2 de cada 5 corretores acumulam outra ocupação
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[273] 2 de cada 5 corretores acumulam outra ocupação

 O processo de desocupação dos imóveis no caso de inadimplência é um momento delicado para a operação de qualquer imobiliária. Para auxiliar nesse assunto, a CUPOLA vai promover a live “Descomplicando a cobrança na locação: inadimplência e desocupação”, com participação do advogado e especialista em direito imobiliário Arthur Thomazi  e da advogada e sócia da CUPOLA, Denise Vieira. O evento gratuito e on-line será realizado no dia 09/07 (terça-feira), às 19h, com transmissão pelo Youtube da CUPOLA. Thomazi será um dos palestrantes no CUPOLA Conference Aluguel, que acontece no dia 07/08, nos formatos on-line e presencial (Curitiba). Confira quem são os outros nomes já confirmados para o evento. Não fique de fora! Garanta já o seu ingresso. Se quiser saber sobre outros eventos e treinamentos promovidos pela CUPOLA, acesse aqui

Um levantamento realizado pelo Cofeci aponta que 39% dos corretores de imóveis conciliam a atividade com outra profissão, como advocacia, funcionalismo público e até negócios próprios. O estudo ainda indica que 62% dos profissionais possuem alguma graduação. Atualmente, são cerca de 550 mil corretores atuando no país, o que representa um crescimento de 8% em relação ao ano anterior, conforme apuração do Imobi Report.

O Estado de S.Paulo entrevistou a influenciadora Sophia Martins a esse respeito. Ela percebe que muitas pessoas encaram a corretagem como apenas uma fase na carreira, sem objetivos de longo prazo.  Em sua visão, os profissionais que querem ter sucesso devem se dedicar exclusivamente à corretagem. “As pessoas não vão ter sucesso se elas acharem que vão poder ser metade corretoras de imóveis e metade outra coisa”, alerta.

O Imobi Report consultou corretores de imóveis que dividem a atividade com outra profissão. Eles relatam que manter duas carreiras é realmente desafiador, já que a corretagem é uma área complexa e que demanda disponibilidade de tempo e dedicação. Alguns corretores também contaram que tentaram estipular parcerias para a terceirização de atividades operacionais, mas encontram dificuldades para encontrar profissionais especializados na prestação desse tipo de serviço. Da mesma forma, a parceria com grandes imobiliárias e redes, em geral, só é vantajosa a quem possui uma carteira de clientes significativa e um alto volume de negócios.

Há imobiliárias que não permitem que seus corretores desempenhem outra profissão. Embora contratem os profissionais como autônomos, essas empresas privilegiam quem pode se dedicar à corretagem e, consequentemente, apresentar melhores resultados.

O estudo do Cofeci também aponta que a maioria dos profissionais são atraídos para a corretagem por fatores econômicos. Os que iniciaram na atividade porque identificaram que seria uma boa oportunidade de ganhar muito dinheiro somam 33%. Já os que afirmam ter ingressado na profissão porque viram seus colegas faturando alto são 8%.

Ainda chama a atenção a parcela de profissionais que iniciaram na corretagem por influência de algum familiar.  Cerca de 11% afirmam que viraram corretores porque a família é do ramo. Por fim, a flexibilidade de horários e de rotina são apontados como atrativo para a profissão. 

Vendas e Locação

Valor de imóveis superestimados. Um levantamento do QuintoAndar revelou que a estratégia de anunciar os imóveis com valores acima do recomendado é inadequada. A plataforma afirma que, nesses casos, o número de visualizações do anúncio e o de visitas agendadas caem ao longo do tempo. Com isso, é necessário ajustar o preço. Entre os imóveis para aluguel com o preço inicial acima da referência, os descontos são até cinco vezes maiores em relação aos dos imóveis que começam na faixa de preço sugerida. Vale lembrar que algoritmos das plataformas nem sempre conseguem avaliar o estado de conservação, benfeitorias e outros aspectos levados em consideração pelos corretores na hora da precificação. O levantamento do QuintoAndar ainda demonstra que 30% dos imóveis à venda e 20% para locação conseguem fechar os negócios com os valores acima do recomendado.  

QuintoAndar anuncia recorde. A plataforma divulgou que fechou 2 mil contratos de compra e venda de imóveis em maio, o recorde da empresa para um único mês. A cifra significa um aumento de 65% em comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo o QuintoAndar, um corretor associado vende, em média, 1,5 imóveis por mês, ou 18 imóveis por ano. A modalidade compra e venda começou a ser disponibilizada na plataforma em 2020. Atualmente, são cerca de 16 mil imóveis por mês adicionados ao catálogo da empresa. 

MLS brasileiro. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), conhecido como Conselhão, deve propor ao Governo Federal a criação de uma base unificada para tornar públicas as informações sobre transações imobiliárias no país. O modelo seria semelhante ao Multiple Listing Service (MLS), utilizado nos EUA, e já vem sendo chamado de “tabela Fipe do setor imobiliário”. Na última semana, a CBIC participou da 3ª edição da reunião do Conselhão, destacando o impacto social da construção civil. 

Crescimento de 5,4% ao ano. Segundo projecão da Mordor Intelligence, o mercado imobiliário brasileiro deve crescer 5,4% ao ano até 2029, passando dos atuais US$ 59,61 bilhões em valor de transações para US$ 77,54 bilhões. A pesquisa revela que, após a recessão de 2020 causada pela pandemia da Covid-19, o setor melhorou significativamente, especialmente no segmento residencial no Rio de Janeiro e em São Paulo. Analistas avaliam que essa expectativa pode incrementar em 40% ou 50% o faturamento de empresas do setor. 

Mais protestos à reforma tributária. Representantes do setor imobiliário reunidos no Seminário Real Estate, realizado na semana passada, afirmaram que comprar e construir imóveis vai ficar inviável para muitos se o texto atual da reforma tributária não for ajustado. Pelos cálculos apresentados, seria preciso aumentar em 15% o preço do imóvel para arcar com a nova carga de tributos. A diretora-presidente do IMI, Elisa Rosenthal, salienta que, no cenário atual, em que o país enfrenta um déficit habitacional de mais de 7 milhões de moradias, a reforma tributária proposta atropelaria o setor.

Fundo de pensão em habitação. A vice-presidente de habitação da Caixa, Inês Magalhães, contou que já há tratativas com o Ministério da Fazenda sobre a necessidade de mudanças nas normas da Previc, para permitir que fundos de previdência possam investir no setor habitacional, o que seria uma alternativa de “funding” à área. Ela destacou que o desafio do funding no crédito imobiliário é estrutural para todo o sistema financeiro, mas é especialmente crítico para a Caixa.

Decorados atraem investidores. Algumas empresas estão apostando nos imóveis prontos para entrar e morar já na entrega das chaves, uma prática comum em países como EUA e Canadá. Além de acabamento de piso e paredes, os apartamentos são entregues com móveis, eletrodomésticos e demais utensílios domésticos. A estratégia acrescenta entre 20% e 30% ao valor da venda. As unidades mais procuradas dentro dessa modalidade são estúdios, apartamentos pequenos ou de alto padrão. Esse tipo de oferta, que alia praticidade e rapidez na entrega, é especialmente atrativo para aqueles que compram com a intenção de alugar.

O podcast Modo Avião desta semana recebe o especialista em investimentos imobiliários, CEO da Alpha Inco e da SharkBank, João Gondim Tubarão. Ele também dirige a Predial, uma das maiores imobiliárias de locação de Fortaleza (CE). No episódio, Tubarão fala sobre as melhores estratégias de abordagem e relacionamento com os investidores.

As ruas com os imóveis mais caros de SP. Levantamento da Loft mostra que os bairros dos Jardins, Morumbi, Itaim Bibi, Moema e Vila Nova Conceição têm as vias mais caras da cidade. A rua Seridó, no Jardim Europa, está no topo da lista, com uma média de R$ 19,8 milhões no preço das transações imobiliárias. O estudo foi feito com dados do ITBI da capital, especificamente para apartamentos. Também em SP, o distrito de Cursino vive uma pequena revolução imobiliária. Segundo dados do Secovi-SP, é a região em que mais foram comercializados imóveis nos últimos 12 meses. Já conforme a Loft, o distrito teve aumento de 4% no volume de imóveis vendidos na comparação entre o primeiro quadrimestre de 2024 e o mesmo período de 2023. O movimento é induzido pela proximidade com os eixos de transporte. 

Ruas supervalorizadas no RJ. O Secovi-Rio revelou que algumas das ruas mais conhecidas da Zona Sul, apelidadas de ‘ruas de grife’, podem ser até 74% mais caras que outras ruas no mesmo bairro. Em São Conrado, a Av. Prefeito Mendes de Morais destaca-se com o metro quadrado avaliado em R$ 21.269, comparado à média de R$ 12.226 nas demais ruas da região. Em Copacabana, a Av. Atlântica tem um custo de R$ 17.031/m², enquanto o restante do bairro registra uma média de R$11.060, uma diferença de 54%. Endereços em bairros como Flamengo, Ipanema e Barra da Tijuca também registram diferenças superiores a 35%. 

Alta em Goiânia. O volume de vendas no primeiro trimestre de 2024 na cidade foi de R$ 1,3 bilhão. Em 2023, foi a capital brasileira que registrou a maior valorização, com volume de vendas de cerca de R$ 6 bi. A alta nos preços está sendo puxada por imóveis de luxo e pelo custo da mão de obra. A disparidade entre a oferta e a demanda também impacta o mercado. O número de habitantes saltou de 1.301.912,  em 2010, para 1.437.237, em 2022.

O CEO da Mirantte, Luiz Kechichian, é o convidado do podcast Vem Pra Mesa  desta semana. No episódio, o profissional fala da importância de atender um nicho e de como se tornou referência em sua região. Ele também ressalta o papel das lojas físicas no posicionamento da marca. O “capitão” é um dos mentores do treinamento Gestão de Vendas Imobiliárias, que a CUPOLA realiza em Curitiba no próximo mês de agosto.

Construção e Incorporação

INCC com alta de 0,93% em junho. A inflação registrada no Índice Nacional de Custo da Construção decorre dos custos com a mão de obra do setor. Com o mercado aquecido, a alta em 12 meses nos gastos com os trabalhadores chega a 6,93%. Na terceira matéria da nossa série sobre a escassez da mão de obra, abordamos possíveis caminhos para mitigar o problema.

Atratividade para a área. A CBIC divulgou que a construção civil gerou 18.149 novos empregos com carteira assinada em maio de 2024,  destacando-se como o setor com o maior salário médio de admissão, de R$ 2.290,41, superior à média geral da economia de R$ 2.132,64. Cerca de 95% dessas vagas foram ocupadas por pessoas com até 29 anos. Os dados são do Caged.

RS deve ser tratado como o Brasil foi durante a pandemia. Em entrevista à Folha de S. Paulo, o diretor-presidente da incorporadora gaúcha Melnick, Leandro Melnick, afirmou que ferramentas como distribuição de bolsas, auxílios e isenções fiscais, serão importantes na reconstrução do estado. Na editoria SOS RS, O Globo destaca que a construção civil será um setor essencial para a reestruturação do estado. Entretanto, a escassez de mão de obra é apontada como um gargalo também na região. 

“Minirrevisão” avança em SP. A Câmara Municipal prossegue na revisão das leis urbanísticas da cidade, com votação final marcada para esta terça-feira (02/07). Entre as principais mudanças, destaca-se a expansão da Operação Urbana Faria Lima para incluir uma área até então excluída, conhecida como “buraco da Faria Lima”. Essa medida visa estimular a verticalização e revitalização na região. O projeto ainda prevê a legalização de construções irregulares mediante à compra de Certificados de Potencial Adicional de Construção, com valorização de 30%, além do leilão de 1,5 milhão de metros quadrados desses créditos para fins urbanísticos. 

Techs

Crédito Real usa IA em pelo menos sete processos. O CEO da Crédito Real e especialista em inteligência artificial, Carlos Eduardo Ruschel,  enfatiza a importância crescente dessa tecnologia nos negócios. Em sua empresa, essa inovação beneficia áreas que vão desde o atendimento ao cliente até os setores financeiro e jurídico. O executivo ainda ressalta que a IA não irá substituir o trabalho dos humanos, mas sim otimizar os processos.

Startup mapeou 440 mil imóveis afetados no RS. A partir de informações obtidas junto ao IBGE e ao Grupo de Gestão e Planejamento de Recursos Hídricos da UFRG, a startup Place identificou cerca de 437 mil domicílios particulares, 441 coletivos, 910 estabelecimentos de ensino e 885 de saúde afetados pelas enchentes na capital gaúcha. Essas informações possibilitaram desenvolver uma ferramenta para simulação de cheias. 

IA na construção civil. A solução Gêmeo Digital oferece uma representação virtual precisa de estruturas físicas. Desenvolvido pela startup GVC, o modelo computacional permite a visualização detalhada de projetos antes da construção física e facilita a detecção precoce de problemas, além de otimizar a manutenção e a gestão eficiente de recursos pós-construção. Essa tecnologia promete prolongar a vida útil das edificações, melhorar a eficiência operacional e transformar a maneira como o setor lida com os desafios complexos.

Mundo

Escritórios desocupados. Projeção da Moody’s indica que, até 2026, 25% dos escritórios nos EUA ficarão desocupados. Atualmente, 85% das empresas norte-americanas já implementaram o trabalho híbrido. Como os profissionais conseguem desempenhar as suas funções remotamente, a demanda por locações do tipo deve diminuir. A estimativa é que o valor dos imóveis comerciais reduza em até US$ 250 bilhões. Diante da possibilidade de que proprietários de imóveis vazios não quitem suas hipotecas, bancos em Wall Street estão abandonando os empréstimos imobiliários.

Banco brasileiro expande investimentos imobiliários. O BTG Pactual está intensificando sua presença global, com planos de triplicar seus investimentos imobiliários na Europa, alcançando aproximadamente €1 bilhão nos próximos três anos. A estratégia inclui a compra de hotéis de luxo históricos em Portugal e a revitalização estratégica de shopping centers para posterior venda. O banco também anunciou a aquisição do M.Y. Safra Bank, com sede em Nova York, visando fortalecer sua oferta de serviços financeiros nos EUA, especialmente na área de wealth management.

Singapura é a cidade mais cara do mundo para os ricos. A pesquisa de Riqueza Mundial e Estilo de Vida, do banco suíço Julius Baer, analisou o custo de uma cesta de bens e serviços que atendem às necessidades dos indivíduos de alto patrimônio líquido. Entre as 25 cidades listadas, São Paulo está na nona posição, logo atrás de Paris.

Estamos de olho

A utilização de serviços especializados no setor imobiliário não apenas minimiza complicações, mas também impulsiona os resultados. Na área da contabilidade, a Contimob oferece soluções contábeis eficientes e seguras para empresas do setor. Em um caso exemplar, foi possível reduzir legalmente os custos de um único cliente em mais de R$ 450 mil no ano, através da aplicação de estratégias avançadas de planejamento tributário. Além disso, a Contimob oferece consultoria especializada envolvendo todos os setores da organização, com ênfase no financeiro, possibilitando o correto registro das operações e aprimorando significativamente o fluxo de caixa. A Contimob trabalha de forma completamente digital e personalizada, otimizando processos e com atendimento em todo território nacional.

WeWork dá calote em fundo imobiliário. A empresa de serviços para o mercado imobiliário atrasou o aluguel referente ao mês de maio de um imóvel do qual é locatária em SP. Entre os cotistas afetados está o Santander.

A Justiça do Trabalho em Pará de Minas (MG) determinou que uma imobiliária pague R$ 7 mil de indenização por danos morais a uma corretora de imóveis vítima de homofobia. O sócio da empresa foi acusado de dirigir comentários sexistas, machistas e ofensivos à trabalhadora. A decisão, publicada recentemente, ressaltou que a corretora teve sua dignidade aviltada, reconhecendo o direito à compensação pelos danos sofridos.

Integração como estratégia. Os prédios de uso misto emergem como uma solução estratégica para enfrentar os desafios das metrópoles modernas. Projetos como o Passeio Paulista, em SP, exemplificam essa tendência ao reunir lofts residenciais, lajes corporativas e uma galeria comercial em um mesmo terreno. Para especialistas, essa abordagem não apenas diversifica a paisagem urbana, mas também fortalece a segurança e reduz o tempo de deslocamento.