Elas são quem decidem
Opinião

Elas são quem decidem!

O debate sobre o futuro do papel do corretor imobiliário está em alta. Startups e plataformas aproximam o comprador do vendedor e procuram minimizar o papel desta figura de intermediação.

O fato é que temos uma amostragem importante, levantada pelo Movimento Mulheres do Imobiliário, sobre a relevância do papel deste agente de intermediação durante a escolha do imóvel. Ou seja, do ponto de vista da compradora, o reconhecimento desta atuação é validada pela pesquisa.

Imobiliárias e corretores são responsáveis pela busca de um imóvel para 55% das mulheres e 46,6% dos homens.

A diferença de quase 10 pontos percentuais aparece na pesquisa “A busca pelo imóvel: uma questão de gênero?“, elaborada pela startup Behup em parceria com o movimento, e validou a importância do papel do agente imobiliário na jornada de compra, especialmente, da mulher.

Quando utilizamos este dado individualmente, talvez não fique tão evidente o quanto a pauta da equidade de gênero é importante para o setor. Agora, quando somamos esse indicador ao fato de que 62% dos cônjuges e companheiros são influenciados na sua compra pela sua mulher e que 21,1% das mulheres decidem pela compra sem consultar o cônjuge (face a 12,4% dos homens), começamos a sentir o peso da opinião feminina na decisão de compra do imóvel.

Neste mês é comemorado o Dia do Corretor de Imóveis. Em 27 de agosto deste ano, serão 58 anos desde a publicação do Decreto Lei nº 4.116, que regulamentou a profissão. Contudo, para as mulheres, ser corretora antes de 1958 era ilegal. O papel profissional da mulher no mercado imobiliário não existia oficialmente até então e isso  só mudou com a alteração do artigo 37 do Código Comercial Brasileiro, por decisão da Justiça.

Por conta da pandemia da Covid-19, nos últimos quatro meses, cerca de 13 milhões de pessoas ficaram sem trabalho. Na quarta semana de julho, a taxa de desemprego chegou a 13,7%, o que corresponde a 12,9 milhões de pessoas. Os dados são da edição semanal da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Covid-19, divulgada em 14 de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A mesma pesquisa apontou o alarmante número de 7 milhões de mulheres desempregadas no início de março, por conta do isolamento social. 

Segundo pesquisa do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), a participação feminina cresceu 144% em uma década, até 2013. Isso representa mais de 30% do número de profissionais legalmente registrados e este dado deve aumentar ainda mais.

A profissão da corretagem imobiliária aumenta entre as mulheres. Elas também traduzem em resultados o quanto estão dispostas a colocar nessa oportunidade uma porta de entrada ao mercado de trabalho: conquistar a independência financeira sem abrir mão da flexibilidade e ajustar o trabalho de acordo com sua rotina pessoal.

Ao olharmos para a corretagem como agente da mudança, ao permitir que mais mulheres possam ter acesso ao mercado de trabalho, saindo dos índices de desemprego e possibilitando protagonismo e independência financeira, podemos construir um futuro mais próspero.

É sobre valorizar quem valoriza você. 

Representatividade importa – e muito. Investir nas mulheres do nosso mercado é oferecer uma forma também de empoderamento para as mulheres do nosso País. 

O movimento Mulheres do Imobiliário saúda as corretoras de imóveis, honrando suas atuações e força motriz para o setor.

Parabéns pelo seu dia, corretor!

Elisa Tawil

Idealizadora e co-fundadora do movimento Mulheres do Imobiliário, LinkedIn Top Voices, colunista no blog Revista HSM (Empresas Shakti), idealizadora e host do podcast Vieses Femininos.
Consultora estratégica para o Real Estate e mentora de negócios.