25 líderes do mercado imobiliário abrem o jogo: o que vai rolar em 2022?
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Nesta primeira edição do Imobi Report em 2022, entregamos uma curadoria de conteúdos diferente da habitual. É um horizonte para o mercado imobiliário neste novo ano. Um horizonte plural, formado a partir da visão de 25 líderes de incorporadoras, imobiliárias, proptechs e consultorias do setor imobiliário. Estes profissionais, consultados pela jornalista Ana Clara Tonocchi, compartilham suas expectativas para o ano que se inicia. Confira:
1. Thiago Ely, diretor executivo comercial da MRV
Nossa visão é de otimismo em relação ao mercado, ainda que estejamos passando por um momento de desequilíbrios macroeconômicos. Focamos no potencial futuro do país, justamente pela natureza da nossa atividade, que envolve ciclos bastante amplos. Enxergamos um cenário de grande previsibilidade, ancorado na estabilidade e no amadurecimento das instituições e, sobretudo, na diversificação de nossos produtos, mercados de atuação e fontes de funding – que nos permitem adaptar estratégias conforme as diferentes demandas de consumo.
2. Roberta Bigucci, diretora administrativa da MBigucci
Quando nós achávamos que o mercado imobiliário iria despencar, o movimento “fique em casa” mostrou exatamente o contrário. Para 2022, com o aumento da taxa de juros, o crescimento da construção civil não deverá ser tão grande como foi em 2021. Também deveremos ver aumento nos insumos. Porém, será um excelente ano para o emprego no mercado imobiliário. Com a alta da demanda nos últimos anos, foram feitos inúmeros lançamentos e essas obras irão acontecer.
3. Diego Villar, CEO da Moura Dubeux
Temos percebido uma intenção, por parte dos incorporadores, de desaceleração no ritmo dos seus lançamentos. Acreditamos que o momento de arrefecimento, dado o ambiente desafiador, com alta da Selic para conter a inflação e o cenário político em pauta, não será duradouro. Além disso, diferentemente do ciclo anterior, os grandes players do mercado apresentam estrutura de capital saudável e se apresentam mais preparados. Com o fim do ciclo de alta dos juros ainda em 2022, teremos a volta da demanda e a confiança para compra do imóvel restabelecida.
4. Bianca Setin, diretora de Operações da Setin Incorporadora
Precisamos ter cautela a respeito de projeções e expectativas para 2022. Os consumidores querem agora plantas maiores para convivência, tanto no apartamento quanto nas áreas comuns, espaços dedicados ao trabalho remoto e áreas verdes, arejadas e ensolaradas. Com o distanciamento social, o público descobriu uma nova maneira de negociar e escolher o imóvel dos seus sonhos – de forma online e desburocratizada. Assim, não será mais um diferencial de um empreendimento, mas uma necessidade para se adaptar ao novo padrão de comportamento.
5. Bruno Sindona, CEO da Incorporadora Sindona.inc
O mercado imobiliário é completamente vinculado a dois fatores: índice de confiança e taxa de juros. O índice de confiança está muito baixo, o cenário ainda é incerto e tanto o consumidor, quanto os investidores, estão mais inseguros. Somado a isso, a taxa de juros subindo faz com que os investidores corram para outros tipos de investimento. Ainda há o fator que a compra de imóveis residenciais no Brasil é muito relacionada ao financiamento imobiliário. Com a taxa Selic subindo, tende-se a reduzir a quantidade de clientes que acessam e se interessam por esse crédito mais caro.
6. Patrícia Conde Caldas, CEO do Grupo Concal
Acredito que 2022 será um ano extremamente desafiador para o setor. Temos uma questão fundamental para o mercado imobiliário do Rio de Janeiro que é a proposta pela Prefeitura do novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Com relação ao cenário macro, em 2022 teremos questões importantes como o aumento dos juros e pelo fato de ser um ano eleitoral. A minha expectativa é que a intenção de compra permanecerá, pois as pessoas não vão deixar de adquirir o seu imóvel, já que morar é uma necessidade.
7. Rodrigo Werneck, CEO e estrategista-chefe da CUPOLA
Vejo o mercado de compra e venda em um momento de normalização da demanda, com estabilização de preços e, consequentemente, grandes desafios em termos de gestão, para que o ritmo de crescimento dos últimos dois anos seja mantido. Na locação, a expectativa é de um ano frenético, com recordes absolutos de produção que só podem ser contidos pela falta de imóveis disponíveis, hoje o maior gargalo do mercado.
8. Elisa Tawil, Idealizadora e cofundadora do Mulheres do Imobiliário
2022 será marcado pelas eleições e expectativas de aumento da taxa de juros. Na cena imobiliária veremos reflexos nos produtos, com a consolidação das mudanças impostas pela pandemia, sendo a principal delas o modelo híbrido de trabalho. A transformação digital segue como forte tendência, em especial nas estruturas financeiras. Dentro das empresas e conselhos administrativos, haverá a abertura e conscientização para a os impactos e relevância do ESG, por meio de ações pelo meio ambiente, diversidade e equidade de gênero.
9. Sergio Langer, criador e apresentador do podcast Vem Pra Mesa
Nos segmentos de média e alta renda, a inflação e os juros altos devem reduzir o poder de compra de imóveis. Já na baixa renda, por conta do déficit habitacional crescente, essa demanda continua em crescimento. As eleições no segundo semestre podem frear um pouco o mercado. Eu aposto que o home equity (crédito com garantia de imóvel) vai despontar em 2022.
10. Gustavo Zanotto, CEO da Beemob
2022 será o ano das empresas de tecnologia no imobiliário. Esse ano vai ser agitado por conta do surgimento de diversas desenvolvedoras de tecnologia para o imobiliário e para a construção civil, o que vai beneficiar toda a cadeia produtiva. Será o ano da consolidação das proptechs e construtechs. Em termos de produto, para o mercado primário será um ano difícil. Em momento de instabilidade política e com juros voltando a subir, desenvolvedores vão engavetar projetos esperando um, talvez, melhor cenário.
11. Fábio Tadeu, sócio-diretor da Brain Inteligência Estratégica
O mercado de infraestrutura deve ter um ano muito bom, pois houve um grande volume de concessões e privatizações ao longo de 2021. Quando avaliamos o mercado imobiliário, 2022 começa com muito mais desafios do que em 2021: taxa de juros bem mais alta, inflação impactando o consumidor final. E ainda que haja uma tendência de queda inflacionária, é uma queda a partir de um patamar elevado. E, claro, tem a questão das eleições que alguns setores sofrem mais com os impactos. Um ponto positivo é que a pandemia deve nos dar menos surpresas do que em 2021.
12. Patricia Frazatto, senior club director do GRI
Dado o avanço da vacinação e a retomada das atividades presenciais no Brasil, alguns setores do mercado imobiliário serão beneficiados em 2022. Primeiramente, o segmento de shopping e o varejo, que costumavam competir com comércio eletrônico e hoje servem como hubs de distribuição em grandes centros. Outro setor é o do turismo, em particular a hotelaria de lazer e os resorts. Acredito que o segundo semestre será marcado por uma elevada volatilidade do mercado de capitais, tendo em vista as eleições presidenciais em outubro, o que pode postergar novos projetos para o ano de 2023.
13. Peixoto Accyoli, presidente e CEO da RE/MAX Brasil
Se, por um lado, os índices macroeconômicos, como a alta da inflação e dos juros, não animam ninguém, por outro, posso dizer que o mercado imobiliário em dois anos de pandemia avançou dez. Esse período de distanciamento social acelerou mudanças e tornou todo o segmento mais ágil, mais moderno e mais digital. Ano de eleição, como sabemos, traz consigo um cenário de instabilidade, por vezes reforçada pela visão de curto prazo que nossos políticos têm. Gostaria também de falar na pandemia como algo no passado, mas ela, infelizmente, continua presente.
14. Cyro Naufel, diretor institucional da Lopes
2022 deverá ser pautado, por um lado, pelo patamar da taxa de juros, da inflação e, consequentemente, das taxas de financiamento imobiliário. Notadamente, fatores inibidores da atividade quando em ritmo de crescimento, temperados por um ambiente político de maior instabilidade. Por outro lado, um mercado que ainda apresenta volumes de estoque bastante comportados, e taxas de financiamento menores do que as médias históricas. Acreditamos numa tendência de estabilidade nos números em comparação com 2021, com possíveis pequenas variações para mais ou para menos.
15. Ricardo Abreu, sócio-diretor da Abreu Imóveis
Acredito que esse será um ano muito bom em vendas em alguns produtos específicos. Falo do Nordeste do Brasil e, uma vez que nesse período da pandemia quase não houve lançamentos na nossa região, isso vai fazer com que a chegada dos novos empreendimentos elevem o número de vendas aqui e aqueçam o mercado. Há muita demanda represada. Apesar do aumento da taxa de juros, o financiamento imobiliário ainda continua bom, em um patamar muito parecido com o que vinha praticando quando a Selic estava mais baixa.
16. Nayara Técia, CEO da On Brokers
Acreditamos que em 2022 o mercado imobiliário estará ainda mais forte, principalmente no primeiro semestre, já que no segundo teremos eleições. Vale lembrar que as taxas de juros ainda estão em patamares muito confortáveis para o consumidor e a procura por novos imóveis é bem alta em todo o país.
17. Cristiano Cruz, CEO da One Imóveis de Luxo
A tendência do mercado imobiliário de 2022 é manter o foco na saúde e bem-estar dos moradores, com intuito de minimizar os impactos da vida urbana, em busca da melhoria do sono, da redução do estresse e da promoção de práticas esportivas. Os lançamentos imobiliários apoiam mudanças comportamentais e encorajam um estilo de vida ativo, com maior bem estar físico e psicológico. Temos visto lançamentos imobiliários focados em espaços amplos, áreas arborizadas com paisagismo, grandes varandas, espaços com posição solar privilegiada, ventilação favorável e espaços fitness – indoor e outdoor.
18. Raquel Trevisan, gerente de Marketing da Imóveis Crédito Real
Acredito que o ano de 2022 vai ser um ano paradoxal. Por um lado, estaremos mais livres, com a pandemia indo embora e a vida voltando ao normal. Isso faz com que as pessoas fiquem mais otimistas e a economia se aqueça. Por outro, acho que será um ano exigente para o mercado imobiliário, com a Selic aumentando, ano eleitoral, desemprego ainda muito alto. Competiremos com o consumo de viagens, de lazer, de eventos e de tudo o que não fizemos nos últimos dois anos. Vejo 2022 como um ano de muito trabalho e investimento. É hora de colocarmos em prática tudo o que aprendemos com a pandemia.
19. Admar Cruz, diretor de Vendas no QuintoAndar
O retorno ao trabalho híbrido pode reaquecer algumas regiões e bairros que se mantiveram estáveis durante a pandemia. A necessidade por mais espaço para home office deve se manter em 2022 e isso merece atenção. No mercado de compra e venda, a demanda por acesso ao crédito imobiliário e menos burocracia deve movimentar o segmento. Por essas e outras particularidades, acredito que quem oferecer um atendimento personalizado e próximo ao cliente se destacará muito neste ano. Também acredito no crescimento de parcerias entre imobiliárias para garantir o crescimento do mercado.
20. Lívia Rigueiral, CEO e cofounder da Homer
Por conta do distanciamento social, os corretores de imóveis perceberam que precisam ter uma presença forte no ambiente digital, seja por meio de redes sociais ou sites, e contar com parcerias e apoio online para aumentar as chances de venda e continuar trabalhando. As lições aprendidas durante a pandemia, no que diz respeito a incluir a tecnologia na rotina de trabalho, vão ser um reforço para encarar um 2022 com mercado aquecido.
21. Gustavo Vaz, CEO e cofundador da EmCasa
Ainda que duramente marcado pela pandemia, 2021 foi um ano próspero para o mercado imobiliário e para a EmCasa, especificamente. Por esse motivo, olho com muito otimismo para a chegada de 2022. Os desafios econômicos e políticos devem se intensificar, mas o mercado imobiliário é resiliente e o novo ano deve trazer resultados positivos, especialmente no primeiro semestre. Nosso objetivo é chegar de forma rápida a cada vez mais cidades e levar a um número maior de pessoas a assessoria imobiliária mais prática, segura e transparente do mercado.
22. Lilian Veltman, co-Ceo da Alpop
Considerando-se que o empobrecimento no Brasil será crescente, a busca pelo aluguel de imóveis populares tende a crescer muito em 2022. A inflação de dois dígitos que o Brasil alcançou representa perda do valor do dinheiro, ao mesmo tempo em que exerce uma pressão para que ocorram reajustes e uma elevação no preço dos imóveis. A diminuição do poder aquisitivo elevará o interesse de uma grande faixa da população por moradias mais baratas, e essas deverão escassear. Soluções como a do Alpop, que apoiam o acesso de pessoas negativadas ao mercado, serão essenciais para viabilizar as locações, pois o desemprego e a informalidade também crescerão.
23. Allan Sztokfisz, CEO do Charlie
A hospitalidade já não é mais uma exclusividade do mundo hoteleiro. Em um ano que passamos por tantas transformações, o conceito do lar foi ressignificado assim como as experiências por trás do morar. Para 2022, a nossa expectativa é que o setor ganhe ainda mais força. A locação virtual está se firmando rapidamente como tendência e em 2022 não será diferente.
24. Ronny Janovitz, CEO da Dezker
Ao mesmo tempo em que a volta parcial ao escritório vem acontecendo, muitos questionamentos surgem também. Obviamente que um encontro ou troca presencial entre as equipes continua sendo de extrema importância, mas a pandemia mostrou que os formatos de trabalho podem, sim, serem mais flexíveis e manter os padrões e resultados positivos dos negócios. Por isso, milhões de metros quadrados de escritórios no Brasil e no mundo devem migrar para modelos de trabalhos mais flexíveis. Uma transformação acentuada prevista para os próximos cinco a dez anos.
25. Robson Macedo, CEO da BidYou
Em 2022, o cenário apresentará uma realidade com taxa de financiamento menos atrativa do que em 2021, mas ainda interessante. Este fator pode ter um efeito de arrefecimento no mercado residencial por compradores não investidores, fazendo com que os leilões fiquem menos acessíveis a este tipo de cliente, com consequente redução da competitividade ou guerra de lances e desaceleração dos valuations. Não acredito em um aumento de taxa relevante, pois se configurará em uma recessão e, sendo 2022 ano de eleição, apresentará um cenário ruim para a reeleição do governo atual.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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