mercado imobiliário
DestaquesImobiliárias

Indicadores confirmam altas no mercado imobiliário em 2022

Diversos indicadores consolidados de 2022 apontam que o mercado imobiliário registrou alta nos preços de vendas e aluguel.

Apesar de terem apresentado oscilações ao longo do ano passado, o resultado final confirma a aceleração dos valores de negociações de imóveis e o aumento do volume de comercializações. 

O Imobi Report reuniu alguns dos índices já consolidados de 2022.

Venda de imóveis novos cresceu 11,9%, segundo Abrainc

Entre janeiro e outubro de 2022, a venda de imóveis novos apresentou alta de 11,9% na comparação com igual período do ano anterior. Os dados são de levantamento junto das 18 empresas vinculadas à Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Ao todo, foram vendidas 133.891 unidades no intervalo analisado, melhor desempenho do setor para o período desde a criação da série histórica, em 2014. 

De janeiro a outubro, as vendas no segmento de Médio e Alto Padrão cresceram 81%, com a comercialização de 38.943 unidades. Com o resultado, este segmento já representa 29,8% de todos os imóveis vendidos no Brasil. Enquanto isso, os imóveis do antigo Casa Verde e Amarela, hoje Minha Casa Minha Vida, registraram alta de 13,3% nas vendas, para um total de 91.924 moradias comercializadas.

Por outro lado, a indústria dos materiais de construção apresentou retração. Uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) aponta recuo de 7% no setor. Em 2021, o resultado foi de crescimento de 8,1%.

QuintoAndar aponta maior alta dos últimos três anos no mercado imobiliário paulistano e fluminense

De acordo com o Índice QuintoAndar, os valores médios do aluguel no Rio de Janeiro subiram 17,1%, enquanto São Paulo teve aumento de 15,5%. Embora o crescimento da capital fluminense seja maior em 2022, SP segue como a cidade com o valor médio do metro quadrado mais caro, R$ 42,22, contra R$ 36,20 no Rio.

A comparação entre os valores anunciados e contratos fechados mostram espaço para negociação na hora de alugar. No Rio de Janeiro, a diferença entre os valores de anúncio e fechamento ficou em 8,6%, enquanto em São Paulo a taxa ficou em 10,1%.

O ano de 2022 também foi marcado pela valorização dos imóveis de um quarto. De acordo com o levantamento, esta categoria de imóvel teve alta nos preços de quase 20% no Rio de Janeiro e de 17,7% em SP.

“O retorno ao trabalho e ao estudo de forma presencial e a estabilização de modelos híbridos devem ressignificar a moradia. Por enquanto, vemos um aumento de preço significativo nos imóveis bem localizados, próximos de pólos de emprego e com boa acessibilidade”, diz Vinicius Oike, economista do QuintoAndar.

Ivar: alta de 8,25% nas quatro capitais pesquisadas

Calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar) fechou 2022 com alta acumulada de 8,25%. O valor é calculado com base em preços das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre.

Para efeito de comparação, no ano anterior o indicador teve um consolidado negativo, de -0,61%.

Entre as cidades avaliadas pelo Ivar, Belo Horizonte teve a maior alta, com 11,31%. Também foram registradas altas de 8,34% no Rio de Janeiro, 7,80% em São Paulo e 7,15% em Porto Alegre. 

FipeZap: alta nos preços de venda teve média de 6,70%

2022 apresentou a maior alta no preço de venda de imóveis residenciais dos últimos oito anos. É isso que aponta pesquisa do FipeZap, que calculou uma média de 6,70% de aumento nos números.

Foram 50 cidades pesquisadas, incluindo 16 capitais. Esta também foi a primeira vez no período em que a alta ficou acima da inflação medida pelo IPCA e pelo IGP-M. 

Segundo os dados da pesquisa, as maiores altas foram constatadas nas cidades de Vitória, com 23,23%, e Goiânia, 20,91% de aumento.

“Inflação do aluguel”, IGP-M fechou ano com alta de 5,45%

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), conhecido como a “inflação do aluguel” e que também é medido pela FGV, teve alta de 5,45% no consolidado dos 12 meses de 2022.

Mesmo com uma curva de deflação em boa parte do segundo semestre, o resultado de dezembro foi de alta de 0,45%, o que ajudou a confirmar o viés de alta.

Em 2021, o IGP-M consolidado foi cerca de três vezes maior, fechando o ano em 17,78%. O resultado foi o segundo maior desde 2002. 

IPCA acumulado em 2022 foi de 5,79%

Utilizado em diversas imobiliárias do país como índice de reajuste, especialmente a partir da pandemia, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é considerado o indicador oficial da inflação no Brasil. 

O índice é calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e também fechou 2022 em alta. A inflação acumulada foi de 5,79% – acima da meta definida pelo governo, que era de 3,5%, com teto de 5%. Em 2021, o resultado foi de 10,06%.

No acumulado de 12 meses, o momento de maior alta observado no ano passado foi em abril, quando o valor chegou a 12,13%. Foi ao longo do segundo semestre que os números tiveram desaceleração.

O IPCA, juntamente com o IGP-M, estão entre os principais indicadores para balizar o crescimento do mercado imobiliário. Como as altas nos valores de venda e aluguel superaram estes índices, o saldo para o setor no ano é considerado positivo.