News do Imobi: Antes da mudança, setembro teve queda nos financiamentos
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Embora as novas regras para liberação de financiamento imobiliário pela Caixa tenham entrado em vigor somente neste mês de novembro, dados divulgados pelo Banco Central, na última semana, mostram que a desaceleração na concessão de crédito imobiliário começou em setembro.
Na comparação com agosto, houve uma queda de 4,4%, a primeira de um ano que vinha acumulando crescimento mês a mês. Fonte do Banco Central ouvida pela Folha de S. Paulo indica que é preciso aguardar os dados dos próximos meses para ter uma ”prova definitiva” de que este recuo observado em setembro tem relação com a escassez de recursos nas fontes de financiamento.
O assunto ganhou grande repercussão na imprensa. O Globo trouxe uma reportagem que compara as condições de financiamento entre os privados. O texto destaca que Itaú, Bradesco e Santander não alteraram as regras do financiamento, mantendo os valores de entrada para o financiamento menores do que na Caixa. Por outro lado, a taxa de juros praticada por estes bancos segue maior. Já no Valor Econômico, uma entrevista com o presidente da EZTech, Silvio Ernesto Zarzur, destaca o contrassenso do volume de compra de imóveis frente à atual taxa de juros.
No podcast O Assunto desta segunda-feira (4), o tema foi “o que muda no sonho da casa própria”. A jornalista Natuza Nery entrevistou Danilo Igliori, ex-OLX e professor de Economia da USP, que traçou um panorama histórico da relação do brasileiro com a casa própria e as condições econômicas de acesso ao financiamento do imóvel.
Vendas e Locação
No Modo Avião desta semana, o CEO da CUPOLA, Rodrigo Werneck, recebe o advogado especialista em direito imobiliário da C2T Adv, Arthur Thomazi. Os dois conversam sobre a importância de compreender a Lei do Inquilinato e as principais dificuldades jurídicas do setor. Cerca de 50% dos imóveis do país têm algum tipo de irregularidade. Segundo o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, a falta de escritura é o problema mais comum. Diante desse cenário, Thomazi compartilha estratégias para captar imóveis livres de pendências. Ouça agora!
Desenvolvimento e retenção de profissionais. A rotatividade de pessoal preocupa empresas, principalmente em momentos de crescimento organizacional. A sócia-diretora da Céu-Lar Imóveis, Adriana Magalhães, acredita que o treinamento é a chave para gerar alinhamento cultural e perspectivas, fundamentais para manter a equipe engajada. A empresária ressalta que ainda é preciso investir em ferramentas de apoio, como as assistentes virtuais, e ações que promovam a saúde física e mental dos colaboradores.
Inflação do aluguel tem alta inesperada. Em outubro, o IGP-M teve alta de 1,52%, contra a previsão de 1,48% feita por especialistas. Já o IPCA foi impactado pelo grupo Habitação, que apresentou alta de 1,35%. Segundo levantamento da Superlógica, a partir dos dados de 800 mil imóveis, a inadimplência do aluguel ficou estável em setembro, com índice de 3,14%. Sergipe teve a menor inadimplência do país, registrando 2,11%. Já a maior foi em Rondônia com 11,18%. A maior parcela de atraso ocorreu nos imóveis com aluguéis acima de R$ 13 mill (5,52%), enquanto a menor taxa se concentrou nas unidades com custo mensal entre R$ 2 mil e R$ 3 mil (1,73%).
Debate sobre legalidade dos aluguéis por temporada segue aquecido. Segundo a plataforma JusBrasil, nas locações pelo AirBnB, o número de sentenças estaduais sobre conflitos entre condomínios e proprietários, que era de 228 em 2022, chegou a 392 em 2023, um aumento de 72%. Os processos incluem casos de roubo, arrombamento, barulho extremo e presença de desconhecidos. O entendimento predominante é de que alugar imóveis por temporada não se alinha com a finalidade residencial.
Apesar disso, o aluguel por temporada se apresenta como uma forma de investimento para os famosos, que anunciam seus imóveis com diárias que podem custar mais de R$ 20 mil. Personalidades como Fernanda Paes Leme, Marcelo Faria, Rafa Brites, Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank são adeptos dessa modalidade de locação. Já Chiquinho Scarpa, que vive em uma mansão avaliada em R$ 63 milhões, aluga seu imóvel para festas e eventos. A propriedade de 1,5 mil metros² de área construída é composta por seis quartos, sete banheiros, 12 vagas de garagem e piscina. O casarão também foi colocado à venda, mas não atraiu compradores.
No episódio do Modo Avião “O refúgio de luxo“, a sócia-diretora da Porto Bracuhy Imóveis, Carolina Gardon, fala do aluguel por temporada de imóveis de alto padrão em Angra dos Reis.
Secovi-SP divulga dados de imóveis novos em setembro. As vendas totalizaram 9.475 unidades e os lançamentos somaram 11.449 residências. O Valor Geral de Vendas no nono mês do ano foi de R$ 4,9 bilhões na capital. Com base nos dados do imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI) da prefeitura, a Loft calculou o valor dos bairros na metrópole. A Mooca seria o bairro com os preços de imóveis mais fora do real. A Rua Simão Álvares, em Pinheiros, subiu de R$ 1 milhão para R$ 6,19 milhões, sendo o endereço que mais encareceu na cidade. No bairro mais caro, Jardim Europa, o preço médio dos imóveis é de R$ 7,8 milhões. Um levantamento da boutique imobiliária Mbras mostra que o Shopping Cidade Jardim, o Clube Pinheiros, o Parque do Povo, a Praça Pereira Coutinho e o Clube Paulistano são os cinco locais que mais valorizam os imóveis na capital paulista. Enquanto o preço médio do metro quadrado de imóveis de luxo na cidade é de R$ 28,6 mil, o valor nessas regiões fica entre R$ 70 mil e R$ 100 mil. Já o QuintoAndar publicou um artigo elegendo Vila Olímpia, Brooklin e Vila Nova Conceição como os melhores bairros para investir na capital paulista.
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Construção e Incorporação
Alta nos preços. O mercado imobiliário teme que a reforma tributária encareça operações de construção, venda e locação. O projeto prevê redutores para a alíquota, mas ainda assim as entidades do setor alertam que a alta carga dos impostos vai elevar os custos e reduzir a oferta. Além disso, segundo a CBIC, o preço dos imóveis deve subir ainda neste ano para compensar o alto custo das obras. Com a demanda aquecida, a inflação da construção já supera a inflação oficial do país. Para o presidente do órgão, Renato Correia, isso resultará em aumento nos preços para o consumidor final. Entretanto, a CBIC eleva a projeção de crescimento da construção para 3,5%. O mercado de trabalho aquecido e o bom desempenho dos imóveis econômicos contribuíram para esse resultado positivo. Segundo a FGV, a reclamação de escassez de mão-de-obra na construção civil é a maior em uma década. Em setembro deste ano, 29,4% dos empresários do setor apontaram a escassez de trabalhadores qualificados como fator limitante do desenvolvimento de negócios.
Métodos construtivos para enfrentar a mudança climática. O light steel frame está no Brasil há duas décadas, mas sempre enfrentou barreiras de custo e carência de mão-de-obra especializada. Agora, com a maior frequência de eventos climáticos extremos, o método tem ganhado relevância no país. Com chapas de aço leves e pré-fabricadas, o modelo agiliza as obras e reduz o desperdício. A vida útil é semelhante a de imóveis de alvenaria, mas os materiais podem ser facilmente reaproveitados em caso de demolição.
Pesquisadores retomam a atenção para métodos de construção ancestrais, como aquele empregado nas cidades maias. Apesar do clima tropical e úmido da selva, as obras permanecem de pé 1.500 anos depois de sua construção. Os pedreiros utilizavam materiais como borracha para conferir propriedades adesivas à argamassa e cinzas vulcânicas para aumentar sua resistência.
Clientes desconhecem ESG. Conforme pesquisa da Brain Inteligência Estratégica, 93% dos entrevistados disseram não entender o significado da sigla. E mais: 59% disseram que não pagariam mais caro por imóveis que adotassem critérios ESG, embora 83% reconheçam sua importância.
Terrenos rejeitados são oportunidade de pequenas empresas. A incorporadora Tico, de São Paulo, entrega projetos pequenos, em áreas menores e com restrição de zoneamento. Com essas características, os terrenos são mais baratos que os demandados pelas gigantes do mercado. Também em São Paulo, a gestão Tarcísio promete aporte de R$ 87 milhões para construção de moradias. O recurso seria utilizado em projeto desenvolvido com parceria da Caixa Econômica Federal. As unidades estão distribuídas em 23 conjuntos distribuídos por 12 cidades: Atibaia, Boituva, Botucatu, Caieiras, Itapevi, Limeira, Marília, Mogi das Cruzes, Santo André, São Paulo, Sorocaba e Taboão da Serra.
Demolição da antiga embaixada britânica repercute no imobiliário de Brasília. Projetado em 1962, o bloco de 18 apartamentos estava desocupado desde 2019. Em 2022 foi vendido para a construtora Paulo Octávio, por R$ 8 milhões. A empresa afirma que uma série de questões cartoriais e de segurança inviabilizaram a reforma. O edifício foi construído pelo arquiteto William Bryant, com varandas laterais e em estilo brutalista.
Beleza e relaxamento em condomínios. Estratégia de marketing de Natura e Mitre instala espaços de beleza e spa dentro de prédios da incorporadora. As estruturas estão equipadas para receber profissionais de estética cadastrados na Bluma, aplicativo da Natura pelo qual clientes podem solicitar serviços de manicure, cabelo, massagem e depilação em domicílio. Um dos projetos é o residencial de alto padrão Haus Mitre, em obra na Rua Itapeva, nos Jardins. O outro projeto é o residencial de médio padrão Raízes L’Avenir, em fase de lançamento na Vila Prudente.
Nomes de peso e luxo. No Rio, o condomínio da Armani terá 190 apartamentos com padrão de luxo internacional. O investimento de R$ 1,4 bilhão é um exemplo de “brand building”, quando construções são associadas a marcas de prestígio. Já em Balneário Camboriú, a Embraed avança com o Tonino Lamborghini Residences. O prédio será o primeiro da marca automotiva construído no Brasil. O projeto contempla 51 andares e 67 apartamentos avaliados em aproximadamente R$ 6,9 milhões.
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Estamos de olho
Acordo sobre terras em Jericoacoara é suspenso pela PGE do Ceará. O caso, que coloca um dos destinos turísticos mais procurados do Brasil em evidência, intensifica o debate sobre a posse de terras na região. Em meio à disputa sobre a titularidade de terras que representam 83% da Vila de Jericoacoara, a Procuradoria-Geral do Ceará suspendeu o acordo firmado com Iracema São Tiago, empresária que reivindica a propriedade das áreas não ocupadas.
Moradores e empresários do RS tentam acelerar a construção de moradias por meio de doações, diante da crise habitacional provocada por enchentes. Essas iniciativas enfrentam os mesmos obstáculos que o poder público, como a escassez de terrenos seguros para novas construções. Dados da Defesa Civil Nacional evidenciam a urgência dessa demanda. Enquanto placas de “vende-se” e “aluga-se” se multiplicam nas cidades inundadas, o cenário revela uma dinâmica complexa: uma queda acentuada nos valores dos imóveis afetados, com proprietários sendo forçados a desvalorizar seus imóveis. Em contraste, áreas elevadas, que permaneceram secas, experimentaram uma escalada nos preços, refletindo a crescente demanda por segurança habitacional.
A recuperação da China depende da ocupação de imóveis vazios. Em Luoyang, com 7 milhões de habitantes, levaria oito anos para vender todas as casas paradas, resultado de um excesso alarmante de construções. Com 32 milhões de imóveis não vendidos, o governo aposta em soluções para revitalizar o mercado imobiliário e restaurar a confiança do consumidor. A urgência é clara: sem um resgate eficaz do setor, a economia chinesa corre o risco de estagnar.
Agenda
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