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Como melhorar a gestão de dados na imobiliária usando a Inteligência Artificial 

O ChatGPT tem se provado um recurso versátil e inovador. Em um primeiro momento, foi a sua capacidade de gerar textos coerentes que o consolidou em áreas como redação e marketing. Mas não levou muito tempo até que o seu potencial de adaptação e resolução de variados problemas fosse identificado, abrindo portas para aplicação em novos setores. 

No contexto imobiliário, o ChatGPT está conquistando cada vez mais espaço em tarefas que vão além da criação de conteúdo para anúncios de imóveis ou redes sociais de empresas do setor. 

Agora, a ferramenta está sendo treinada para auxiliar em demandas importantes, como a precificação e captação de imóveis. Ao ser integrada aos bancos de dados, ela pode analisar conjuntos de informações e proporcionar insights valiosos aos profissionais deste mercado, contribuindo para a otimização de processos e tomada de decisões inteligentes.

Quem já está fazendo isso na prática é a 61 Imóveis, uma das mais conceituadas imobiliárias de Brasília (DF). Para entender melhor como o novo processo vem sendo conduzido, conheça as ideias do fundador e CEO da imobiliária, Pablo Bueno.

O que não pode ser medido não pode ser mudado 

Bueno conta que assim que a ferramenta foi lançada, já havia por parte da equipe o interesse em explorá-la mais a fundo. “Reconhecemos a importância de estarmos sempre antenados, sempre estudando. No começo, passamos a usar essas ferramentas como todo mundo fazia, com produção e correção de textos, assim como para estudos”, conta ele.

O próximo passo foi motivado pelo lançamento, por parte da própria ferramenta, do seu mais avançado modelo de linguagem: a versão 4.0. 

“Isso, pra mim, foi uma revolução quase tão grande quanto o lançamento da inteligência artificial em si. Isso porque a nova versão permitiu que uma imobiliária como a 61 criasse o seu próprio ChatGPT”, continua ele.

Na prática, a nova versão (paga) do ChatGPT permite a integração com o API do usuário – ou seja, que a inteligência artificial seja conectada a um banco de dados específico, a um recorte onde ele deseja concentrar esforços. 

“A 61 sempre foi uma empresa muito interessada em dados. Acreditamos que o que não pode ser medido, não pode ser mudado. Por isso, desde 2019 já vínhamos construindo um banco de dados com os preços dos imóveis em Brasília. O surgimento dessa ferramenta nos deu agilidade e praticidade nesse processo”, explica o CEO.

Atualmente, a 61 usa a tecnologia e a inteligência do Chat GPT para mergulhar em uma base de dados própria, que entrega para a imobiliária os mais variados tipos de informações, desde precificação e rentabilidade do imóvel até o comportamento de mercado.

Não precisa ser especialista, mas sim, curioso

Para explorar como a nova versão da tecnologia poderia ser utilizada a favor da imobiliária, Bueno entende que não é necessário ser um especialista, mas sim um curioso.

“Quando vimos a live de lançamento do ChatGPT 4.0, entendemos que poderíamos conectá-lo à nossa base de dados – só não sabíamos como. Então perguntamos à própria ferramenta, que nos deu todo o passo a passo para implementação”, explica. 

Um ChatGPT para chamar de meu

Enquanto a ferramenta fornecia até os códigos para que esse banco de dados fosse criado, de outro, a 61 foi alimentando a plataforma com o que ela deveria saber para, de fato, entregar análises precisas, criando assim um aplicativo do ChatGPT exclusivo para a imobiliária. .

“Ensinamos o ChatGPT a avaliar as informações que são nossas. Começamos fazendo ele entender o preço do metro quadrado e ensinando a dividir o preço do imóvel pela metragem. No início, tivemos que calibrá-lo, pois em um primeiro momento ele fornecia valores incorretos. Depois de muitos testes, chegamos à versão do Analista Imobiliário, que é a que utilizamos no dia a dia da equipe de vendas e no processo de captação. Além desta, temos também uma ferramenta específica para testes e estudos”, indica Bueno. 

Com a ajuda do ChatGPT, a imobiliária observou melhora significativa em seus estudos, relatórios mercadológicos e no próprio processo de captação. “Quando abrimos o aplicativo e mostramos ao cliente, não preciso nem dizer o impacto positivo que isso gera. É um posicionamento sólido, a construção de uma base de dados e, finalmente, a leitura do ChatGPT em torno dessa base de dados. Pode parecer algo distante, mas para quem está envolvido em tecnologia, vai ver que não é”, finaliza ele. 

Esse texto é uma adaptação da live conduzida no canal do Youtube da CUPOLA, com participação do CEO Rodrigo Werneck. Clique aqui para acessar o bate-papo na íntegra e aqui para se aprofundar em estratégias para captação de imóveis, aplicando na Imersão em Captação de Imóveis para Venda, com mentoria de Pablo Bueno, que acontece nos dias 20 e 21 de fevereiro, em Curitiba (PR). As vagas são limitadas. Inscreva-se e obtenha mais informações aqui.