Imobiliário e futebol: conheça parcerias lucrativas nesses mercados

A Copa do Mundo de Clubes da FIFA começou no último final de semana e não se fala de outro assunto. O Imobi Report entra na trend para destacar que a união entre mercado imobiliário e o mundo do futebol pode gerar bons negócios em diversas frentes. Confira os casos de imobiliárias que firmaram parcerias com times de futebol, além de corretores que se especializaram no atendimento a jogadores e membros da equipe técnica. Também encontramos imobiliárias e incorporadoras que patrocinam times de futebol e que expõem suas marcas nas camisas dos jogadores, pelos mais variados motivos. Não menos importante, são os inúmeros profissionais do imobiliário apaixonados pelo esporte que utilizam esse meio para fazer networking e fechar negócios. Corretor dos craques Elihu Lira é corretor de imóveis no segmento de alto padrão e CEO da Elihu Imóveis. Ele atua nas cidades cearenses de Fortaleza, Eusébio e Aquiraz. Com uma reputação sólida, construída em pouco mais de uma década, o profissional ganhou o título de “Corretor dos Craques do Futebol Cearense”. A alcunha foi conquistada em função da sua intermediação nos contratos de locação de imóveis para jogadores do Fortaleza Esporte Clube e do Ceará Sporting Club, esse último do qual ele é torcedor. Lira explica que, ao entrarem na primeira divisão, os dois times passaram a atrair jogadores de renome. Chegando no estado, com a necessidade de alugar um imóvel, esses atletas tomavam conhecimento do corretor e de sua imobiliária por meio de indicações e publicações nas redes sociais. “Já fechamos negócio com vários jogadores de futebol. Eles nos acompanham pelo Instagram e nos indicam em conversas de vestiário”, comenta. Dentre os atletas atendidos pela Elihu Imóveis, Lira destaca Pedro Raul, Davi Luiz, Luiz Otávio, Martinez, Gaston Avila, Eros Mancuso, Richard e Diogo Barbosa. O que os jogadores buscam O corretor dos craques salienta que a expectativa de permanência desses atletas na região é de cerca de três anos. De forma geral, eles não demonstram interesse em comprar imóveis. Além disso, buscam unidades mobiliadas, preferencialmente casas, que incluem até mesmo louças, talheres e panelas. “Os jogadores costumam ter casa própria em suas cidades de origem e dificilmente transportam mobília nas mudanças. Eles não querem investir e preferem imóveis 100% mobiliados”, conta. O valor do aluguel varia entre R$ 15 mil e R$ 30 mil, mas a Elihu Imóveis já chegou a fechar uma locação por R$ 65 mil. Como os jogadores querem evitar preocupações com a propriedade, a taxa costuma incluir o serviço de limpeza e conservação. Ocupação e Desocupação Lira diz que os jogadores têm muita pressa em fechar o contrato, principalmente quando se mudam com a família. Na Elihu Imóveis, o corretor Davi Brito também é especializado nesse público. Ele faz uma varredura rápida em busca das melhores opções de imóveis, busca os atletas nos hotéis e apresenta a cidade para eles. Por parte do locatário, a análise contratual geralmente é rápida e despreocupada, conta Lira. O locador também não quer perder a oportunidade e facilita a ocupação, inclusive agilizando o processo de vistoria. “É muito difícil acontecer um negócio previamente planejado. A locação acontece sempre muito rápida”, comenta o empresário. Lira revela que não administra todos os imóveis locados para jogadores. Na maioria das vezes, é o próprio locador que faz a gestão da locação. Ainda conforme o empresário, os jogadores não costumam dar problema na desocupação dos imóveis. E, caso seja necessário fazer algum reparo, eles pagam o valor orçado sem grandes objeções. “Mesmo que, pelo estilo de vida, o jogador não cuide muito bem do imóvel, ele não se opõem a pagar pela manutenção. Os atletas não querem ver seu nome envolvido em nenhum tipo de polêmica”, pontua. O corretor informa que alguns atletas, que o conheceram através da locação, tornaram-se compradores posteriormente, tanto para moradia como para investido. “Conseguimos converter porque a gente tem um trabalho forte de aquecer a nossa base. E, às vezes, essa base também é a nossa carteira de locação”, relata. Apesar do alto poder aquisitivo desses locatários, Lira ressalta que não se trata do nicho mais lucrativo de sua operação, já que o maior faturamento vem das transações de compra e venda. No entanto, ele afirma que a motivação para atender os atletas é a sua paixão pelo futebol e a possibilidade de interagir com os jogadores do seu time do coração. “ Gosto mesmo é de ajudar os jogadores”, conclui. “Plano Jogador” A cidade de Ponta Grossa, no Paraná, é a casa da Conceito Imóveis e também do Operário Ferroviário Esporte Clube. O CEO da Imobiliária, Mauricio Rodrigues Antunes, conta que criou um plano de locação exclusivo para os jogadores do time. A motivação por trás da estratégia, segundo o empresário, é que atletas costumam enfrentar dilemas comuns quando o assunto é moradia. “O jogador pode não se adaptar ao clube e o contrato pode ser encerrado. Talvez, o atleta seja contratado por um time estrangeiro, entre outras situações”, explica. O “Plano Jogador” da Conceito Imóveis objetiva liberar a entrada e a saída do inquilino em no máximo 24 horas. A imobiliária se responsabiliza por ligar e desligar o abastecimento de luz e água, sem que o locatário precise se preocupar com essas burocracias. “Imobiliárias de locação costumam deixar essas responsabilidades a cargo dos inquilinos. No entanto, considerando que os atletas têm uma rotina muito corrida, eles provavelmente vão preferir fechar negócio com a Conceito Imóveis, que está preparada para atender suas necessidades”, comenta. O plano ainda executa outras ações e iniciativas de modo a atender às exigências e necessidades desse público bem específico. Networking qualificado O CEO da Imobiliária Silvio Iwata, Silvinho Iwata, é um apaixonado pelo futebol. Ele se tornou sócio do Maringá Futebol Clube, da cidade homônima no Paraná. Trata-se de uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF), composta por empresários locais. Inicialmente, o modelo de negócios surgiu como uma forma de investimento, mas também é uma plataforma, na qual os acionistas fazem negócios entre si. De acordo com Iwata, o time é um dos 60 maiores do Brasil e, inclusive, gera interesse e atratividade aos potenciais moradores da região. A imobiliária também auxilia jogadores e membros da equipe técnica na busca por imóveis. “Quando o contrato é assinado com o Maringá, o atleta precisa de um lugar para morar. Já quando ele é transferido para outro time, ele precisa de auxílio na rescisão. E esses processos demandam agilidade, tanto na ocupação quanto na desocupação”, comenta. Uma curiosidade é que Iwata concedeu a entrevista ao Imobi Report dos Estados Unidos. Ele está no país acompanhando as partidas dos times brasileiros in loco, na Copa do Mundo de Clubes da FIFA. Apoiando um time marginalizado A Infinity Imobiliária Digital apoia o Esporte Clube Mar Azul, de Torres (RS). A relação, entretanto, não nasceu de uma busca por vantagem estratégica. O CEO da imobiliária, Matheus Sartoti, conta que cresceu no bairro desse time e que a maior parte dos seus amigos jogaram pelo clube na categoria amadora. Em dado momento de sua trajetória, Sartoti sentiu a necessidade de se envolver com o futebol, como uma espécie de hobbie. E, por conta do seu histórico pessoal, decidiu apoiar o Mar Azul. “O time tem cerca de 60 anos, mas sempre foi marginalizado, pois está localizado em um bairro de baixa renda. A Infinity abraçou o Mar Azul, com o objetivo de criar um legado para a comunidade”, afirma. O apoio da Infinity ao Mar Azul possibilitou ao clube conquistar os últimos três campeonatos da Taça Serramar. Sartoti explica que essa é a competição amadora de mais alto nível no Rio Grande do Sul. “Cerca de 90% dos competidores são atletas ou ex-atletas profissionais”, informa. Mesmo que o objetivo do apoio ao time não esteja relacionado ao marketing da empresa, o trabalho com o Mar Azul possibilita que a imobiliária entre em contato com pessoas e empresas, que acabam fechando negócios. “Criamos uma rede de relacionamentos, formada por indivíduos e organizações que toparam acreditar em uma comunidade que geralmente é ignorada”, destaca o empresário. Sartoti ressalta que a Infinity também auxiliou o clube a conseguir patrocínio de outras empresas e até mesmo de atletas profissionais renomados, como Fábio Rochemback e Carlos Eduardo. Esse apoio ajudou a expandir o projeto, com uma escolinha de futebol (com cerca de 160 alunos, sendo que 60% são de famílias carentes), um vestiário, uma arquibancada capaz de comportar 300 pessoas e também uma cabine de imprensa. “São parceiros que acreditam no nosso projeto e que gostamos de divulgar. E, algumas vezes, nem vinculamos nossa marca como apoiadora, porque nosso objetivo é deixar algo de valor para a comunidade”, conta.

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