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A tendência é alugar imóveis!

Entre março e maio de 2021, o mercado imobiliário acompanhou o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) em alta de flecha. A elevação fez o índice bater nos 30%. Essa época foi mais uma vez um momento difícil para as negociações na modalidade de locação de imóveis. 

Digo mais uma vez, pois durante a pandemia as imobiliárias precisaram atuar com eficiência para estabelecer acordos e consensos com inquilinos em todo o país. Após esse episódio, a forma como as imobiliárias executaram as negociações foi fundamental. Depois de maio em diante, o IGP-M foi registrando queda.

Diante de agitados episódios registrados em 2020, 2021 e 2022, avalio que o ano de 2023 será de crescentes resultados para os profissionais do mercado imobiliário que atuam com locação de imóveis.

De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a expectativa é que em 2023 o segmento tenha uma alta de 2,5%. Em 2022, a expectativa era de 3,5%. No entanto, o ano passado foi um período fora do normal e essa alta de 3,5% saltou para 6% já na reta final do ano. 

Ou seja, o ano de 2022 foi excepcional, e não vejo que em 2023 esse cenário seja diferente para a indústria da construção. Praticamente, a projeção para este ano é reflexo de um ritmo excelente dos três anos anteriores em que o setor teve uma expansão acima da economia nacional.

Há ainda estudos que apontam a estabilidade do preço do material de construção civil neste momento, depois de consecutivas altas. Essa estabilidade faz melhorar a economia do país, gerando mais confiança no consumidor, o que refletirá positivamente nos próximos meses no mercado de locação de imóveis.

Outro fator que pode fazer com que 2023 seja promissor para o aluguel é a cultura do compartilhamento, conceito que tem ganhado bastante força no país. Não faz muito sentido mais uma pessoa querer comprar tudo sozinha, sendo que ela pode alugar e compartilhar um mesmo imóvel. Em capitais como Belo Horizonte, esse estilo de vida tem tido bastante crescimento.

No mercado de imóveis atual, a geração mais nova que agora está inserida no mercado de trabalho é economicamente relevante. Ou seja, aqueles jovens entre os 18 e 20 anos, que decidem sair da casa dos pais, saem já não sonhando com a casa própria.

Outro exemplo é que o jovem não quer mais carro, e o número de emissões de carteiras de habilitação expedidas pelos Detrans do país caiu expressivamente nos últimos anos. Como alternativa, o jovem tem buscado mais facilidade e praticidade com a oferta dos transportes de aplicativos. Desta forma, as prioridades foram preenchidas por outras necessidades, e a opção da locação de imóveis tem sido a mais escolhida devido a sua flexibilidade e por conta dos valores mais acessíveis do que a realização de uma compra.

Essa é uma tendência mundial e não somente uma realidade nos grandes centros brasileiros. Com a alta demanda, não tem crescido somente o interesse pelos imóveis de locação, como também os próprios valores de aluguel.

O juro alto tem sido outro dificultador para a aquisição de um imóvel. A instabilidade político-econômica diante de um novo governo que assume a presidência da República estabelece mais cautela, para que mais pessoas optem pela moradia de aluguel. A tendência é alugar. Sob qualquer ângulo que a gente olhe, a locação é favorecida. O ano certamente será promissor para o setor. É hora de fazer bons negócios!