Fraudes no mercado imobiliário: empresas reforçam o combate
Resumo
QuintoAndar, Porto e D4Sign desenvolveram mecanismos no mercado voltados para evitar fraudes no mercado imobiliário. Confira as iniciativas.
Receba as principais notícias do mercado imobiliário
-
Ler uma amostra.
Fraudes no mercado imobiliário acontecem em diversas frentes. É verdade que as tecnologias e soluções facilitam e aceleram a geração de negócios, contudo, trazem a reboque brechas que são aproveitadas por oportunistas.
Para conter o avanço destes problemas, o mercado se organiza lançando ferramentas e mecanismos para conter e reduzir danos. Uma novidade anunciada nesta semana partiu do QuintoAndar, que está fortalecendo a luta contra a desintermediação. Mas há diversos outros mecanismos voltados para evitar irregularidades como a falsificação de documentos ou o uso de CPFs de terceiros por parte de negativados.
Compra online de imóveis na mira de golpistas
De acordo com dados da Abrainc, 6% das compras de imóveis foram realizadas de forma digital entre os meses de novembro de 2020 e 2021. Os números do último ciclo, que ainda não foram divulgados, podem revelar uma porcentagem ainda maior de transações fechadas de maneira totalmente online.
Ao mesmo tempo, dados da ClearSale, empresa referência em inteligência de dados e prevenção a riscos, revelam que os golpes compõem uma parte significativa do comércio digital. Segundo a empresa, 1,5% das transações no período da Black Friday seriam tentativas de fraude, o que equivaleria a R$ 50 milhões.
Para evitar fraudes na negociação de imóveis, o consumidor deve ficar de olho em pontos-chave. Entre eles: verificar qual empresa que está realizando a oferta, checar a documentação do imóvel, não realizar pagamentos adiantados e verificar os domínios dos sites
“Um domínio se refere ao endereço do site. Para evitar golpes, é importante optar por URLs registradas no Brasil. Além disso, através da plataforma Registro.br é possível verificar o dono do site e confirmar se o mesmo tem ligação com a empresa e se ela realmente existe”, aponta Marcelo Prata, CEO do outlet imobiliário Resale.
Programa antifraude: novidade do QuintoAndar
Uma das preocupações que aflige parceiros do QuintoAndar é conhecida como bypass, fraude em que transações iniciadas por meio da plataforma são concluídas sem a remuneração de empresas e corretores. Em estudo realizado pelo unicórnio, estimou-se que esse tipo de prática pode chegar a desviar cerca de 9% da receita por trimestre, resultando em menos comissões para todos os agentes do mercado, incluindo imobiliárias e corretores.
Para evitar este tipo de situação, a companhia acaba de lançar um programa antifraude, que conta com um algoritmo que monitora comportamentos suspeitos na jornada de venda de imóveis e robôs que identificam casos de bypass, a partir do cruzamento de bases internas, como dados do QuintoAndar, registro do imóvel e ITBI.
Também foi desenvolvido um processo de recuperação de valores, com a realização dos respectivos repasses para imobiliárias membros do Rede QuintoAndar e os corretores envolvidos na transação quando a recuperação do valor é concluída.
“Nossa intenção com o lançamento do programa é reforçar que os corretores
associados ao QuintoAndar e as imobiliárias membro do Rede QuintoAndar não percam a receito devida por transações pelas quais foram responsáveis”, afirma Arthur Malcon, diretor de Operações de Compra e Venda do QuintoAndar.
Identificada a irregularidade, usuários da plataforma que participaram do processo são notificados, podendo ocasionar ações judiciais, e os valores recuperados são divididos entre os atores que participaram da intermediação. A fraude é caracterizada depois que o serviço de corretagem é prestado, com comprador e vendedor do imóvel sendo aproximados pela plataforma, e as partes excluem a imobiliária e os corretores associados do fechamento do contrato, deixando de pagar a comissão de corretagem pelo serviço feito.
De acordo com a plataforma, ao realizar o bypass (que é uma prática ilegal), os proprietários abrem mão do ambiente seguro e controle feito por especialistas em relação aos dados, além do apoio de um corretor parceiro. Já os compradores deixam de ter a transparência sobre os custos da operação, apoio especializado em sua jornada e ainda aumentam sua exposição para fraudes financeiras.
Com o lançamento desta solução, a companhia reforçou o “Jogando Limpo”, considerado um pilar de segurança e transparência tanto para quem quer alugar, comprar ou vender um imóvel, como também para todos os profissionais do mercado que atuam em associação ou parceria com o QuintoAndar. Nesta mesma vertente, um canal de denúncias foi disponibilizado para clientes, corretores parceiros e imobiliárias membro da Rede QuintoAndar.
Biometria facial: identificação para contratação de produtos
O recurso de reconhecimento de rosto, que há poucos anos já era uma inovação e tanto para uso do celular pessoal, já rompeu barreiras e chegou à concessão de crédito.
Diversas instituições que realizam a concessão de crédito e oferta de seguros já estão avançando para o uso da biometria facial no cadastramento e aprovação de clientes. Uma delas é a Porto (antiga Porto Seguro), que, em piloto realizado em três cidades paulistas antes do lançamento oficial, com mais de 6 mil simulações, detectou de 3% a 5% de fraudes. Com o sucesso da experiência, a Porto comunicou oficialmente ao mercado o uso desta solução no final de 2022.
O responsável por riscos financeiros da Porto, Rodrigo Elorza, afirma que a biometria afasta o risco de fraudes de CPF para a locação de imóveis. “Entre 5% e 10% das cotações são feitas em nome de pessoas que sequer sabiam que a locação estava acontecendo”, relata.
O serviço é oferecido de forma gratuita para corretores e imobiliárias, de modo pioneiro no País no segmento de garantias locatícias. O benefício principal para a imobiliária é o reforço na segurança no momento da locação, para evitar fraudes; e, para o proprietário, é a confirmação da real identidade de quem estará ocupando o imóvel.
Assinatura eletrônica com proteção “oficial”
Especialmente favorecidas no período mais agudo da pandemia (e o consequente isolamento social), as assinaturas eletrônicas reduziram sobremaneira a burocracia para a validação de contratos.
Contudo, o avanço também trouxe receios e problemas, já que especialistas em fraudes virtuais ganharam um terreno mais amplo para aplicação de golpes.
O contragolpe do mercado? Reforçar a autenticação. É o caso da D4Sign, plataforma especializada em assinaturas eletrônicas, que conta com análise baseada em documentos públicos. A plataforma obteve permissão para comparar selfies e vídeo-selfies registradas pelos signatários com documentos oficiais da base de dados do Governo Federal, como CNH e RG.
A empresa afirma que o método possui o maior nível de acuracidade disponível no mercado de assinatura eletrônica e digital. “Essa parceria entre a D4Sign e o Governo Federal foi pensada justamente para garantir a segurança de todos os envolvidos no processo de assinatura eletrônica de documentos. Caso o nível de similaridade seja inferior ao desejado, o signatário não conseguirá seguir com a assinatura”, diz Rafael Figueiredo, CEO e cofundador da companhia.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
As mais lidas
Imobiliárias celebram cenário positivo para o mercado no 82º encontro da ABMI
Contratações MCMV com FGTS atingem R$ 105 bi e sinalizam recorde em 2024
Inovação e colaboração: Apê11 anuncia reposicionamento no mercado imobiliário
News do Imobi: O sanduíche entre o luxo e o econômico
Receba as principais notícias do mercado imobiliário
-
Ler uma amostra.