proptech
Opinião

Evoluir é pensar na frente e entender a mudança

A oportunidade de modernizar a comercialização de produtos imobiliários não é nova. De fato, existem três ondas de PropTech desde os anos 80, e cada onda refletia uma tendência contemporânea no ecossistema tecnológico.

Aprendendo com Andrew Baum, sobre as ondas de PropTech, compilo parte da idéia central de seu livro PropTech 3.0: The Future of Real Estate.

A primeira onda (1980-2000) foi a introdução dos sistemas de gestão de empresas imobiliárias e os primeiros sites de internet. Imobiliárias mantinham seu portfólio de produtos de forma quantitativa em uma vitrine de exposição, se alguém visitasse e gerasse o lead seria sucesso.

Na sequência veio a chamada PropTech 1.0 (2001 – 2007) a era dos portais imobiliários, eles mantinham assim todo o portfólio de imobiliárias e corretores em sua estrutura, era difícil encontrar informações sobre imóveis online e quase impossível comprar ou alugar uma casa online. A internet e as mídias sociais quebraram as barreiras.

Hoje vivemos a internet das oportunidades e a Proptech 2.0 (2008 – presente), era das experiências e das empresas plataformas. Empresas de tecnologia cuidando de resolver as falhas de processos que as empresas tradicionais deixaram em aberto.

A próxima onda, a 3.0, vai resolver problemas de atritos ainda existentes em toda a cadeia de valor. Vai permitir reconhecer padrões mais rapidamente e simplificar os processos. As relações humanas e de máquina serão únicas.

Teremos um mercado baseado em mais sistemas de gestão do que em aperto de mãos, que será dinâmico e permitirá mais fechamentos com mais agilidade na troca de informações.

Saímos dos livros e vamos para a parte prática do negócio, aquela que vivo nos últimos 7 anos. Tenho percebido o potencial da introdução frequente de tecnologia no mercado mais saturado e competitivo do mundo, talvez por isso a tecnologia tem tanta relevância agora.

Essas ferramentas de comunicação e fluxo de trabalho abrem novas maneiras de aprimorar a experiência do usuário no processo de fechamento, que é um dos pontos mais críticos do setor. E sabemos que nosso mercado imobiliário é, por natureza, ruim de fechamento. Se achar que uma taxa de conversão – quando realmente um negócio é fechado -, de 2% é um número interessante, talvez estejamos fazendo algo errado e ainda não percebemos que é necessário evoluir para aumentar este número.

Acredito que as empresas imobiliárias habilitadas por tecnologia tenham relevância nos próximos anos e aumentem sua participam de mercado. A próxima safra de empresas será forte em processos digitalizados, fluxos de trabalho mais retilíneos e elevada transparência de todas as partes interessadas no ecossistema, para que melhores decisões possam ser tomadas por um custo menor por transação. Aqui me refiro ao custo de ativação do lead, não confundir com valor de comissionamentos.

Para mim, o crescimento tecnológico continuará moldando o futuro da indústria imobiliária pelo mundo. E o corretor de imóveis, será sim, o mais beneficiado nisso. E as empresas imobiliárias terão algo jamais pensado, um trabalho não de vendas, mas, de prestadores de serviços.