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Proptechs se aproximam do mercado informal de aluguel em busca de locadores autônomos

Novas proptechs vêm se estabelecendo no País de olho num mercado promissor: o da locação direta, sem intermediação de imobiliárias. 

Não há estatísticas oficiais, mas circula no mercado a estimativa de que 40% dos imóveis locados no Brasil não passem pelas mãos de qualquer intermediário – o que representa cerca de 5 milhões de locações diretas.

O principal motivador é econômico: há milhares de proprietários de imóveis dispostos a tocar a locação sem ceder cerca de 10% do valor a uma imobiliária. 

Além disso, a formalização do aluguel exige certa burocracia, inclusive regularização fundiária, aspecto que afasta muitos donos de propriedades. 

Por outro lado, cedo ou tarde esses locadores se deparam com atritos e desafios como a dificuldade de avaliação de crédito, inadimplência, dúvidas jurídicas, responsabilidades por reparos e muitas outras tecnicidades da locação. 

Percebendo este vácuo, startups como Moben e Zimobi se especializaram em ajudar esse proprietário a administrar seu imóvel de forma autônoma

São proptechs que cobram valor relativamente baixo (por volta de R$ 50 mensais), em troca de alguns serviços. Como a atuação é à distância, essas proptechs têm capacidade de faturar em escala, fora de suas cidades-sede. 

Neste nicho intermediário entre a locação direta e a terceirização completa do aluguel, as startups atuam principalmente no início do processo (contrato, vistoria, análise de crédito, seguros), quando as dúvidas são mais frequentes.

Porém, essas empresas não intermediam a negociação do aluguel, que sempre ocorre de maneira direta entre o proprietário e o interessado no imóvel. 

E para serviços que exigem presença física nos imóveis, essas startups têm uma rede de parceiros e atuam como marketplaces, permitindo aos usuários encontrar diretamente a melhor opção para suas demandas. 

Marcel Imakuma, CEO da Moben

A Moben, fundada em São Paulo no final de 2020, conta hoje com uma base de mais de 1.000 proprietários cadastrados e contratos assinados em diversos Estados. A empresa afirma que 80% desses clientes antes operavam a locação sem intermediários.

“Sabemos que a jornada de locação é longa e pode ser uma experiência confusa e com muitos atritos, principalmente para os proprietários que desejam lidar diretamente com o dia a dia da locação. Aqui, damos a este proprietário a possibilidade de passar por estas fases de forma muito mais simples e rápida”, disse o CEO da empresa, Marcel Imakuma, ao Imobi. 

Eduardo Doria, fundador da Zimobi

Já a Zimobi, startup nascida em 2017 em Curitiba, tem foco mais direcionado a imóveis de baixo ticket (aluguel inferior a R$ 1.000 mensais), muitas vezes descartados pelo mercado tradicional. 

“Para uma imobiliária comum, pode não fazer sentido se deslocar 10 vezes para um imóvel de R$ 1.000 mensais. Mas é um público que precisa de ajuda na divulgação, quer compreender as garantias, qualificar os interessados. E é um mercado numericamente muito grande”, afirmou o fundador da Zimobi, Eduardo Doria.

As duas proptechs buscam acelerar o crescimento em 2022, principalmente após passarem por rodadas de captação de investidores. A Moben, por exemplo, recebeu R$ 1,3 milhão numa rodada de investimento-anjo, e já está estruturando uma próxima etapa.

Já a Zimobi relata ter recebido no ano passado um investimento de R$ 5 milhões através do fundo de venture capital Bossa Nova, e também planeja uma nova rodada no segundo semestre de 2022. E tem planos ousados: triplicar seu faturamento em relação ao ano passado. 

Gostou deste texto? Ele foi adaptado de uma das edições do Imobi Aluguel, primeiro relatório de inteligência do país focado exclusivamente em locação, criado pelo Imobi Report. 

Em cada edição, o Imobi Aluguel traz um estudo sobre um assunto principal, entrevistas, notícias ligadas ao segmento e indicadores atualizados da locação. Clique aqui para receber o Imobi Aluguel gratuitamente por 7 dias e saber mais sobre o relatório, produzido pela equipe de jornalistas do Imobi Report, com o know-how da CUPOLA, principal consultoria para gestão de imobiliárias do Brasil.