Dia das Mulheres

7 perfis que mostram que as mulheres também estão na construção civil

Já foi o tempo em que “lugar de mulher era em casa, cuidando dos filhos e do marido”. Hoje, falar isso até pega mal. Afinal, as mulheres estão cada vez mais ocupando espaços e quebrando as barreiras do preconceito nas mais diferentes áreas – ainda bem. 

Será que podemos dizer que essa é uma revolução silenciosa? Depende. Com o crescimento da participação das mulheres no mercado de trabalho, algumas vão, como se diz no popular, “comendo pelas beiradas” e mostrando sua força de trabalho no dia a dia, sem muito alarde. Mas, com as redes sociais, muitas mulheres estão botando a boca no trombone e mostrando para o que vieram.

Até nos ambientes que soariam mais improváveis isso vem acontecendo. É o caso da construção civil, mercado que desde o começo da humanidade foi reservado aos homens. Pois bem. A realidade já é outra e, segundo o IBGE, a presença feminina em canteiros de obras apresentou um crescimento de 120% de 2007 a 2018. 

Hoje, no Brasil, são mais de 200 mil mulheres atuando na área com carteira assinada. Elas estão aí desmistificando a ideia de que essa é uma profissão que exige apenas força física. A desigualdade salarial ainda é um grande obstáculo a ser vencido, mas as mudanças já são visíveis. E a gente agradece. 

Pensando nas mulheres do canteiro de obras, separamos alguns exemplos que vêm fazendo bonito na área e que aproveitam as redes sociais para divulgar, compartilhar e, principalmente, inspirar outras mulheres.

Conheça, curta e compartilhe

@casareformaconcreta

Mestra de obras. É assim que Liliane Brainta se descreve na sua bio do Instagram, onde ela divulga seu trabalho e de quebra dá dicas para profissionais da área. O perfil possui mais de 1 mil seguidores e existe desde 2018, quando Liliane se propôs a oferecer os serviços de obras durante a reforma da sua própria casa. 

@arquiteturanaperiferia

O projeto, desenvolvido por um grupo de mulheres em Belo Horizonte, nasceu de uma pesquisa de mestrado desenvolvida pela arquiteta Carina Guedes, em que ela pretendia produzir uma metodologia que auxiliasse pessoas da periferia a construir suas próprias casas. Com foco na capacitação de mulheres, o coletivo auxilia nas mais variadas áreas, como croquis, noções de finanças, matemática e até mesmo ajuda na compra de materiais de construção.

@jaqueconserta

Um serviço de manutenção residencial feito de mulheres exclusivamente para mulheres. Essa é a Jaque, que se propôs a oferecer um serviço diferenciado para garantir não só  fortalecimento das redes femininas, mas também oferecer mais segurança para as mulheres que precisam de reparos simples em casa, como troca de chuveiro, tomadas, entre diversos outros. Além disso, ela oferece cursos de capacitação na área para mulheres em situação de vulnerabilidade.

@manaconserta

A ideia da Mana Conserta surgiu depois de uma das fundadoras ter sofrido assédio sexual de um prestador de serviços dentro da sua casa. Depois desse episódio, ela resolveu que tinha capacidade para fazer pequenos reparos e chamou uma amiga para ajudá-la a oferecer o serviço para outras mulheres. Hoje a empresa já conta com uma equipe de profissionais em São Paulo e oferece diversos cursos, que vão de pintura a elétrica, todos com o objetivo de empoderar as mulheres e fortalecer suas redes de apoio.

@damadogesso

Formada em arquitetura pela UFRJ e diretora de engenharia em três grandes empresas do Rio de Janeiro, Helena Rodrigues, ou a Dama do Gesso, como é conhecida, é especialista em construção a seco e vem fazendo sucesso em suas redes falando sobre algo pouco provável: Drywall e Steel Frame, um dos mais rápidos, limpos e ecologicamente corretos modos de construção. Sua conta no Instagram possui mais de 15 mil seguidores e ela coleciona, em seu currículo, muitas obras importantes em todo o país.

Projeto Mão na Massa

O projeto Mão na Massa: Mulheres na Construção Civil foi idealizado por uma engenheira civil que percebeu que a área poderia ser promissora para mulheres de baixa renda. A partir de então, passou a oferecer cursos para comunidades do Rio de Janeiro e, desde sua criação, mais de 1.200 mulheres já passaram pelos cursos. O projeto ganhou tanta notoriedade que hoje é patrocinado pela Petrobras.

Mulher em Construção

Constituída como ONG, o projeto nasceu da vontade de mostrar a mulheres de baixa renda que é possível sim, através da sua força e talento, ganhar dinheiro com suas próprias mãos. Localizado no Rio Grande do Sul, a ONG já atingiu mais de 5 mil mulheres com capacitações gratuitas em parceria com grandes construtoras. O lema do negócio é: há 13 anos empoderando a mulher pela construção.