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Patrocínio da Airbnb às Olimpíadas é rechaçado em Paris

A Airbnb firmou uma parceria com o Comitê Olímpico Internacional (COI). Pelos termos de acordo, anunciado na semana que passou, a plataforma de aluguéis de curta duração vai patrocinar as próximas três edições das Olimpíadas, em 2020, 2024 e 2028.O COI afirma que “a parceria de nove anos foi projetada para criar um novo padrão de hospedagem que será uma vitória para as cidades-sede, para espectadores e atletas”. Até aí tudo bem.

Só que faltou combinar com os franceses. Paris será sede das Olimpíadas em 2024 e a notícia por lá não caiu nada bem. No mesmo dia do anúncio do patrocínio, a prefeita da cidade, em plena campanha de reeleição, prometeu multar e limitar as atividades da Airbnb. Também se comprometeu a ouvir os moradores sobre como esta limitação deve ser feita. Vale lembrar que Paris foi uma das cidades turísticas que assinou carta pedindo ajuda à União Europeia para controlar a expansão explosiva da plataforma. (inglês)

O setor hoteleiro de Paris reagiu com um boicote aos Jogos Olímpicos. A UMIH, principal associação de hotéis e restaurantes parisienses, emitiu uma declaração suspendendo o apoio aos jogos. O presidente da união, Roland Héguy, chamou a parceria entre COI e Airbnb de “desrespeitosa com os profissionais da indústria hoteleira”. O Grupo Nacional de Cadeias Hoteleiras (CNG) também deixou o planejamento de hospedagens para as Olimpíadas.

O imbróglio se soma a outros problemas que a Airbnb vem enfrentando, como o incidente que deixou uma família de brasileiros mortos no Chile, o tiroteio em uma casa alugada na Califórnia e a denúncia de esquemas de fraude no aluguel de imóveis pela plataforma, além do movimento de grandes cidades turísticas para controlar o avanço da empresa.

No Canadá, a Prefeitura de Toronto criou lei que limita o uso da Airbnb. Agora, proprietários não poderão alugar seus imóveis neste formato por mais de 180 noites por ano. E, caso queiram sublocar quartos extras ou imóveis anexados (é muito comum alugar o porão na América do Norte, por exemplo), esta decisão deverá ser tomada pelos inquilinos e limitada por 28 dias. Em Paris, já há uma legislação que limita o aluguel turístico para 120 dias por ano. Aqui no Brasil, essa discussão está avançando no STJ

Vale lembrar: a plataforma pretende fazer seu IPO em 2020. 


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O Zillow foi denunciado por exibir anúncios de imóveis discriminatórios. Um usuário do Twitter encontrou anúncios no portal americano com frases racistas como “vizinhança caucasiana” ou “sem negros perto de mim”. (inglês)

Primeiro, o Zillow afirmou ter ferramentas para bloquear anúncios assim, mas que alguns escapam. Já na semana passada, se comprometeu a bloquear os anúncios de imóveis discriminatórios. A demanda surgiu em Washington, EUA, a partir de anúncios que violavam leis locais – como proprietários que se recusam a aceitar vouchers ou outras formas de assistência habitacional. A plataforma entrou em acordo com a procuradoria local, para filtrar palavras que geralmente são relacionadas a anúncios com diferentes formas de discriminação. Por enquanto, estes filtros deverão funcionar apenas neste estado. (inglês)

Já comentamos aqui no Imobi, mas vale relembrar que o Facebook também foi denunciado por direcionar anúncios em sua plataforma de maneira segmentada e discriminatória. Importante lembrar: nos Estados Unidos existe a Fair Housing Act, legislação vigente desde 1968 para coibir a discriminação no mercado imobiliário. Ela abrange etnia, religião, nacionalidade, gênero, pessoas com deficiência e famílias com crianças.

Incorporadoras

A construção civil alavanca o PIB. A FGV divulgou dados que mostram alta no PIB do Brasil entre agosto e setembro, na comparação com 2018 e no acumulado deste ano. É cedo para falar em aceleração da indústria, mas a confiança do setor já é maior. “O que surpreende, de fato, é que o investimento, em todos os aspectos, registrou alta. Isso foi graças à recuperação da construção civil que atrapalhava um pouco e agora contribui positivamente. Outro fator foi o aumento no consumo das famílias também ter sido alto e a redução dos gastos e o consumo do governo”, disse Cláudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV, ao Correio Braziliense.

A alta chegou até o balanço das principais incorporadoras. Pela primeira desde 2017, a maioria delas voltou a operar no azul, com lucro consolidado. No último trimestre, Cyrela, Even, Eztec, Helbor e Trisul observaram redução dos estoques e avanço em novos projetos. 

A alta nos lançamentos residenciais foi de 16% nos nove primeiros meses do ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Na região Centro Oeste, a curva é mais acentuada, de 78%. Os bons resultados vêm dos empreendimentos de médio e alto padrão, na esteira da redução dos juros. Já o Minha Casa Minha Vida…

…está perto do fim? A pergunta está no título de reportagem especial feita pelo UOL, com um balanço sobre os 10 anos do programa habitacional. O MCMV, que já representou 55% dos lançamentos no país, respondeu por 39% dos empreendimentos lançados entre janeiro e setembro deste ano.

Com menos recursos do FGTS, o recuo do MCMV pode ser ainda maior. É este risco que faz tradicionais operadoras do programa apostarem nos imóveis para a classe média. O mercado reconhece a necessidade de mudança de estratégia das incorporadoras, mas vê riscos nesse movimento. Um relatório do Credit Suisse até rebaixou a recomendação para ações da MRV, por entender que essa mudança de rumo demandará tempo para ser implementada, o que deve afetar seu caixa e os retornos no curto prazo.

MRV que marcou presença na final da Libertadores de forma criativa. A marca patrocina o time do Flamengo e fez uma ação com Adelson Barbosa, o “porteiro mais flamenguista do Brasil”. Ele ganhou convite do jogador Diego para assistir à partida decisiva do Flamengo contra o River Plate, em Lima, no Peru, e registrou toda a saga no perfil do Instagram @porteirodomengao.

Enquanto umas incorporadoras se armam para a Black Friday, oferecendo descontos e atrativos como um ano de condomínio grátis, há quem aposte no Natal. A Construtora Patriani, de Santo André, vai sortear um apartamento entre os compradores do Shopping ABC. 

Imobiliárias

A alta acumulada do valor do aluguel já chega a 4,2% neste ano. Outubro foi o 11º mês seguido de alta. “Ainda não é dos melhores investimentos disponíveis, mas considerando a queda de juros e rendimento da renda fixa, a locação acaba ganhando atratividade ante a renda fixa”, informa reportagem do Valor Investe

Nos imóveis comerciais, a aposta é o omnichannel. Ao menos para a CBRE, que publicou um estudo sobre e-commerce no varejo. “Ainda que as empresas estejam ampliando seus potenciais na web, a capacidade de unir lojas físicas e virtuais de forma eficaz ainda é a principal maneira de o comércio varejista proporcionar experiências positivas a seus clientes”.

A Vitacon lançou o Fundo de Investimento Imobiliário Housi. O retorno esperado com a locação das unidades é de 7% nos dois primeiros anos

O QuintoAndar lançou um ranking que compara os valores de aluguéis em São Paulo. A ferramenta monitora 35 bairros com imóveis anunciados pela plataforma. Além dos valores, é possível comparar o desempenho dos aluguéis por área, com informações de novembro de 2018 a outubro de 2019.

2,5 mil m² em um terreno de 11 mil m²: esta é a casa mais cara do Brasil. Avaliada pela Bossa Nova Sotheby’s International Realty em R$ 220 milhões, fica no Leblon e acredita-se que está vazia há pelo menos seis anos. Conta com nove quartos, uma biblioteca de dois andares, um heliponto e 18 banheiros!

Tecnologia

A Compass adquiriu a Detectica, startup de inteligência artificial e machine learning. As tecnologias serão usadas em ferramentas para os usuários, a partir de soluções como “imóveis similares” ou “recomendados para você”. O CTO, Joseph Sirosh, disse para o Inman: “com esta aquisição, aprofundamos nossa plataforma e, ao mesmo tempo, fortalecemos nossa crescente equipe de especialistas em tecnologia”. (inglês; paywall)

Uma startup brasileira que faz uso de inteligência artificial é a EmCasa. O CEO Gustavo Vaz deu uma entrevista para a Smartus contando sobre como usa a tecnologia. “O algoritmo leva em consideração tanto informações que são fixas quanto as novas transações que o mercado está praticando, para conseguir tirar um nível de precisão alto ao recomendar a precificação ou avaliação de um imóvel”, comenta.

A Mudeii é uma plataforma de aluguel digital do Grupo Foii. Promete assinatura de contrato via reconhecimento facial em 15 minutos e tem como meta abocanhar até 5% do mercado nacional de locação. Para isso, levantou aporte inicial de R$ 18 milhões e tem previstos outros R$ 32 milhões para os próximos três anos.

Estamos de Olho

Em São Paulo, desde 2007, há a Lei Cidade Limpa, que restringe a publicidade na capital. Mas empresas estão encontrando brechas e divulgando em meios de transporte, como caminhões. Foi o caso de um anúncio pela Loft, flagrado em reportagem da Folha de S. Paulo. A idealizadora da lei, Regina Monteiro, é categórica: “As duas empresas devem ser multadas. Quem anuncia é corresponsável”. 

Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis, aprovou uma lei municipal que limita a quantidade de pessoas por dormitório durante a alta temporada. O limite é de dois adultos e duas crianças por dormitório – seja em imóveis locados ou próprios. A lei foi aprovada em março, mas só agora fiscais da Prefeitura começaram a notificar corretores e imobiliárias

A quantidade de compradores de primeiro imóvel nos EUA, grupo majoritariamente formado pelos millennials, está abaixo da média histórica. Segundo a Associação Nacional de Corretores, compradores de primeira viagem representam hoje 31% do total, enquanto a média era de 40%. (inglês)

Millennials preferem o aluguel a comprar um imóvel? Segundo pesquisa feita pela Apartment List, não necessariamente: apenas 12,3% dos millennials pretendem viver de aluguel. E chama atenção que, destes, 69% escolhe a modalidade pois acredita que não consegue pagar por um imóvel. A pesquisa também aponta o valor da entrada e o comprometimento com dívidas universitárias como principais obstáculos para que essa geração opte pela compra. Grupos hispânicos e negros também enfrentam mais dificuldades para aprovar financiamento imobiliário. A pesquisa completa, em inglês, está aqui.

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