlie abraçou a lacuna da flexibilidade e está captando recursos junto a investidores de diversos portes.

“Atendemos perfis muitos variados de clientes, que vão de jovens a idosos. Há quem fique um dia, alguns dias, alguns meses… Eles procuram a hospedagem por motivos diferentes, como viagem ou saúde, evitando hotéis para ter mais liberdade e ficarem à vontade. Para lidar com tudo isso, temos um grande investimento em tecnologia. Precisamos ter tudo integrado e funcionando para poder escalar com qualidade”, detalha Allan Sztofiskz, CEO do Charlie.

O executivo destaca que a startup está abrindo operação no Rio de Janeiro, além de estar presente em São Paulo e Porto Alegre.

“O investidor imobiliário passou a olhar o short stay como uma maneira de rentabilizar mais o imóvel. Também por isso, as incorporadoras passaram a desenvolver imóveis para este formato. A demanda aumentou, o número de imóveis neste formato cresceu, e nossa solução toca a parte de administração. Hoje, ter o Charlie embarcado no imóvel é um diferencial para o investidor e para os corretores de imóveis”, afirma Sztofiskz.

CEO do Charlie revela estratégias no podcast Modo Avião

Ao revelar os desafios da operação em conversa com Rodrigo Werneck, CEO e estrategista-chefe da CUPOLA, no podcast Modo Avião, Sztofiskz aponta que a comodidade gerada ao cliente, principal diferencial da plataforma, gera grandes desafios na parte operacional. “A dor do negócio é que 24 horas tem algo acontecendo. Para o usuário ter uma experiência de excelência, há muito trabalho por trás. Limpeza, manutenção e controle de acesso são só algumas das tarefas”, pontua ele. 

O executivo do Charlie também detalhou a estratégia que gera atratividade para investidores imobiliários.

“Fazemos um projeto otimizado para o investidor. Trazendo experiência hoteleira, entregando um apartamento completo e com zero dor de cabeça, para que ele possa monetizar imediatamente. Em alguns casos, ele nem chega a pegar a chave ou conhecer o imóvel pessoalmente. Enquanto isso, o locatário paga um pouco mais por conta da comodidade, conforto e flexibilidade. Diante do pacote de facilidades, o cliente vê que a conta fecha”.

Confira a conversa completa clicando aqui.